Ainda há pouco recebi uma ligação no celular de um “número
desconhecido”. Era uma voz de menina, aos prantos, dizendo “socorro, pai, fui
assaltada, me ajuda”. Como eu sou vítima dessas babaquices criminosas de dois em dois meses,
já estou mais que escolado e nem perco meu tempo me assustando à toa.
Só que dessa vez, em vez de desligar, eu resolvi dar trela e
respondi: “Ih, filhinha, tu sabe que eu não posso te ajudar, né? Tu sabe que papai
tá na cadeia...”
Mais que depressa, uma voz de malandro me pergunta: “Em que
cadeia tu tá, cumpadi?”
E mais não falei a não ser para mandar o mané tomar no
centro pra não gastar as beiradas. E desliguei.
O pior é que esse tipo de crime assusta muito quem é pego para
pato pela primeira vez e pode ter consequências imprevisíveis para as vítimas
do trote, desde o tremendo susto - como aconteceu comigo anos atrás - até a
perda de dinheiro - com riscos de vida.
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