terça-feira, 31 de julho de 2018

O que eu ia escrever sobre Bolsonaro, mas fiquei com preguiça


Renata Barreto

O Roda Viva de ontem foi uma prova contundente do que parte da direita vem falando há tempos: a falta de autocrítica da esquerda e descolamento da realidade da mídia, que também é majoritariamente de esquerda, será responsável por eleger o candidato que eles mais desprezam.

Bolsonaro não é um poço de intelectualidade, nem é um candidato super preparado para falar de economia. Mas a humildade dele em reconhecer isso e dizer que aprendeu com Paulo Guedes, inclusive assumindo erros do passado como votar contra o Plano Real, o humaniza. Como todo ser humano, ele tem defeitos, qualidades e pode evoluir.

A entrevista foi um festival de boçalidade dos jornalistas, que perderam 25% do tempo perguntando sobre a ditadura e mais alguma coisa com "dívida histórica". Insistiram nos rótulos de "machista, homofóbico, misógino e racista" que a mídia colocou sobre o candidato, facilmente rebatidos por ele. Choveram no molhado com polêmicas midiáticas numa tentativa de o desqualificar. Não funcionou.

Bolsonaro se mostrou autêntico, jogou o politicamente correto no lixo, deu nome aos bois e falou verdades que muita gente gostou de ouvir. Dilma e Lula de fato nunca lutaram por democracia e são amigos de ditadores. Disse que quem "pisar na bola" tem mais que ser condenado e defendeu privatizações. Foi duro sobre a questão da segurança e, vejam só, o brasileiro trabalhador também não gosta de bandido, muito menos que ele seja feito de vítima.

Perguntado sobre auxílio-moradia, Bolsonaro disse que gastou apenas metade da verba de gabinete que tem à disposição. Eu gostaria de ter ouvido que, apesar de estar na lei, os privilégios dos políticos são gigantescos e a redução destes passa pelo seu programa de governo. Um legado de economia liberal, afinal, passa necessariamente sobre a redução do Estado. Sobre corrupção, disse que foi um dos únicos citados por delatores e pelo próprio Joaquim Barbosa em não ter aceitado propina.

Senti falta de propostas concretas, parte por culpa da bancada sofrível de jornalistas, parte por despreparo do candidato. Em algumas perguntas, se embananou ou não respondeu diretamente. Não me incomodo tanto com o fato de ele querer terceirizar para técnicos as pastas de seus ministérios, dado que nossos últimos Presidentes eram ignorantes e populistas, que falavam que fariam maravilhas pelo povo sem qualquer respaldo econômico. Eles, no entanto, ainda são aclamados por essa mídia senil e hipócrita.

Fui surpreendida por falas menos agressivas e paciência para responder impropérios. Não sei se isso é reflexo de um Bolsonaro mais moderado ou de uma assessoria competente, mas o fato é que essa entrevista o ajudou. É claro que ele passa longe de ser o candidato ideal, principalmente para liberais como eu. Entretanto, é preciso reconhecer que ele é o único com chances reais de vencer essa esquerda retrógrada, mesmo que ele próprio seja um pouco antiquado.

É uma pena que ainda sejamos tão medíocres em sempre ter que escolher o menos pior, mas entre a esquerda e Bolsonaro, não há dúvidas.

Boa sorte, Brasil.

sexta-feira, 27 de julho de 2018

Filhas solteiras de ex-ministros STF recebem pensão equivalente ao salário de um ministro do tribunal na ativa



Filha do ex-ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) José Geraldo Rodrigues de Alckmin, morto em 1978, a arquiteta Maria Lúcia Rangel de Alckmin, de 74 anos, recebe R$ 33,7 mil de pensão na condição de “filha solteira maior”. Maria Ayla Furtado de Vasconcelos, filha do ex-ministro Abner de Vasconcellos, morto de 1972, recebe pensão no mesmo valor – o que corresponde ao salário atual dos ministros do tribunal e o teto remuneratório do serviço público.

Maria Lúcia chegou a ter a pensão suspensa em 2017 em consequência da decisão do Tribunal de Contas da União (TCU) que considerou ilegal a pensão de filhas solteiras maiores de 21 anos que tinham outra fonte de renda. Ela é professora do Centro Universitário Belas Artes de São Paulo há 30 anos, contratada como celetista. Formada em arquitetura na Universidade de Mackenzie, fez mestrado na Universidade de Navarra, na Espanha.

Mas a arquiteta recuperou a sua pensão por decisão liminar do ministro do STF Edson Fachin em dezembro do ano passado. O ministro já havia restituído, em maio último, as pensões de filhas de servidores públicos atingidas pela decisão do TCU e representadas pela Associação Nacional dos Servidores da Previdência e da Seguridade Social (Anasps) em mandado de segurança coletivo. A decisão individual do ministro ainda será analisada pelo plenário do Supremo, mas já beneficiou algumas centenas de pensionistas, reabrindo o debate sobre a pensão para filhas solteiras.

Marília de Souza Barros recebe pensão de R$ 21,9 mil deixada pela ex-servidora do Supremo Silvia de Souza Barros, sua mãe. Ela acumula o benefício com a pensão militar decorrente da atuação da mãe como segundo tenente no Exército. Também teve a pensão suspensa pela decisão do TCU, mas conseguiu recuperar o benefício em setembro do ano passado graças à liminar concedida pelo ministro Fachin.

O STF pagou, no mês de junho, R$ 300 mil em pensões para filhas solteiras maiores – um valor médio de R$ 13,6 mil, ou duas vezes o teto previdenciário. Isso representa uma despesa anual de R$ 3,9 milhões.
Nomeado por Médici

O ministro Rodrigues Alckmin, pai da pensionista Maria Lúcia Alckmin, ingressou na magistratura em 1940, mas ocupou o cargo de ministro do STF por apenas seis anos. Foi nomeado por decreto, em 1972, pelo presidente Emílio Garrastazu Médici – o general que comandou o período mais duro da ditadura militar. Foi também ministro e presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE). Era tio do ex-governador de São Paulo Geraldo Alckmin, atual candidato a presidente pelo PSDB.

Rodrigues Ackmin morreu em novembro de 1978 e deixou pensão para a mulher e filha. Maria Lúcia recebe pensão integral desde 2003. Na defesa apresentada ao STF para recuperar a sua pensão, ela argumentou que não há na Lei 3.373/58 – que regulamenta essas pensões há 60 anos – previsão de cessação do benefício pela existência de fonte de renda distinta.

Maria Lúcia apontou “a violação aos princípios da segurança jurídica, da dignidade da pessoa humana, isonomia, boa-fé e do direito adquirido”. Sustentou o pedido liminar, “no caráter alimentar do benefício, sem o qual não possui condições de manter a sua subsistência”.

Abner Carneiro Leão de Vasconcellos não chegou a ser ministro titular do STF. Foi ministro do Tribunal Federal de Recursos (TFR) de 1947 a 1955. O tribunal exercia a função de 2º grau da Justiça Federal antes da Constituição de 1988. Para completar o quórum do Supremo em alguns períodos eram convocados ministros do TFR – o que aconteceu com Vasconcellos durante sete anos. As substituições ocorriam em casos de licença para tratamento de saúde ou por estarem os titulares a serviço do TSE.

Antes de chegar a Brasília, Abner Vasconcellos foi juiz de direito e desembargador no Ceará por 32 anos. Morreu há 46 anos, em janeiro de 1972, e deixou pensão para a mulher e filhas. Hoje, penas a filha solteira Maria Ayla recebe o benefício, no valor de R$ 33,7 mil.

No mandado de segurança que assegurou o pagamento da sua pensão, Marília de Souza Barros, pensionista de uma ex-servidora do Supremo, argumentou que a possibilidade de cumulação de pensões civil e militar é objeto do Recurso Especial 658.999/SC, cuja repercussão geral já foi reconhecida.

“Salvaguardar condição mínima de sobrevivência”

No Acórdão 2.780/2016, o TCU determinou a suspensão das pensões de filhas solteiras maiores que tivessem outra fonte de renda, como emprego ou atividade empresarial na iniciava privada, aposentadoria pública ou privada ou outra pensão. Mas o ministro Fachin entendeu que, pela Lei 3.373/1958, que regulamentou essas pensões há 60 anos, o benefício só pode ser cassado se as filhas deixarem de ser solteiras ou se passarem a ocupar cargo público permanente.

No mandado de segurança que devolveu a pensão a Maria Lúcia Alckmin, Fachin contestou a decisão do TCU: “os princípios da legalidade e da segurança jurídica não permitem a subsistência da decisão do TCU. A violação ao princípio da legalidade se dá pelo estabelecimento de requisitos para a concessão e manutenção de benefício cuja previsão em lei não se verifica”.

O ministro admitiu a evolução do papel da mulher na sociedade, mas sustentou que mesmo isso não justifica uma interpretação retroativa. “Ainda que a interpretação evolutiva do princípio da isonomia entre homens e mulheres após a Constituição Federal de 1988 inviabilize, em tese, a concessão de pensão às filhas dos servidores públicos, maiores e aptas ao trabalho, pois a presunção de incapacidade para a vida independente não mais se sustenta, as situações jurídicas já consolidadas sob a égide das constituições anteriores não comportam interpretação retroativa à luz do atual sistema constitucional”.

“Nesse contexto, revelava-se isonômico, quando da disciplina do estatuto jurídico do servidor público no ano de 1958, salvaguardar às filhas solteiras uma condição mínima de sobrevivência à falta dos pais. Essa situação não mais subsiste. No entanto, a interpretação evolutiva dada pelo Tribunal de Contas da União não pode ter o condão de modificar os atos constituídos sob a égide da legislação protetiva”, completou o ministro.

Teste Seus Conhecimentos de Política


Percival Puggina

Qual o partido que:

• votou contra a Constituição de 1988 porque a queria ainda mais socialista?

• quando na oposição, pediu dezenas de CPIs e impeachments, mas ao assumir em 2003 não promoveu um único inquérito envolvendo os atos daqueles a quem acusava?

• governou o Brasil no ambiente internacional mais favorável dos últimos 60 anos?

• e provocou, apesar disso, 33 meses sucessivos de recessão, derrubou o PIB em 8,6% e deixou 14 milhões no desemprego?

• aliou-se a todos os políticos mal falados que combateu quando na oposição (Paulo Maluf, Fernando Collor, José Sarney, Jader Barbalho e tantos outros)?

• sistematizou a corrupção motivando a ação penal do mensalão e os escândalos da Lava Jato?

• tomou dinheiro emprestado a 14% ao ano para que o BNDES, em seguida, concedesse crédito subsidiado às empresas amigas a 6% ao ano, mandando a diferença para o Tesouro, ou seja, à conta dos pagadores de impostos?

• enquanto discursava sobre o nosso petróleo, transformou a Petrobras numa pequena fração do que era, permitiu que a Bolívia nacionalizasse nossas refinarias (um negócio em que, desde a prospecção, a empresa investiu US$1,5 bilhão), sem contar os US$ 8 bilhões do gasoduto que, pelo menos, continua sendo brasileiro?

• teve a audácia de proclamar que acabou com a pobreza, que “pobre agora viaja de avião” e deixou o país com 4,4 milhões de pessoas na extrema pobreza de quem ganha menos de R$ 73 mensais?

• abriu um rombo de R$ 70 bilhões nos fundos de pensão, causa de desespero para mais de 7 milhões de associados dessas instituições em todo o país?

• é declaradamente contra a Lava Jato e escalou como inimigo número 1 o competente juiz Sérgio Moro?

• dá apoio e refúgio a terroristas (Cesar Battisti é apenas um dos casos)?

• capturou e devolveu a Fidel os boxeadores que fugiram da delegação cubana no Pan-Americano de 2007?

• apoia politicamente e financiou os governos comunistas de Cuba, Venezuela e demais países do Foro de São Paulo?

• através de seus vereadores homenageia líderes comunistas e guerrilheiros com nomes de ruas?

• concede apoio explícito a companheiros condenados pela justiça por graves crimes?

• revela verdadeira fobia pela construção de presídios e por órgãos de segurança, resultando em gravíssimo incremento da violência?

• manifesta incondicional dedicação aos direitos humanos dos bandidos e total desconsideração aos direitos das vítimas?

• se empenha em inibir a ação armada das instituições policiais e se dedica à causa do desarmamento dos cidadãos?

• é contra a redução da maioridade penal?

• criou o MST e movimentos sociais semelhantes, apoiando suas truculentas invasões às propriedades públicas e privadas, bem como a expansão de reservas indígenas sobre áreas de lavoura?

• alegando a laicidade do Estado, promove e protege atividades pedagógicas e material didático que visam se contrapor aos valores morais e às orientações familiares?

• criou o kit gay e financiou, com recursos públicos, a parada gay e a marcha das vadias?

• manipula o material didático, a interpretação dos fatos históricos e oculta do conhecimento escolar livros de autores liberais e conservadores?

• apoia a legalização do aborto?

• criou, com Fidel Castro, o “Foro de São Paulo”, onde ditadores e simpatizantes entram em conluio para produzir a hegemonia comunista na América Latina?

• tentou e continua tentando acabar com a lei de anistia e manipula a História para transformar guerrilheiros e terroristas comunistas em paladinos da democracia?

• promove gigantesco aparelhamento da administração pública, dos órgãos de Estado, dos tribunais superiores e do corpo docente das universidades?

• perdoou dívidas de ditadores africanos e tiranetes sul-americanos para favorecer contratação de obras suspeitíssimas, financiadas com recursos do BNDES e que hoje ensejam investigações análogas às que ocorrem no Brasil?

• elevou a taxa de evasão escolar entre os jovens de 7,6% para 16,5%?

• aumentou a taxa de desocupação dos jovens brasileiros de 9,5% para 25,8%?

• investiu no porto cubano de Mariel, dez vezes mais do que nos portos brasileiros?

• tentou implantar o decreto 8423 que instituiria os conselhos bolivarianos no Brasil, em afronta à Constituição e ao Congresso Nacional?

• atraiu, irresponsavelmente, a Copa de 2014 e os jogos Olímpicos de 2016, ensejando corrupção em valores bilionários e dispêndios que a nação não suportava?

• governou com absurdos 40 ministérios para distribuir cargos e favores a camaradas, companheiros, amigos e protegidos?

Quem errar não é brasileiro, nem estrangeiro. É alienígena.


quinta-feira, 26 de julho de 2018

Carta de um semianalfabeto para outro idem


Isto é uma carta de Lula ao presidente do Sindicato dos Metalúrgicos do ABC, o “cumpanhêro” Wagner Santana, escrita há uns três dias.

A letra, os erros gramaticais e o teor da carta não me surpreendem. Lula nunca me surpreendeu, nem contra nem a favor. Ele é o que sempre foi: o notório ignorante que conheço desde meados dos anos 70, quando começou a despontar como líder sindical e, em 40 anos, não mudou nada. Aliás, Lula já nasceu predestinado a ser sempre o mesmo menino que se orgulhava do irmão que roubava e levava para casa a mortadela da padaria onde trabalhava (dito pelo próprio); o mesmo cara que aos 19 anos, com os cornos cheios de cachaça, trocou o dedo mindinho - que botou propositalmente debaixo de uma prensa - por uma indenização de 350 mil cruzeiros (dito por um colega); o mesmo que fez vista grossa para o assassinato de Celso Daniel e o mesmo que saqueou o Brasil por 13 anos.

Não me surpreende, mas me indigna. Não exatamente Lula, mas fico indignado com quem votou nele nem que tenha sido uma vez só sabendo, tanto quanto eu, que se tratava de um ignorante sem escrúpulos, portanto, absolutamente incapaz de exercer qualquer carreira política, que dirá a Presidência da República.

Deu no que deu. Infelizmente ninguém ouviu Paulo Francis advertir, ainda em 1989, que se ele chegasse ao poder, o país viraria uma “grande bosta”.

terça-feira, 24 de julho de 2018

O Cume - Fado Corrido (Vídeo)


Nadi Nadais

O CUME
Poesia tradicional portuguesa

No cume daquela serra
Plantei uma roseira
A rosa no cume cresce
A rosa no cume cheira

Quando cai a chuva grossa
A água o cume desce
O orvalho no cume brilha
O mato no cume cresce

Mas logo que a chuva cessa
Ao cume volta a alegria
Pois volta a brilhar depressa
O sol que no cume ardia

E quando chega o Verão
E tudo no cume seca
O vento o cume limpa
E o cume fica careca

Ao subir a linda serra
Vai-se o cume aparecendo
Mas começando a descer
O cume se vai escondendo

Quando cai a chuva fria
Salpicos no cume caiem
Abelhas no cume picam
Lagartos do cume saem

E à hora crepuscular
Tudo no cume escurece
Pirilampos no Cume brilham
E a lua no cume aparece

E quando vem o Inverno
A neve no cume cai
O cume fica tapado
E ninguém ao cume vai

Mas a tristeza se acaba
E de novo vem o Verão
A neve do cume sai
E todos ao cume vão

Velhinhos do Congresso querem continuar mamando à nossa custa, já não chega?


Time de octogenários de olho em reeleição tem deputado com quase 40 anos de Câmara - Folha

Se for reeleito, Vicente Arruda (PR-CE) terminará seu sétimo mandato na Câmara em 2022 com 93 anos. O deputado, que é o mais velho da Casa, não é o único octogenário que pretende disputar vaga nas eleições de 2018.

Há oito parlamentares nesta legislatura que atualmente têm mais de 80 anos. Destes, pelo menos cinco devem concorrer novamente este ano. O levantamento não leva em conta o deputado Paulo Maluf (PP-SP), que, aos 86 anos, está afastado do mandato e em prisão domiciliar em São Paulo.

Aos 81, Arolde de Oliveira (PSD-RJ) é um dos caçulas do grupo. Afirma que chegou a pensar em não concorrer este ano em prol da renovação na Casa. "Mas a lei eleitoral não vai permitir essa renovação, e eu acho que posso ser útil no próximo mandato", diz o deputado, que apoia o presidenciável Jair Bolsonaro (PSL-RJ).

Interessados na disputa têm até 15 de agosto para registrar sua candidatura no TSE (Tribunal Superior Eleitoral).

No outro lado do espectro político, está a ex-prefeita de São Paulo e deputada federal há 19 anos Luiza Erundina (PSOL-SP). Com 83 anos, deve concorrer para tentar passar os próximos quatro no Congresso.

A parlamentar nascida em 1934 tem participado de eventos e aposta nas redes sociais, que utiliza para dialogar com os eleitores jovens - marca de sua campanha para a prefeitura da capital paulista em 2016.

Na sexta (20), impedida de ir a São José do Rio Preto (SP) por causa de problemas no aeroporto de Congonhas, gravou um vídeo para os seguidores de sua página no Facebook: "Estamos firmes, os obstáculos não nos desanimam".

Se comparada a Simão Sessim (PP-RJ), 83, a deputada do PSOL pode ser considerada uma novata na Câmara. O deputado completa 39 anos de mandato em 2018. Foi eleito pela primeira vez em 1979 pela Arena, partido que dava sustentação à ditadura militar.

Depois, passou por PDS, PFL, PPR, PPB até firmar-se no PP, partido pelo qual sairá candidato novamente. Questionado pela reportagem se não tinha pensado em se aposentar, o deputado reagiu: "Eu sou candidato, minha filha. Estou na rua, fazendo campanha, como vou responder isso?"

É o contrário do que pretende Bonifácio de Andrada (DEM-MG), o único do grupo a afirmar à Folha que não deve tentar a reeleição neste pleito —"Mas as coisas sempre podem mudar”, disse no início de julho. Andrada, que deu parecer contrário à segunda denúncia contra o presidente Michel Temer em 2017, pretende se aposentar depois de dez mandatos: assim como Sessim, está na Câmara desde 1979. No lugar, vai lançar o filho, o deputado estadual Lafayette de Andrada (PRB-MG).

Ao passar o bastão, segue uma tradição familiar: a linhagem política do clã Andrada remonta à Independência. Além disso, seu pai, José Bonifácio Lafayette de Andrada não foi deputado, como presidia a Casa quando foi decretado o AI-5, em 1968.

A Folha não conseguiu contatar os deputados Paes Landim (PTB-PI), 81, Mauro Lopes (MDB-MG), 82, e Marcelo Ortiz (Podemos-SP), 84.

Copa do Mundo e o racismo à flor da pele


Ana Paula Henkel - Estadão


A emocionante e inesquecível Copa do Mundo de 2018 encantou o mundo e revelou para o grande público Kylian Mbappé, o menino genial nascido em Bondy, próximo a Paris, único adolescente além de Pelé a marcar na final de um mundial. Francês de nascimento e criação, é companheiro de Neymar no Paris Saint-Germain e roubou a cena, com mérito. A taça é da França, mas todos ainda estão falando de Mbappé. Alguns de seu talento, já notável nas divisões de base, outros mais preocupados em fazer proselitismo racialista por conta de sua ascendência camaronesa pelo lado paterno e argelina pela mãe, a ex-jogadora de handebol Fayza.

De todas as reações do lado eugenista, uma das que lamentavelmente mais repercutiu foi a do ativista, apresentador e comediante Trevor Noah. Nascido em Johanesburgo, filho de pai suíço e mãe sul-africana, Noah fomentou uma polêmica com o governo francês por uma “piada” que parabenizava sua África natal pela conquista francesa. Noah, ecoando o discurso racialista de muitos, mistura propositalmente cultura e genética, como se parabenizar Mbappé e seus companheiros pela criação na França, dentro da cultura francesa e com as benesses de ser francês, negasse sua carga genética negra.

A resposta de Noah em seu programa, o The Daily Show, aos franceses foi que ele se sente no direito de elogiar tanto Mbappé ser “francês” quanto “africano” e isto seria o verdadeiro discurso de tolerância e uma ode ao multiculturalismo, quando na verdade é, seguindo os argumentos racistas que remontam as abjetas leis Jim Crow, dos seus queridos correligionários do Partido Democrata, que o “sangue” africano de Mbappé definiria sua identidade ao menos tanto quanto a cultura, a língua e os laços sociais que ligam o jovem atacante à França. Eugenia, por mais disfarçada que seja por uma tropa de roteiristas do primeiro time da TV americana, será sempre eugenia.

A questão é mais séria do que parece e envolve algumas das mais complexas e delicadas divisões políticas do mundo atual, na qual o esporte internacional acaba se inserindo, mesmo que a contragosto. Meu marido, Carl Henkel, é californiano da gema e representou a seleção americana de vôlei de praia também em jogos olímpicos. Ele é neto de alemães, como o sobrenome não nega, mas seus títulos não estão sendo disputados por Angela Merkel até onde eu sei. Carl é americano, sempre foi e sempre será, e sua formação, não apenas acadêmica mas atlética, foi construída e moldada com todos os incentivos e benesses de uma nação livre e próspera. Sua origem germânica não parece despertar a atenção de uma imprensa cada vez mais preocupada com a cor da pele dos atletas, um retrocesso civilizacional que precisamos combater antes que seja tarde. O esporte não é isso.

Duas legítimas famílias portuguesas, os Mendes e os Rodrigues, por sorte se encontraram no sul de Minas, e cá estou eu. Sou mineira com orgulho, descoberta para o esporte no querido Minas Tênis Clube, mas também com ascendência portuguesa. Lendo o noticiário e seguindo o raciocínio racialista de gente como Trevor Noah, estou quase convencida de que minhas medalhas poderiam ser reivindicadas pela Federação Portuguesa de Voleibol (FPV). Espero que Marcelo Rebelo de Sousa, atual presidente do país, não comece a ter idéias sobre isso.

A ignorância (ou má-fé) de muitos “fiscais de melanina” que resolveram teorizar sobre a cor da pele de Mbappé, e outros jogadores da equipe francesa, fica mais evidente quando lembramos que recentemente a França foi alvo de ataques terroristas, alguns realizados por muçulmanos com nacionalidade francesa, em locais próximos de onde o craque foi criado. Enquanto Mbappé treinava para se tornar uma das maiores revelações da história recente do esporte, outros jovens franceses também descendentes de estrangeiros estudavam como causar mortes de inocentes. Quem acredita que o determinante, nos dois casos, é a cor da pele ou a carga genética, deveria realmente se envergonhar.

A politização radical do esporte, que já combati em artigos anteriores como quando questionei a injustificável incorporação de “mulheres transgêneras”, homens biológicos com estrutura física de homem, em esportes femininos, continua na sua agenda de desfigurar o que deveria ser o terreno do congraçamento, da paz e da união dos povos. O último penetra da festa do esporte é a agenda política da imigração desenfreada para países ocidentais, que coloca sob ataque o que sempre foi consensual e pacífico: cada país soberano tem o direito de ter fronteiras e estabelecer critérios de imigração que beneficiem, em primeiro lugar, seus próprios cidadãos legais.

A integração é a única saída, não apenas para a imigração quanto para o próprio racismo, como resumiu de forma definitiva o reverendo Martim Luther King em seu histórico discurso “Eu tenho um sonho”. Seu sonho era viver num país em que suas filhas fossem julgadas pelo conteúdo do caráter e não pela cor da pele. Imigração legal com integração cultural, aliada a um controle inteligente e eficiente de fronteiras, sempre foi e será algo positivo para todos. Já invasão ilegal, especialmente quando patrocinada por políticos em busca de votos em troca de programas assistencialistas e empresários oportunistas de olho em mão-de-obra barata, é um crime de alta traição e lesa-pátria. O povo americano está cada vez mais alerta sobre isso, como tenho presenciado na vida na América.

Os terroristas que matam inocentes na Europa não podem ser entendidos, monitorados e combatidos pela cor da pele ou pela carga genética, mas pelo caráter e pelas idéias que abraçaram e transformam em ações que colocam a segurança de inocentes em risco, assim como Mbappé é fruto não apenas de aptidão física mas também, e principalmente, dos ideais que incorporou de esforço, talento e superação pelo esporte herdados da França.

Não há lugar para racismo no esporte e no mundo, tanto em campo quanto fora dele. Que o exemplo de Mbappé nos ajude a superar mais essa chaga da humanidade, começando pelas narrativas tóxicas e anti-ocidentais disfarçadas de tolerância.

sexta-feira, 20 de julho de 2018

O jogo do centrão - Estadão, educadamente, classifica a merda armada por Alckmin



Deveria ser proibido para menores de 18 anos o noticiário sobre as articulações do chamado “centrão” em torno da sucessão presidencial.

Para quem não está familiarizado com o subdialeto do baixo clero do Congresso, “centrão” é o nome que se dá ao ajuntamento de partidos fisiológicos que se mobilizam sempre que existe a oportunidade de aumentar seus ganhos em barganhas que, de tempos em tempos, lhes são oferecidas – ou procuradas, que ninguém é de ferro. Nada ali lembra nem remotamente a política como deve ser, isto é, o embate democrático de ideias em torno dos interesses dos eleitores. Tudo o que importa para esses partidos é defender uma divisão equânime do butim estatal entre seus caciques e agregados, e ninguém ali faz muita questão de esconder esse comportamento obsceno.

Somente os incautos acreditam que “centrão” seja o nome de um bloco político legítimo, com aspirações programáticas ideologicamente discerníveis. O “centrão” é apenas um rótulo para vários partidos nanicos, pequenos e médios que buscam avidamente orbitar o poder para auferir benefícios políticos e pecuniários e sabem que, juntos, ganham maior capacidade de constranger o governo ou outra presa qualquer a atender às suas demandas – que se resumem a facilidades, cargos e verbas.

Em circunstâncias normais, candidatos de partidos tradicionais, com compromissos mais sólidos com seus eleitores, rejeitariam de pronto o apoio do “centrão” em suas campanhas, por tudo de nefasto o que esse bloco representa. Afinal, o que esperar de um governo formado a partir da associação com notórios oportunistas? Mas o sistema político-eleitoral brasileiro infelizmente é talhado para produzir aberrações que praticamente inviabilizam a formação de candidaturas competitivas sem coligação com partidos explicitamente fisiológicos.

Assim, o País tem assistido nos últimos dias ao leilão do “centrão” entre diversos candidatos a presidente, de todos os matizes ideológicos. A adesão do bloco, é óbvio, não será definida conforme o posicionamento dos candidatos acerca de questões fundamentais, como tamanho e formato do Estado, modelos de desenvolvimento, políticas sociais e inserção internacional. Termos tradicionais da política como “esquerda”, “centro” e “direita” são, portanto, irrelevantes – é por isso que a expressão “centrão” deve ser lida como uma ironia, pois de centro, naturalmente, esse bloco nada tem. Somente à luz disso é possível entender, por exemplo, a declaração do líder do PR na Câmara, José Rocha (BA), segundo a qual a bancada de seu partido “está meio a meio, há deputados que preferem Jair Bolsonaro e outros que são favoráveis a apoiar Lula”. Afinal, Lula e Bolsonaro só se igualam na geleia geral.

Enquanto o gelatinoso “centrão” não se decide, quase todos os candidatos mais competitivos guardam lugar em suas chapas para um candidato a vice-presidente indicado pelo bloco. Tudo isso na expectativa de adicionar precioso tempo de TV às suas campanhas, algo que, para muitos analistas, pode ser decisivo.

É espantoso, mas ao mesmo tempo revelador dos tempos esquisitos que o País vive, que o apoio do “centrão” seja mesmo considerado o fiel da balança nesta eleição. Depois de todo o movimento em prol do saneamento da política, que tem mobilizado a opinião pública desde a eclosão da Lava Jato, a eleição presidencial mais importante dos últimos tempos pode ser decidida justamente por alguns dos partidos e caciques mais identificados com as baixarias que aviltam a política.

Assim, um governo formado a partir de uma aliança com o “centrão” não augura coisa boa. Por melhores que possam ser as intenções do vencedor da eleição, na hipótese de ser alguém comprometido com as reformas de que o País tão urgentemente necessita, o futuro presidente dificilmente conseguirá implementar sua agenda sem se submeter à costumeira chantagem do “centrão”. E os estragos causados por essa turma na atual legislatura, inviabilizando votações cruciais e aprovando projetos que sabotam o esforço fiscal mesmo depois de arrancar dedos e anéis do governo, deveriam ser suficientes para mostrar que o preço de um punhado de segundos a mais na propaganda eleitoral pode ser alto demais para o País.


sexta-feira, 13 de julho de 2018

Um asno chamado Crivella e seu livro

Semana passada, o prefeito carioca Marcelo Crivella (PRB) disse a pastores que eles deveriam procurar sua assessora Márcia Nunes para agilizar procedimentos médicos destinados aos seus fiéis, mas em seu livro ‘Evangelizando a África’ ele escreveu que a cura passa longe de gabinetes ou consultórios – seria alcançada pela fé. Segundo o então missionário da Igreja Universal do Reino de Deus em países africanos, “os remédios e médicos tratam dos efeitos, mas a causa de todos os males, que é espiritual, somente pode ser tratada com o poder de Jesus”. Na visão de Crivella, “a vontade de Deus para nós é a saúde perfeita” e as doenças “são causadas pelo diabo ou pelas circunstâncias causadas por ele”. Nesta quinta-feira, a Câmara Municipal do Rio discute dois pedidos de impeachment do prefeito, acusado de favorecer evangélicos em atendimentos na rede pública de saúde.

No Quênia, enganando os ingênuos e trouxas

No livro, publicado em inglês em 1999 e lançado no Brasil três anos depois, Crivella fala de “problemas e doenças eminentemente espirituais” e cita “vícios e homossexualidade” entre “os principais sintomas de possessão demoníaca” – os outros são desmaios e dores de cabeça constantes, pensamentos suicidas, insônia e medo. Segundo ele, os problemas físicos, “embora causados pelos espíritos imundos”, “ não significam dizer que a pessoa esteja possessa por um deles”. Diz que tais espíritos causam doenças mentais, físicas e espirituais. Entre estas últimas, ele cita “terríveis dores de estômago, dores de cabeça, tonturas, desmaios, crises e outros sintomas que, quando investigados, não levam a nada”. Como exemplo, Crivella relata o caso de uma enfermeira que, depois da morte do filho, passou a ter “terríveis dores de cabeça”. Após desmaiar e passar dias numa unidade de terapia intensiva, ela conseguiu a cura em um templo da Universal na África do Sul, “quando o espírito imundo foi expulso de sua vida”.

Hoje bispo licenciado da Universal, Crivella revela orar pelos médicos e frisa que a medicina é de Deus, mas ressalta que “o Senhor Jesus sempre lidava com as doenças como algo maligno e as expulsava como se fossem espíritos”. “Talvez hoje em dia chamássemos a febre que afligia o corpo da sogra de Pedro de infecção, tuberculose etc. Mas o Senhor repreendeu a febre, e a febre a deixou”. Para o prefeito do Rio, a questão é simples: “Na verdade, a febre era um sintoma, mas a causa eram os demônios”. Segundo Crivella, “não existe nenhuma situação na Bíblia que poderia nos fazer acreditar que o Senhor tem algum interesse em nos tornar doentes ou que Ele é o responsável por nossas doenças”.

Em outro trecho do livro, ele cita um texto em que o tio Edir Macedo, fundador da Igreja Universal, atribui aos demônios a criação dos microrganismos que causam as doenças: “Toda doença tem uma causa, e essa causa é sempre um vírus, um bacilo, um germe ou uma bactéria que causa a destruição dos tecidos. Perguntamos: de onde vem essa vida? De Deus não pode ser, pois Ele não é destruidor”, conclui. De acordo com o bispo Macedo, para que um microrganismo “se movimente e destrua” é necessário “que haja uma força dentro dele; um espírito destruidor, e não podemos identificá-lo como nenhuma outra coisa, senão como uma força demoníaca”. Assim, para evitar doenças, o bispo receita “a precaução de se encher do Espírito Santo” – ele ressalva, porém, a importância da alimentação sadia e da necessidade de ninguém se expor a doenças transmissíveis.

Da Veja

quarta-feira, 11 de julho de 2018

QUEM PEDIU QUE MORO SE MANIFESTASSE SOBRE O HC DE LULA FOI O PRÓPRIO FAVRETO



Dando uma olhada no habeas corpus de Favreto em favor de Lula, verifiquei que lá no fim o desembargador pede ao “JUÍZO DE PRIMEIRO GRAU” que se manifeste, “se entender necessário”.

Ora, quem é o juiz de primeiro grau do caso? Sérgio Moro. E o que ele fez? Manifestou-se, por entender necessário, exatamente como Favreto determinou.

Pombas! Será que eu, um leigo, descobri a pólvora? Será que nenhum dos ilustres causídicos e magistrados que andam dando palpites a torto e a direito não se deram nem ao trabalho de ler a íntegra da decisão de Favreto? Ou será que é pura má vontade com Sérgio Moro?

Fico com a última opção. De qualquer maneira, lendo ou não, são uns merdas!

Quem quiser ler a merda toda: https://gauchazh.clicrbs.com.br/politica/noticia/2018/07/leia-integra-da-decisao-de-desembargador-do-trf4-que-mandou-soltar-lula-cjjd03ajx0oo401qoemo7w0mm.html

segunda-feira, 9 de julho de 2018

A mentira do Extra e a picaretagem do tal Cacique Cobra Coral

O jornal Extra, resolveu publicar isto:


A Fundação Cacique Cobra Coral (FCCC) - entidade que afirma controlar o clima e tem convênios no Brasil - foi acionada na última sexta-feira por um bilionário britânico, o mesmo que teria contratado a entidade antes do casamento entre o príncipe Harry com Meghan Markle, para afastar as tempestades ou reduzir as chuvas na Tailândia, isolando o espaço aéreo da montanha na província de Chiang Rai, onde estão sendo resgatados meninos presos em uma caverna. Nesta segunda-feira, mais quatro garotos foram retirados, segundo fontes do time de resgate. Ainda há quatro presos.

A médium Adelaide Scritori, que diz incorporar o cacique, afirmou que a operação, que começou há dois na Tailândia, está sendo efetuada de São Paulo, Bangcog , Tóquio e Shangai, países vizinhos e que essa semana estão cercados de sistemas de baixa pressão, devido ao início do período de monções.

Segundo a assessoria de imprensa da FCCC, a tática foi de “não interferir nas monções”, o que poderia causar efeitos colaterais como secas. “O cacique optou por Isolar a região da montanha dando condições de resgate mas com os céus carregados apontados para a área, mostrando que a qualquer momento e como previsto o mundo poderia desabar”. Isso teria forçado as autoridades da Tailândia a aproveitarem a janela aberta nos céus e iniciar o resgate no domingo.

Eu tenho a certeza que a informação, obviamente falsa, foi dada pela tal FCCC, uma picaretagem medieval e escancarada que não tem mais lugar em pleno Século XXI, já que o pasquim cita apenas um "bilionário anônimo" como contratante. Não sabem escrever nem em português, que dirá traduzir alguma informação em inglês.

domingo, 8 de julho de 2018

O “burrículo” de um desembargador escroto



O desembargador federal Rogério Favreto, que mandou soltar o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva neste domingo trabalhou no primeiro governo do petista ao lado de ex-ministro José Dirceu e com a presidente cassada Dilma Rousseff na época em que ela era ministra da Casa Civil.

Faverto estava de plantão do Tribunal Regional Federal da 4ª Região, desde sexta-feira, 6. Ele acolheu pedido de três deputados do PT, Paulo Teixeira (PT-SP), Paulo Pimenta (PT-RS) e Wadih Damous (PT-RJ), suspendendo a execução provisória da pena até que a condenação em segundo grau contra o ex-presidente transite em julgado.

Antes de ser desembargador, Favreto ocupou cargos em gestões petistas, inclusive na era Lula e na gestão de Tasso Genro (PT) à frente da Prefeitura de Porto Alegre. Ao longo de 1996, coordenou a assessoria jurídica do Gabinete do Prefeito. 

Nos governos Lula, esteve em quatro ministérios diferentes. Primeiro, foi para a Casa Civil em 2005, onde trabalhou na Subchefia para Assuntos Jurídicos sob a chefia de José Dirceu e, depois, de Dilma Rousseff.

Nos anos seguintes, foi chefe da consultoria jurídica do Ministério do Desenvolvimento Social, cujo titular era o também petista Patrus Ananias. Depois, passou pela Secretária de Relações Institucionais e pelo Ministério da Justiça, nos anos em que Tasso comandava as pastas.


Estadão

sábado, 7 de julho de 2018

Brasil em segundo no ranking mundial de ignorância. Parabéns Paulo Freire!



Um novo estudo descobriu que um grande número de pessoas em algumas das nações mais desenvolvidas do mundo ignoram muitos tópicos importantes. O estudo “Perigos da Percepção” de 2017 da Ipsos MORI avaliou a percepção de 29.133 pessoas em todo o mundo sobre temas relacionados à sua nação e outros.

Os temas incluíram taxas de homicídio e suicídio, mortes resultantes de terrorismo, gravidez na adolescência, prisioneiros nascidos no estrangeiro e problemas de saúde como vacinas e diabetes. Outras questões abordadas nas entrevistas incluíram religião, consumo de açúcar e álcool e a porcentagem de pessoas que usam o Facebook e smartphones.

Os resultados mostraram que as pessoas em quase todas as 38 nações que participaram do estudo eram ignorantes nos tópicos mencionados, mas alguns eram piores do que outros. Os dados compilados mostraram que os escandinavos tinham a melhor ideia do que estava acontecendo em casa e no exterior, já que a Dinamarca, a Noruega e a Suécia foram as mais precisas, com os suecos assumindo o topo. No outro extremo do espectro, os três últimos em ordem decrescente foram Filipinas, Brasil e África do Sul.

Ranking da Ignorância
  1. South Africa
  2. Brazil
  3. Philippines
  4. Peru
  5. India
  6. Indonesia
  7. Colombia
  8. Mexico
  9. Turkey
  10. Saudi Arabia
  11. Argentina
  12. Italy
  13. Chile
  14. Japan
  15. Malaysia
  16. France
  17. South Korea
  18. Hungary
  19. New Zealand
  20. Netherlands
  21. Hong Kong S.A.R.
  22. Poland
  23. United States of America
  24. Russia
  25. Germany
  26. Australia
  27. China
  28. Singapore
  29. Israel
  30. United Kingdom
  31. Belgium
  32. Canada
  33. Republic of Serbia
  34. Montenegro
  35. Spain
  36. Denmark
  37. Norway
  38. Sweden


sexta-feira, 6 de julho de 2018

Crivella: o sem-vergonha que governa só para a Universal e o “resto” dos cariocas que se danem


“Deus nos deu a oportunidade de estar na Prefeitura para esses processos andarem.”

“É esse Brasil evangélico que vai dar jeito nessa pátria.”

“Vamos aproveitar esse tempo na prefeitura para arrumar nossas igrejas.”

“Se os irmãos tiverem alguém na igreja com problema de catarata, se os irmãos conhecerem alguém, por favor falem com a Márcia. É só conversar com a Márcia que ela vai anotar, vai encaminhar, e daqui a uma semana ou duas eles estão operando.”

“É muito importante os irmãos ficarem com o telefone da Márcia ou do Marquinhos porque às vezes ocorre um imprevisto. Se houver caso de emergência, liga. Liga para a Márcia.”

O Globo

Em agenda secreta no Palácio da Cidade, na quinta-feira, o prefeito Marcelo Crivella ofereceu ajuda a pastores e líderes de igrejas que tenham problemas com IPTU em seus templos ou que queiram angariar fiéis que necessitem de cirurgias de catarata e varizes.

Intitulado “Café da Comunhão”, o encontro foi combinado por WhatsApp, em mensagem à qual O GLOBO teve acesso. Os organizadores pediram aos presentes que levassem “reivindicações por escrito, relações de suas igrejas e número de membros”.

O prefeito discursou por mais de uma hora, na presença do pré-candidato a deputado federal pelo PRB, Rubens Teixeira.

- Na prefeitura, estamos fazendo mutirão da catarata. A Márcia trabalha comigo há quinze anos. Ela conhece os diretores de toda a rede federal, Ipanema, Lagoa, Andaraí, Bonsucesso, do Fundão, ela conhece os diretores de todos os hospitais da rede municipal que eu já apresentei a ela, que já vieram e almoçaram conosco, de maneira que ela me representa em todos esses setores, Miguel Couto, Souza Aguiar, Lourenço, Salgado, Piedade e por aí afora. Nós estamos fazendo o mutirão da catarata. Contratei 15 mil cirurgias até o final do ano. Então se os irmãos tiverem alguém na igreja com problema de catarata, se os irmãos conhecerem alguém, por favor falem com a Márcia. É só conversar com a Márcia que ela vai anotar, vai encaminhar, e daqui a uma semana ou duas eles estão operando - disse, emendando:

- A outra são varizes. A maioria são mulheres que estouram uma variz na perna e abre uma ferida que não fecha. E a senhora apenas troca o curativo. Hoje existe uma maneira, injeta na veia dela uma espuma medicinal e fecha a ferida, uma benção. Também por favor falem com a Márcia. E tem a vasectomia para os homens, estamos zerando a fila. É muito importante os irmãos ficarem com o telefone da Márcia ou do Marquinhos porque às vezes ocorre um imprevisto. Se houver caso de emergência, liga. Liga para a Márcia e ela liga para mim, para o Marquinhos… É importante você ter um canal para poder socorrer num momento de emergência.

Sobre problemas de pastores com impostos, Crivella informou que é preciso “dar um fim nisso”.

- Tem pastores que estão com problemas de IPTU. Igreja não pode pagar IPTU, nem em caso de salão alugado. Mas, se você não falar com o doutor Milton, esse processo pode demorar e demorar. Nós temos que aproveitar que Deus nos deu a oportunidade de estar na Prefeitura para esses processos andarem. Temos que dar um fim nisso.

Crivella também ofereceu soluções para outros problemas, como, por exemplo, pontos de ônibus distantes de igrejas.

- Às vezes o pastor está na porta da igreja e diz assim: ‘quando o povo atravessa, pode ser atropelado’. Vamos botar um sinal de trânsito. Vamos botar um quebra-molas. Ou então o pastor diz assim: ‘o ponto de ônibus é lá longe, o povo desce e vem tomando chuva até a porta da igreja’. Então vamos trazer o ponto pra cá. Vamos aproveitar esse tempo que nós estamos na prefeitura para arrumar nossas igrejas. Se vocês quiserem fazer eventos no parque Madureira, está aqui o nosso líder, que é o doutor Valmir. Se vocês tiverem problema, tem o Manassés, o nosso companheiro, que cuida das pessoas com problema de vícios em drogas. Contem conosco, este palácio está aberto a vocês. Qualquer coisa, nossa equipe está aqui. Se as igrejas estiverem bem, crescendo, quantas tragédias não vamos evitar?

No fim do evento, a mulher de Crivella puxou uma oração:

- Que a Justiça venha a reinar nessa cidade, Senhor - disse ela.

Na sequência, a equipe de assessores de Crivella passou a anotar as demandas e pedidos dos presentes. Um dos organizadores anunciou que um novo encontro com “novos pastores” está previsto para acontecer “em breve”, e disse que, na ocasião de qualquer problema, os fiéis poderiam procurar a sala 1501 no prédio da prefeitura.

Em nota, a prefeitura informou que a reunião teve como objetivo prestar contas e divulgar serviços importantes para a sociedade, entre eles o mutirão de cirurgias de catarata e o programa sem varizes. E ressaltou que o prefeito “já recebeu os mais diversos representantes da sociedade civil, para tratar dos mais variados assuntos, tanto em seu gabinete quanto no Palácio da Cidade”.

quarta-feira, 4 de julho de 2018

Pasmem senhores: Lula criou até estatal que fabrica camisinhas - que faliu, é claro



Em crise, fábrica estatal de camisinhas na floresta naufraga e para produção - Folha

Anunciada como promessa de saída sustentável para o abastecimento nacional de preservativos, a fábrica estatal de camisinhas de Xapuri (AC) interrompeu sua produção e tem futuro incerto.

Com o nome de Natex, o empreendimento foi inaugurado em 2008, com investimentos do Ministério da Saúde, na gestão do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e do então governador Jorge Viana (PT). A administração ficou a cargo da Fundação de Tecnologia do Estado do Acre.

Localizada na terra do líder ambientalista Chico Mendes, a fábrica foi pioneira por utilizar látex de seringueiras nativas. A ideia é que ela gerasse renda à comunidade local, ao mesmo tempo em que abastecesse o programa nacional de distribuição de camisinhas.

O Ministério da Saúde comprometeu-se a comprar toda a produção, com capacidade anual de 100 milhões de preservativos (quase um quarto do total distribuído ao ano no país), o que por algum tempo de fato ocorreu.

A quantidade adquirida, porém, despencou em meio a dificuldades financeiras do estado e a uma nova dinâmica na produção de matéria-prima.

Segundo a pasta, o contrato para o período de 2015 e 2016 previu 100 milhões de camisinhas. Já a compra mais recente, para fornecimento até 2017, foi de 41 milhões de unidades.

Neste ano, a situação se agravou, e a produção foi interrompida há um mês, de acordo com funcionários.

O prefeito de Xapuri, Bira Vasconcelos (PT), confirma e diz que todos os trabalhadores da indústria receberam aviso prévio no início de junho. Afirma que o município e o estado ainda buscam uma saída.

Para ele, a situação da fábrica decorre da insuficiência do valor pago pelo governo federal, de R$ 0,14 por preservativo. Segundo ele, o custo total é maior, e a gestão estadual vinha arcando com o valor extra, mas, com a crise econômica, não teve mais condições financeiras. "O custo está inviabilizando a fábrica", diz. "Estão vendo só o lado econômico, esquecendo os benefícios sociais e ambientais."

Em nota, o ministério diz que o contrato de 2018 para a compra de preservativos de Xapuri está em fase de "negociação de preço". A pasta afirma ainda que todas as aquisições "seguem a tramitação legal na busca do melhor custo e benefício", levando em conta itens como avaliação de preço de mercado, concorrência entre fabricantes, qualidade e custo do produto na fábrica.

Procurada, a gestão Tião Viana (PT) afirmou apenas que o governo está realizando reuniões a respeito da situação da Natex e que se pronunciaria em breve. Em 2016, o estado tentou privatizar a estatal, mas não houve interessados.

Neste ano, houve nova tentativa de terceirizar a gestão. Uma das empresas procuradas para assumir a fábrica foi a Cooperacre, que reúne mais de 20 cooperativas extrativistas. "Fomos sondados, mas não temos condição de assumir agora", afirma o presidente, Manoel José da Silva.

Segundo o prefeito do município, outras alternativas em estudo para a Natex são mudanças logísticas para reduzir custos e mesmo pessoal. Não está descartada a transformação da fábrica em outro empreendimento, como uma indústria de luvas cirúrgicas.

Mesmo que se encontre uma saída, a reabertura dos trabalhos esbarrará em outro problema: a disponibilidade de látex nativo. Sem vender para a indústria, os seringueiros encontraram outro cliente, justamente a Cooperacre.

Em vez de látex, a empresa compra o GEB (granulado escuro brasileiro), composto sólido usado para a fabricação de objetos como pneus e sola de calçados. Segundo o líder local dos seringueiros, Francisco Assis de Oliveira, o preço pago pelo produto é similar ao do látex para preservativo.

O trabalho que os seringueiros têm, porém, é bem menor. Isso porque, para obter o látex, é preciso sangrar a árvore e voltar para recolher o látex no mesmo dia. No caso do GEB, espera-se mais tempo para retornar. Além disso, diz, em 2017 a Natex atrasou a compra, gerando insegurança.

Segundo ele, durante um bom tempo a fábrica foi a única compradora dos extrativistas, mas ultimamente "estava ficando difícil convencer o seringueiro [a produzir látex]".

Independente da saída, o problema gera desgaste ao governo Viana. "Eles tinham venda garantida e mesmo assim conseguiram parar a fábrica", diz o deputado estadual Antônio Pedro (PDT), natural de Xapuri, que afirma ter recebido denúncias de trabalhadores com salário atrasado.

Ex-diretor de Programa Nacional de DST e Aids, com passagens pelos governos FHC e Lula, Pedro Chequer conta que a ideia da fábrica de preservativos começou a ser estudada no fim dos anos 1990, quando havia problemas constantes na importação do produto para o Brasil.

Hoje, diz, não há mais risco imediato de desabastecimento, porque há disponibilidade de outros fabricantes e porque muitas pessoas têm deixado de se proteger. Para ele, porém, o empreendimento era estratégico, ao gerar renda e ser um passo inicial para a autossuficiência na produção de preservativos no país.