quarta-feira, 30 de novembro de 2016

Quem é Weverton Rocha, o energúmeno canalha que, junto com mais 312 vagabundos, esculhambou as dez medidas contra a corrupção


E a bichona surtou, cruuuuzessss!

Lamia, a companhia aérea que significa demônio

Et occurrent dæmonia onocentauris et pilosus clamabit alter ad alterum ibi cubavit lamia et invenit sibi requiem
(Vulgata - Isaías 34, 14) 

Lamia: eu bem que estava desconfiado do nome da companhia aérea cujo avião caiu com o time do Chapecoense. Tinha a impressão que já tinha ouvido sobre as lamias e que significavam algo de ruim.

Não que eu atribua alguma ligação demoníaca ao acidente, até porque a Lamia do avião significa Línea Aérea Mérida Internacional de Aviación, Compañía Anónima, mas é curioso que ninguém tenha se tocado da homonímia de extremo mau gosto.

Eu estava certo. Lamia, na mitologia grega, era uma rainha da Líbia que se tornou um demônio devorador de crianças. Chamavam-se também de lamias, alguns tipos de monstros, bruxas ou espíritos femininos, que atacavam jovens ou viajantes e lhes sugavam o sangue. Sua aparência varia de lenda para lenda. Na maior parte das versões, contudo, seu corpo, abaixo da cintura, tem a forma de uma cauda de serpente.

De acordo com a versão mais corrente, Lamia era uma belíssima rainha da Líbia, filha de Poseidon e amante de Zeus, de quem concebeu muitos filhos, dentre os quais a ninfa Líbia. Hera, mulher de Zeus, corroída pelos ciúmes, matava seus filhos ao nascer e, ao final, a transformou em um monstro (em outras versões Lamia foi esconder-se em uma caverna isolada e o que a transformou em um monstro foi seu próprio desespero). Por fim, para torturá-la ainda mais, Lamia foi condenada por Hera a não poder cerrar os olhos, para que ficasse para sempre obcecada com a imagem dos filhos mortos. Zeus, apiedado, deu-lhe o dom de poder extrair os olhos de vez em quando para descansar.

Lamia mitológica serviu de modelo para as lamias (Lamiae em latim), ora descritas como bruxas, ora como espíritos e ora monstros, humanos da cintura para cima, mas com caudas de serpente. As lamias atraíam os viajantes expondo os belos seios e emitindo um agradável cicio, para depois matá-los, sugar seu sangue e devorar seus corpos. Neste aspecto, as lamias constituem um antecedente dos súcubos da Idade Média e das modernas vampiresas.

Com frequência a Lamia é descrita nos bestiários de outras culturas como criaturas de natureza selvagem e maligna, com garras nas patas dianteiras, cascos nas patas traseiras, rosto e busto femininos e o corpo coberto de escamas. Também é associada à Lilith da mitologia hebraica. Nos folclores neo-helênico, basco e búlgaro podem ser encontradas lendas sobre Lamias, herdeiras da tradição clássica.

Na mitologia basca, as lamias são gênios com pés e garras de ave e cauda de peixe. Quase sempre femininos e de admirável beleza, moravam nos rios e fontes, onde costumavam pentear suas longas cabeleiras. São em geral amáveis, mas ficam enfurecidas se alguém rouba seus peixes. Às vezes se apaixonam por mortais e até têm filhos com eles, mas não podem se casar.

No folclore búlgaro, as lamias são criaturas misteriosas, geralmente femininas, com muitas cabeças, que, se cortadas podem se regenerar (como a Hidra de Lerna). Vivem em cavernas ou no subsolo e atormentam os povoados, alimentando-se de sangue humano ou devorando mulheres jovens. Em algumas versões têm asas, em outras sua respiração é de fogo.

Em Isaías XXXIV - 14, a Vulgata latina se refere a lamia uma única vez: et occurrent dæmonia onocentauris et pilosus clamabit alter ad alterum ibi cubavit lamia et invenit sibi requiem. Na versão da Bíblia em português, ficou assim: “e as feras do deserto se encontrarão com hienas; e o sátiro clamará ao seu companheiro; e Lilite pousará ali, e achará lugar de repouso para si”, onde Lilite (ou Lilith) é Lamia.



A foto e o nome de uma canalha


313 picaretas, às 4 da manhã, desfiguram leis contra corrupção

“Foi um resultado democrático do plenário”, disse o chefe do bando, Diguinho Maia

O plenário da Câmara desfigurou completamente o relatório de medidas de combate à corrupção e tirou do texto pontos-chave como a criminalização do enriquecimento ilícito, a criação do figura do “reportante do bem” - que recebe recompensa por denunciar ilegalidades -, o aumento do prazo de prescrição dos crimes e passar a contá-lo a partir do oferecimento da denúncia e não do seu recebimento, excluiu o acordo penal - onde a sanção possa ser negociada e aceita pelo autor do crime - e tira todas as regras sobre celebração de acordo leniência. Os parlamentares ainda incluíram no projeto a tipificação do crime de abuso de autoridade para magistrados e integrantes do Ministério Público.

Das dez medidas originais apresentadas pelo Ministério Público, autor do pacote, duas permaneceram integralmente - criminalização do caixa dois e o artigo que exige que os tribunais de Justiça e o Ministério Público divulguem informações sobre tempo de tramitação de processos e que se identifiquem as razões da demora de julgá-los. Permaneceu parcialmente a limitação do uso de recursos que protelam o andamento dos processos e a medida que torna corrupção em crime hediondo quando a vantagem ou prejuízo para a administração pública for igual ou superior a dez mil salários mínimos vigentes à época do fato.

A derrota do relator Onyx Lorenzoni (DEM-RS) foi acachapante. Todos os destaques apresentados para mudar seu relatório foram aprovados. Em todas as votações ele foi derrotado por placar elástico, com mais de cem votos de diferença em cada ponto. Foi uma revés pessoal do relator, que, ao longo desse debate, irritou dezenas de deputados, de todos os partidos, por, principalmente, ter se aproximado de integrantes do Ministério Público e, em suas declarações, ter “jogado” seus pares contra a opinião pública. Ele foi duramente criticado na sessão de votação e vaiado várias vezes. Lorenzoni estava isolado no plenário.

Diante das sucessivas derrotas, o relator implorou para que o plenário não excluísse mais um ponto do texto, um destaque do PSOL, sem sucesso. O destaque pedia a exclusão do trecho sobre o acordo penal, que poderá ser formalizado depois do recebimento da denúncia e até o momento da promulgação da sentença, o que implicaria na confissão do crime e reparação do dano.

— Pelo amor de Deus, mantenham essa medida, valiosíssima para a vida das pessoas - pediu Lorenzoni.

O relator viu a medida que considera sua preferida, a da reportante do bem, ser atropelada no plenário. Foi rejeitada por 392 votos a 36 contra. Até mesmo seu partido, o Democratas, o abandonou. Nesse caso, o líder da legenda, orientou votação contrária, e, num discurso duro, o líder da legenda, Pauderney Avelino (AM), comparou a iniciativa a uma prática nazista.

— Se aprovado, isso transformaria o Brasil num Estado de exceção, numa Alemanha nazista, numa Gestapo (polícia secreta do 3º Reich) - disse Avelino.

Após a derrota e o fim da sessão, às 04:30, Lorenzoni criticou as mudanças em seu relatório e disse que, “movidos por vingança”, os parlamentares criaram uma crise institucional.

— Lamentavelmente o que a gente viu foi uma desconfiguração completa do relatório, e trouxeram essa famigerada situação de ameaça, de cala a boca, de agressão ao trabalho dos investigadores brasileiros - disse o deputado: — A Câmara perdeu uma excelente oportunidade de prestar um serviço ao Brasil e, movidos por sede de vingança contra o Ministério Público e o Judiciário, começaram uma crise institucional que deve se agravar.

Ao final da sessão, Rodrigo Maia disse apenas que o resultado foi democrático:

— Foi um resultado democrático do plenário.

Já cansados, quase às 4h da madrugada de quarta-feira, parlamentares chegaram a cantar parabéns aos deputados aniversariantes, Luiza Erundina (PSOL-SP) e Arnaldo Jordy (PPS-PA).

Por 450 votos a 1, e três abstenções, os deputados referendaram o substitutivo de Lorenzoni, com medidas como a que criminaliza o caixa dois, a venda de voto e o enriquecimento ilícito, com pena de 3 a 8 anos de cadeia, além do confisco dos bens relacionados ao crime, e estabelece pena severa para o agente corrupto, transformando a corrupção em crime hediondo quando a vantagem ou prejuízo para a administração pública for igual ou superior a cem salários mínimos. O texto aprovado estabelece ainda uma gradação das penas considerando o valor da vantagem e o prejuízo dos cofres públicos e até o setor atingido pela corrupção, além de aumentar a pena do estelionato, hoje de 1 a 5 anos de cadeia, para 2 a 8 anos.


terça-feira, 29 de novembro de 2016

O que os babacas de matizes semelhantes vomitam sobre Fidel

Manifestações de idiotas esquerdopatas sobre a morte do maior canalha do Século XX tiradas de um texto de Eduardo Wolf no Estadão.

Lula da Silva pranteou o ditador classificando-o como o “maior de todos os latino-americanos”;

Fernando Henrique Cardoso divulgou nota em que trata o ditador por “homem gentil” e “bom interlocutor”, reservando mais críticas a um futuro governo Donald Trump, sobre o qual nada se sabe ainda, do que aos milhares de mortos que o castrismo objetivamente deixou.

Marco Aurélio Nogueira, professor de teoria política da Unesp, afirmou que ser um ditador “não é o aspecto mais relevante da biografia dele [Fidel]” e que é preciso “dar valor (…) ao lado sapiens e ao lado demens” das pessoas, pois, do contrário, não conseguiremos fazer da democracia um “valor universal”.

Luiz Carlos Bresser-Pereira, professor da Fundação Getúlio Vargas e ex-ministro nos governos Sarney e FHC, após alguns anos defendendo incansavelmente Hugo Chávez e Nicolás Maduro como verdadeiros exemplos da vontade popular e da verdadeira democracia, enalteceu Fidel Castro e guardou suas ressalvas para o fato de que Cuba traiu o socialismo, que nunca chegou a ser implementado na ilha (nem em parte alguma), sendo apenas um “estado igualitarista”, mas felizmente não se rendeu à traição imperdoável de ser um sistema capitalista.

Cristóvam Buarque, ex-governador do Distrito Federal e ex-Ministro da Educação pelo PT, hoje senador da República pelo Partido Popular Socialista (PPS), tratou Fidel Castro por “herói”, sem qualquer menção ao terror escandaloso implementado por seu regime na ilha caribenha.

Renato Janine Ribeiro, ex-Ministro da Educação petista e professor de Ética da Universidade de São Paulo, saiu-se dramaticamente pior, alegando que “Fidel reprimiu e matou, é verdade”, mas o fez por culpa dos Estados Unidos. Mais: repetindo um chavão indecente dos apoiadores de ditaduras, afirmou que sem o castrismo e seus assassinatos, “Cuba seria o que hoje é o Haiti”. Aqui, não posso não acusar um tipo de deformidade ideológica que compromete até mesmo o caráter do indivíduo capaz desse raciocínio.

Marco Aurélio Nogueira, professor, disse que se não soubermos valorizar o lado bom dos ditadores que perseguem, prendem, torturam e matam, nunca valorizaremos a democracia liberal – de fato, coloquemos esse pequeno delírio na conta das bobagens que, volta e meia, nos escapam nas redes sociais.


Calero-lero nunca me enganou

Gravações-bomba que agora viraram "conversas protocolares", no mais puro estilo Itamaraty do PT de ser. Companhias pra lá de duvidosas.

 Sei não, mas esse cara não me passa firmeza.

Chapecoense


Viva Cuba ... finalmente Libre de Fidel

Nota de Pesar

O Partido Socialismo e Liberdade manifesta seu pesar pelo falecimento do ex-presidente de Cuba, Fidel Castro Ruz. Líder de uma revolução vitoriosa, defensor da paz mundial e principal nome da luta pelo socialismo na segunda metade do século XX, Fidel Castro tornou-se referência na luta contra o imperialismo e as injustiças em nosso tempo. Sua partida, porém, não marca o fim da luta pelo socialismo em Cuba. Sua memória e exemplo seguirão inspirando gerações de lutadores em todo o mundo. Parafraseando o cantor da revolução, Ali Primera, “os que morrem pela vida não podem ser chamados de mortos”. Fidel segue vivo no sonho de justiça e liberdade de cada latino-americano.

Partido Socialismo e Liberdade
Brasil, 26 de novembro de 2016

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Ao General de Exército Raúl Castro Ruz
Primeiro-Secretário do Partido Comunista de Cuba
Ao Comitê Central do Partido Comunista de Cuba

Queridos camaradas,

Em nome dos dirigentes e militantes do Partido Comunista do Brasil (PCdoB) expressamos nossa profunda consternação diante da morte do inesquecível comandante Fidel Castro Ruz.

Fidel Castro foi o principal líder de uma revolução que libertou o povo cubano dos grilhões da dominação imperial, e conduziu sua nação ao caminho do desenvolvimento soberano, com justiça social e liberdade.

Tal feito, em sua dimensão e profundidade, é inédito na história da Nossa América. Sua ousadia e pioneirismo empolgou milhões ao redor do mundo, tendo Fidel tornado-se depositário do carinho e da afeição de pessoas de todos os recantos do globo. Desde a mais remota aldeia da Sibéria até as savanas da África, o nome de Fidel Castro Ruz soa como um grito de luta por liberdade e igualdade.

(...)

Todos devemos muito a Fidel Castro Ruz. Seu exemplo seguirá inspirando gerações de lutadores pela justiça social.

O PCdoB considera que Fidel figura no panteão dos gigantes que lutaram pelo progresso da humanidade, enfrentando o atraso e o obscurantismo.

Inclinamos reverentes nossas bandeiras vermelhas em memória de Fidel Castro ao mesmo tempo em que fazemos soar bem alto o brado altaneiro do eterno comandante:

Viva Cuba!
Viva a Revolução!
Até a vitória, sempre!

Comitê Central do PCdoB


Cuba em números, de novo, só para fixar bem o que o “defensor da paz mundial” e “referência na luta contra as injustiças” fez por essas causas:

Fuzilados: 5.621.
Assassinados extrajudicialmente: 1.163.
Presos políticos mortos no cárcere por maus tratos, falta de assistência médica ou causas naturais: 1.081.
Guerrilheiros anticastristas mortos em combate: 1.258.
Soldados cubanos mortos em missões no exterior: 14.160.
Mortos ou desaparecidos em tentativas de fuga do país: 77.824.
Civis mortos em ataques químicos em Mavinga, Angola: 5.000.
Guerrilheiros da Unita mortos em combate contra tropas cubanas: 9.380.

Total: 115.127 (não inclui mortes causadas por atividades subversivas no exterior).


O que foi a Cuba pré-Castro

Já que as macacas de auditório do ex-Coma Andante, como todo bom esquerdista, vivem de memórias convenientes e seletivas, vou refrescar-lhes as ditas cujas com algumas verdades inconvenientes – para elas – sobre Cuba nos anos que precederam “La Revolución”.

Antes, porém, um breve resumo do que Fidel sabia fazer de melhor durante os seus cinquenta e tantos anos de ditadura.

O economista Armando M. Lago, presidente da Câmara Ibero-Americana de Comércio e consultor do Stanford Research Institute,publicou no “Livro Negro da Revolução Cubana” o resultado de anos de pesquisa sobre as vítimas da ditadura castrista. O recenseamento, que abrange o período de 1959 até 2004, diz o seguinte:
  • ·         Fuzilados: 5.621.
  • ·         Assassinados extrajudicialmente: 1.163.
  • ·    Presos políticos mortos no cárcere por maus tratos, falta de assistência médica ou causas naturais: 1.081.
  • ·         Guerrilheiros anticastristas mortos em combate: 1.258.
  • ·         Soldados cubanos mortos em missões no exterior: 14.160.
  • ·         Mortos ou desaparecidos em tentativas de fuga do país: 77.824.
  • ·         Civis mortos em ataques químicos em Mavinga, Angola: 5.000.
  • ·         Guerrilheiros da Unita mortos em combate contra tropas cubanas: 9.380.

·         Total: 115.127 (não inclui mortes causadas por atividades subversivas no exterior).

Agora as verdades inconvenientes:

  • ·         A primeira nação da América espanhola, incluindo a Espanha e Portugal, que utilizou máquinas e barcos a vapor foi Cuba, em 1829. A primeira nação da América Latina e a terceira no mundo (atrás da Inglaterra e dos EUA), a ter uma ferrovia foi Cuba, em 1837. Foi um cubano que primeiro aplicou anestesia com éter na América Latina em 1847. A primeira demonstração, em nível mundial, de uma indústria movida a eletricidade foi em Havana, em 1877.
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  • ·         Em 1881, foi um médico cubano, Carlos J. Finlay, que descobriu o agente transmissor da febre amarela e definiu sua prevenção e tratamento. O primeiro sistema elétrico de iluminação em toda a América Latina foi instalado em Cuba, em 1889. Entre 1825 e 1897, entre 60 e 75% de toda a renda bruta que a Espanha recebeu do exterior veio de Cuba. Antes do final do Século XVIII Cuba aboliu as touradas por considerá-las “impopulares, sanguinárias e abusivas com os animais”.
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  • ·         O primeiro bonde elétrico que circulou na América Latina foi em Havana em 1900. Também em 1900, antes de qualquer outro país na América Latina, foi em Havana que chegou o primeiro automóvel.
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  • ·         A primeira cidade do mundo a ter telefonia com ligação direta (sem necessidade de telefonista) foi em Havana, em 1906. Em 1907, estreou em Havana o primeiro aparelho de Raios-X em toda a América Latina. Em 19 maio de 1913, quem primeiro realizou um voo em toda a América Latina foram os cubanos Agustin Parla e Rosillo Domingo, entre Cuba e Key West, que durou uma hora e quarenta minutos.
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  • ·         O primeiro país da América Latina a conceder o divórcio a casais em conflito foi Cuba, em 1918. O primeiro latino-americano a ganhar um campeonato mundial de xadrez foi o cubano José Raúl Capablanca, que, por sua vez, foi o primeiro campeão mundial de xadrez nascido em um país subdesenvolvido. Ele venceu todos os campeonatos mundiais de 1921-1927
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  • ·         Em 1922, Cuba foi o segundo país no mundo a abrir uma estação de rádio e o primeiro país do mundo a transmitir um concerto de música e apresentar uma notícia pelo rádio. A primeira locutora de rádio do mundo foi uma cubana: Esther Perea de la Torre.
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  • ·         Em 1928, Cuba tinha 61 estações de rádio, 43 delas em Havana, ocupando o quarto lugar no mundo, perdendo apenas para os EUA, Canadá e União Soviética. Cuba foi o primeiro no mundo em número de estações por população e área territorial.
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  • ·         Em 1937, Cuba decretou pela primeira vez na América Latina, a jornada de trabalho de 8 horas, o salário mínimo e a autonomia universitária. Em 1940, Cuba foi o primeiro país da América Latina a ter um presidente da raça negra, eleito por sufrágio universal, por maioria absoluta, quando a maioria da população era branca. Ela se adiantou em 68 anos aos Estados Unidos. Em 1940, Cuba adotou a mais avançada Constituição de todas as Constituições do mundo.
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  • ·         Na América Latina foi o primeiro país a conceder o direito de voto às mulheres, igualdade de direitos entre os sexos e raças, bem como o direito das mulheres trabalharem.
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  • ·         O movimento feminista na América Latina apareceu pela primeira vez no final dos anos trinta em Cuba. Ela se antecipou à Espanha em 36 anos, que só vai conceder às mulheres espanholas o direito de voto, o de posse de seus filhos, bem como poder tirar passaporte ou ter o direito de abrir uma conta bancária sem autorização do marido, o que só ocorreu em 1976.
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  • ·         Em 1942, um cubano se torna o primeiro diretor musical latino-americano de uma produção cinematográfica mundial e também o primeiro a receber indicação para o Oscar norte-americano. Seu nome: Ernesto Lecuona.
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  • ·         O segundo país do mundo a emitir uma transmissão pela TV foi Cuba em 1950. As maiores estrelas de toda a América, que não tinham chance em seus países foram para Havana para atuarem nos seus canais de televisão.
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  • ·         O primeiro hotel a ter ar condicionado em todo o mundo foi construído em Havana: o Hotel Riviera em 1951. O primeiro prédio construído em concreto armado em todo o mundo ficava em Havana: o Focsa, em 1952.
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  • ·         Em 1954, Cuba tem uma cabeça de gado por pessoa. O país ocupava a terceira posição na América Latina (depois de Argentina e Uruguai) no consumo de carne per capita.
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  • ·         Em 1955, Cuba é o segundo país na América Latina com a menor taxa de mortalidade infantil (33,4 por mil nascimentos).
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  • ·         Em 1956, a ONU reconheceu Cuba como o segundo país na América Latina com as menores taxas de analfabetismo (apenas 23,6%). As taxas do Haiti eram de 90%; e Espanha, El Salvador, Bolívia, Venezuela, Brasil, Peru, Guatemala e República Dominicana, 50%.
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  • ·         Em 1957, a ONU reconheceu Cuba como o melhor país da América Latina em número de médicos per capita (1 por 957 habitantes) e com o maior número de calorias (2870) ingeridas per capita.
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  • ·         Em 1958, Cuba é o segundo país do mundo a emitir uma transmissão de televisão a cores.
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  • ·         Em 1958, Cuba é o país da América Latina com maior número de automóveis (160.000, um para cada 38 habitantes). O país com o maior número de quilômetros de ferrovias por km2 e o segundo no número total de aparelhos de rádio.
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  • ·         Em 1959, Havana era a cidade do mundo com o maior número de salas de cinema: 358, batendo Nova York e Paris, que ficaram em segundo lugar e terceiro, respectivamente. A primeira da América Latina, apesar de ter uma população menor, Cuba tinha 160 estações de rádio - aliado a uma taxa de penetração próxima dos 90% - número superior às 62 do Reino Unido e às 50 da França. Tinha 23 estações de televisão, contra 12 da Venezuela, e 10 do México e o 5º maior número de televisões per capita do mundo.
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  • ·         Os moradores de Cuba tinham acesso a um imenso número de jornais: cerca de 70 publicações circulavam pela ilha. A tiragem total desses periódicos era tão alta que pode ser contabilizada em termos de mil habitantes, totalizando cerca de 101 exemplares para cada mil cubanos, comprovando a existência de um amplo mercado de jornais no país.
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  • ·         Um relatório de 1958 das Nações Unidas classificou a imprensa livre e vibrante de Cuba como a oitava maior do mundo.
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  • ·         Dados de 1959 mostram que o país tinha uma taxa de 2,6 telefones para 100 habitantes. Era a maior taxa de toda América Latina.
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  • ·         Era quem mais possuía eletrodomésticos na América Latina.
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  • ·         Em 1958, apesar da sua pequena extensão e possuindo apenas 6,5 milhões de habitantes, Cuba era a 29ª economia do mundo.
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  • ·         Em 1958, a renda per capita média de um cubano era o equivalente a 11.300 dólares anuais, em valores atualizados, maior que a de diversos países europeus, como a Itália. Para efeito de comparação, a renda média de um britânico na mesma época equivaleria a 11.800 dólares atuais.
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  • ·         Ainda em 1958, o salário pago na indústria do país girava em torno dos 6 dólares por hora. Era o mesmo valor pago aos trabalhadores noruegueses e dinamarqueses. De fato, Cuba tinha o 8º maior salário industrial do mundo. Nas fazendas, o pagamento era de US$ 3 por hora, o 7º maior do mundo. E mesmo antes do socialismo, existia pleno emprego: os cubanos desempregados somavam somente 7% da população, a menor taxa de desocupação da América Latina. Porém, um pleno emprego sustentável e produtivo.
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  • ·         Com uma taxa de mortalidade infantil de 3,76, Cuba figurava como o país latino com as melhores condições de saúde para as crianças. A mortalidade anual também era uma da menores do mundo: cerca de 5,8 mortes anuais por mil habitantes, número melhor que o registrado nos Estados Unidos (9,5) e no Canadá (7,6) no mesmo período. Existiam 190 habitantes para cada cama de hospital, um número um tanto à frente da média dos países desenvolvidos (cujo índice situava em torno de 200 habitantes por cama). O número de médicos também era expressivo: existia um médico por 980 pessoas, uma taxa que na América Latina só perdia para a Argentina.
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  • ·         Em 1958 a produtividade da cana de açúcar em Cuba era 55,2 ton/ha, mais do dobro da produtividade no Brasil, exatamente 22,6 ton/ha. Hoje, a produtividade no Brasil, 70 ton/ha, é mais do dobro da produtividade de Cuba, 30 ton/ha. A produção diária de cana-de-açúcar no país era equivalente a 507 mil toneladas. Com toda essa cana, Cuba conseguia produzir mais de 5 milhões de toneladas de açúcar todos os anos. Mas a produção foi se estagnando. A nacionalização das indústrias não foi capaz de atrair o mesmo número de investimentos anteriormente alcançados. Hoje, Cuba produz em torno de 1 a 1,5 milhão de toneladas de açúcar anualmente. Um número incomparavelmente menor.
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  • ·         A população na era Batista era voraz por Educação. A quantidade de inscrições de estudantes nas escolas primárias em 1955 era de 1032 estudantes para cada grupo de 10.000 habitantes, número superior ao mais elevado índice obtido por Fidel, em 1990, com apenas 842 estudantes para cada grupo de 10.000 habitantes.
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  • ·         A taxa de inscrição em ensino superior era de 38 por 10.000 alunos, e esse número caiu para 34, após 10 anos de Fidel, só vindo a atingir 41/10.000 após 20 anos da ditadura castrista.  A verdade é que Cuba tem uma longa história de níveis altos de alfabetização. Na virada do século 20, a taxa de analfabetismo cubana era de 2.8%, não muito diferente da de hoje - 1,6%.




domingo, 27 de novembro de 2016

El Caballo (Fidel) e a sedução das grandes palavras

Por Fernando Luís Schüler, Doutor em Filosofia (UFRGS), professor do Insper e curador do Projeto Fronteiras do Pensamento

Muito bom artigo que, embora longo, merece ser lido.

Época

 “No futuro, todos que não forem partidários de Fidel, serão acusados de imoralidade”, escreveu o cronista Miguel Bauza, em um artigo publicado no jornal Bohemia, em dezembro de 1955. À época, Fidel achava-se na cidade do México, preparando o desembarque guerrilheiro na Ilha, e ainda havia imprensa circulando livremente pela Ilha de Cuba.

Não demorou muito para que a profecia de Bauza se fizesse história. Milhares de histórias. Uma delas foi a de Mario Chanes, morto em 2007, no exílio. Mário desembarcou com Fidel Castro, a bordo do Gramna, e lutou na Sierra Maestra. Acreditava na promessa de uma democracia para Cuba. Ainda em 1959, divergiu dos rumos da revolução, foi condenado e encarcerado por 31 anos, tornando-se o preso político mais longevo do mundo. Outra foi a história de Pedro Boitel, a jovem promessa da revolução, que em 1960 ousou se candidatar a uma posição na federação universitária de Cuba, contra a orientação de Castro. Encarcerado, condenado a 30 anos de prisão, morreu em 1971, depois de uma greve de fome de 53 dias, com a mãe, antiga conhecida de Fidel, em vigília ao lado do presídio de Castilho del Príncipe, em Havana. Pedro e Mário não cometeram crime algum. Eram mesmo revolucionários de primeira hora. Mas cometeram, como muitos cubanos, nestes 58 anos, o grande pecado, anunciado por Bauza.

Castro chega ao poder no ano novo de 1959, e lá permanece até sua morte, ocorrida na noite de sexta-feira (25), segundo informou seu irmão e atual dirigente de Cuba, Raúl Castro em pronunciamento em cadeia nacional. Formalmente, deixou a função de Presidente de Cuba e Chefe das Forças Armadas em 2006, mas manteve o poder em família, até o fim, com seu fidelíssimo irmão. Em qualquer conta que se faça, Fidel foi o mais longevo ditador da era contemporânea, superando mesmo o norte-coreano Kim Il-Sung, que permaneceu por 46 anos no poder. Há algumas unanimidades nos juízos que sobre ele se fazem: a obsessão quase doentia pelo poder, a autoconfiança quase mística, o carisma. Há também controvérsias. A maior de todas seguramente é sobre como foi possível preservar um regime socialista ortodoxo durante todo este tempo, muito além da dissolução do bloco soviético. Há muitas respostas. Carlos Alberto Montaner possivelmente exagere quando diz: pelas mesmas razões que a ditadura da família Kim permanece no poder, na Coreia do Norte. Há algo que ver com isto. Há o aparato repressivo, o sistema do medo, é certo. Mas seguramente o tema é mais complexo. Os historiadores terão, doravante, tempo e material suficiente para desvendar o mistério.

Fidel é filho de Angel Castro, imigrante galego chegado a Cuba em 1898. Angel foi um self made man cubano. De cortador de Cana, trabalhando para a United Fruit Company, terminou seus dias como um grande proprietário de terras em Birán, ao norte de Cuba. Foi-se aos 80 anos, poucas semanas antes do desembarque do filho rebelde na praia Las Coloradas, a bordo do Gramna. Graças à seu sucesso empresarial, pode oferecer a melhor educação a Fidel, incluindo os anos de ensino intermediário no Colégio de Belém, de orientação jesuíta. Instituição devidamente expulsa da Ilha, depois da revolução.

Angel tentou, durante anos, fazer com que o filho abandonasse a política, sem sucesso. Fidel ingressa na Universidade de Havana em 1945, como estudante de Direito, e imediatamente mergulha em um ativismo político desenfreado. De estatura elevada, exímio orador, ávido por sucesso, surge como “el caballo”, o bicho das guerras estudantis da Havana dos anos 40. Ora podemos vê-lo embarcando da tentativa de invasão de Santo Domingo, ora discursando, com os olhos vidrados, ao lado da estátua Alma Mater, nas escadarias da Universidade, ora pondo em ação seu faro midiático, como no translado do sino da independência, o Demajagua, para a Universidade de Havana, em novembro de 1947, em uma ação espetacular contra o governo do Presidente Ramon Grau. Data desta época sua conversão ao marxismo.

Na virada dos anos 50, torna-se um revolucionário profissional. Larga a primeira mulher, Mirta, a viver em um quarto de hotel, quase sem dinheiro, no centro de Havana, com o filho pequeno. Mirta depois o abandona. Se casa com um jovem inimigo político de Castro, filho do embaixador de Cuba na ONU. Fidel não lhe perdoará. Anos depois, literalmente, sequestra o filho, Fidelito, para viver na casa de amigos, em seu exílio mexicano. No dia 26 de julho de 1953, à frente de um grupo mal preparado de 160 combatentes, dá efeito a seu gesto mais ousado, com a invasão do Quartel de Moncada. A ação termina com 61 mortos, é um fiasco, mas serve para transformar Fidel em um ícone internacional. Recebe um julgamento aberto, e lhe é permitido fazer a própria defesa. Com menos de dois anos de prisão, é anistiado.

A tomada do poder, em janeiro de 1959, foi sua obra prima política. Na Sierra Maestra, cria o mito dos “barbudos”, jovens idealistas cujo único objetivo era a libertação de Cuba do tirano Fulgêncio Batista, a reconstrução democrática, a convocação de eleições livres. Uma vez no poder, empossou um presidente fantoche, Manuel Urrutia, e em poucos meses suprimiu todas as “retrancas” institucionais que poderiam limitar de algum modo seu poder. Esqueceu-se das eleições, proibiu os partidos políticos, fechou o parlamento, promoveu um amplo expurgo na Universidade de Havana, fuzilou alguns milhares de opositores (fala-se em quatro mil, nos três primeiros anos da revolução, mas as estatísticas são imprecisas). Fechou todos os órgãos de imprensa independentes, incluindo a tradicional revista Bohemia, a os jornais Prensa Libre e o Diário de la Marina, este último fundado em 1832. O “método” era sempre o mesmo: o progrom de estilo fascista, a invasão da redação pela turba militante, a conivência policial, e logo a fuga dos chefes de redação e proprietários para alguma embaixada próxima. Foram os anos de ouro do panóptico sinistro da Ilha de Pinos, o presídio modelo que abrigava, no início dos anos 60, mais de oito mil presos políticos.

No poder, Castro enuncia a equação demiúrgica que lhe permite prosseguir no comando da Ilha, indefinidamente: “a revolução é a fonte de todo direito”. A revolução como fonte do poder; o partido, como condutor da revolução; o “líder máximo”, por sua vez, como condutor do Partido. A fórmula é banal, usada e abusada pela tradição revolucionária, mas sem dúvida eficiente. Ao contrário do que ocorre nas democracias constitucionais, em que a legitimidade é dada pelo sufrágio, e o poder limitado por regras, em um sistema de pesos e contrapesos, a fonte da legitimidade revolucionária reside na história. A vitória, em um passado místico, pela força das armas. Vitória que logo se faz em dobro, quando o exército castrista, já bem munido de armamento soviético, derrota a tentativa de invasão da Baía dos Porcos, em abril de 1961, por parte de exilados cubanos mal preparados, com apoio da CIA. A partir daí, a guerra é contra o “grande império do norte”. Contra o “bloqueio”. O enredo da Guerra Fria se completa. Ele funciona em todos os arrestos, serve como desculpa para toda a forma de violência e supressão de quaisquer direitos. Revive dia a dia, mesmo quando o regime vive seu declínio, como se viu no caso do menino Elian, em 1994. Quanto ao poder, não obedece a freios. Fidel foi um curioso personagem hobbesiano, bem sucedido, no que se propôs a fazer. Possivelmente como nenhum outro líder político do último século.

O Fidel revolucionário segue o figurino clássico. Em primeiro lugar, é implacável. Desde os campos improvisados de treinamento para a guerrilha, ainda no México, impõe a obediência absoluta e a prática dos justiçamentos. Tribunais improvisados, nenhum direito à defesa, a última palavra com o “comandante”. Soube se cercar de um punhado de jovens dispostos a tudo, fieis e talentosos. A começar pelo irmão, Raul, precocemente comunista, tendo muito jovem, ainda antes de Moncada, visitado o bloco soviético; Camilo Cienfuegos, Célia Sanchéz, Ramiro Valdez, e o mais ortodoxo e violento de todos, espécie de místico da revolução, Ernesto Guevara. Soube também se livrar de qualquer um que lhe atravessasse o caminho, o que podia significar a mais leve oposição. Foi assim com Camilo, morto em um mal explicado acidente aéreo, ainda no primeiro ano da revolução. Foi o caso emblemático de Huber Matos, o “professor”, herói da Sierra Maestra, que passaria os vinte primeiros anos da revolução no presídio da Ilha da Juventude, e depois seguiria a Miami, como exilado e opositor ao castrismo.

Traço forte da personalidade do “líder máximo” foi, ao longo da vida, uma incontida aversão ao homosexualismo. Nos anos 60, chegaram a funcionar na Ilha as UMAP, unidades militares de apoio à produção, espécie de campos de concentração para o qual eram enviados os suspeitos de homossexualidade e outras condutas chamadas anti-sociais. À entrada destas unidades, lia-se a frase: “o trabalho os fará homens”. Em 1970, Allen Ginsberg, após uma animada e originalmente simpática visita a Cuba, foi expulso da Ilha após sugerir, em um debate, que uma obsessão como a do “comandante” seria típica de quem manteve, na juventude, relações homoeróticas. Nos anos 80, como política de combate à Aids, Castro cria os famigerados sidatorios, campos de reclusão de pessoas infectadas, inclusive de crianças. O caso mais notório da saga homofóbica castrista foi a perseguição ao poeta Reinaldo Arenas. Sua história, de "adolescente fascinado com os barbudos”, até ser preso, a tentativa de fuga fracassada em uma câmara de ar, a prisão, a confissão forçada, o exílio. Tudo retratado em Before Night Falls, biografia transformada em filme, estrelado por Javier Bardem.

Curiosa foi a relação de Fidel com os intelectuais. Avesso ao livre pensamento, deixou isto claro desde o início do processo revolucionário. Ainda em 1961, pronuncia o famoso discurso Palabras, na Biblioteca Nacional de Cuba, diante de uma seleta audiência de escritores, explicitando sua visão sobre os direitos dos intelectuais cubanos: “dentro de la revolución, todo; contra la revolución, nada”. Por óbvio, pertencia ao próprio Fidel a decisão sobre o que significava, a cada momento, estar “dentro” ou “fora” da revolução. Eufemismos da ideologia. No mesmo ano, ordena o fechamento do semanário Lunes, dirigido por Cabrera Infante, determina a submissão de qualquer publicação literária à prévia autorização do Estado, suprime os direitos autorais e cumpre a risca a promessa de suprimir todos os direitos aos intelectuais críticos, a começar pelo próprio Cabrera Infante, Virgilio Piñera e Heberto Padilha, numa infinita lista que vai até os dias de hoje, com personagens  “históricos”, como Wladimiro Roca e Marta Beatriz Roque, até Reinaldo Escobar e Yoani Sanchez, fundadores, em 2014, do primeiro jornal eletrônico independente da Cuba pós 1959, o 14medio.com. Tudo isto é bastante conhecido. Curiosa sempre foi a adesão incondicional ao castrismo, por parte de uma turba de escritores e artistas latino-americanos. A lista é extensa, incluindo notórios brasileiros, como Chico Buarque, Oscar Niemeyer e Fernando Morais. Neste campo, ninguém superou o colombiano Gabriel García Márquez em sua fidelidade ao líder máximo, mesmo nas horas mais sombrias da ditadura castrista. Razões para isto? Frieza moral? Fascínio pelo poder, pelos mistérios dos encontros com o ditador irresistível, em alguma madrugada de Havana? (No caso de García Márquez, uma pequena mansão e um punhado de mordomias, na Ilha). Talvez. Pensando-se bem, não há nada de mais nisso. Intelectuais apoiaram o nazismo, o fascismo, o stalinismo. Está para ser encontrado o criador da lenda de que intelectuais são modelos de retidão moral.

No plano internacional, Fidel nunca deixou dúvidas sobre quem eram seus aliados. Amigo de longa data do ditador Erich Honecker, da extinta Alemanha Oriental, a quem chamou de “o alemão mais revolucionário que já conhecera”; aliado desde sempre de Muammar Gaddafi, que lhe concedeu o curioso “Al-Gaddafi prize for human righs”; de Saddam Hussein, querido amigo, que o abastecia regularmente de tâmaras; do ditador genocida Robert Mugabe, do Zimbabwe. Apoiador do ETA e de dezenas de grupos terroristas, em todo o mundo, Fidel teve como seu último, e talvez mais espetacular pupilo, o líder venezuelano Hugo Chávez, de quem foi mestre e íntimo amigo. Um dos inegáveis predicados de Fidel sempre foi demonstrar, com clareza, de que lado estava e que tipo de mundo suas ideias projetavam.

Quando sobrevém a perestroika, sintoma da crise terminal do bloco comunista, nos anos 80, Castro corre na direção contrária. Afunda-se na ortodoxia mais delirante. Pressente, com clareza, que uma política de abertura representaria o seu fim. Antecipou o que ocorreria com o Leste europeu. Ao longo dos anos oitenta, a palavra que mais teme é “solidariedade”. Abomina o exemplo de Walesa, a ideia de um movimento social reformista ligado à igreja. Seu inimigo íntimo é Gorbachev, a quem gosta de chamar “porco maricas”. Em 1986, anuncia a política de “retificação de erros” e dá marcha ré qualquer política de abertura. Proíbe o pequeno negócio, os mercados livres de camponeses, restringe o trabalho individual, reativa “brigadas de construção”. O processo levou a ilha à maior crise econômica de sua história, mas permitiu que Castro escapasse de uma glasnost cubana, ou terminasse seus dias como um Ceausescu  tropical.

No final dos anos 80, patrocina aquele que ficou conhecido como o último “processo de Moscou”. Em um “tribunal revolucionário” que conduz pessoalmente, em todos os detalhes, leva ao fuzilamento o General Ochoa, comandante da guerra de Angola, condecorado como “herói da república de Cuba”, e que ainda adolescente havia participado da Sierra Maestra. Ochoa era um dos mais preparados e admirados militares cubanos, simpático à abertura promovida por Gorbachov, visto como excessivamente independente e um potencial líder para uma transição na Ilha. Seu maior pecado? O maior de todos, conforme lhe disse, lacrimoso, Raúl Castro: atacar a Fidel, “nosso paizinho”. Junto com Ochoa, é também fuzilado Tony de la Guardia, seu braço direito nos “serviços especiais” e de espionagem durante três décadas. Tony, a quem Gabriel García Márquez chamou de “aquele que semeia o bem”. O mesmo “Gabo” que assiste ao julgamento, incógnito, ao lado do “Comandante”, entre amedrontrado e fascinado com aquela Macondo superlativa.

Fidel teve diversas oportunidades de conduzir, ele mesmo, a transição de Cuba para a democracia. Uma delas no processo da perestroika. Outra foi no final dos anos 90, com a visita do Papa João Paulo II, o apoio de líderes da social-democracia europeia, como Felipe Gonzalez, o Projeto Varela, desenhado pelo opositor pacífico e moderado Oswaldo Payá, a boa vontade mediadora do ex presidente Carter. Foi recebido pelo Presidente Miterrand, no Eliseu, em 1995. Contou com o entusiasmo da primeira-dama francesa, Danielle Mitterand, que chegou a enviar a Cuba uma imprudente missão de sua  France Liberté, na expectativa de que a abertura de Cuba se faria com a “mão estendida” a Fidel.  A tudo isto, Castro respondeu com seu jogo duplo. Em En toutes libertés, lê-se a carta desencantada de Danielle: “não vou conseguir convencer mais ninguém que esteja contra você, Fidel, se os seus atos e palavras são tão divergentes...Sou corajosa, talvez temerária, mas não imprudente”. O projeto Varela foi esquecido, e Cuba tornou-se o curioso caso de um país a espera da morte do velho ditador para fazer sua transição. Oswaldo Payá, talvez a melhor pessoa para a conduzir, foi morto em um acidente rodoviário, até hoje não explicado, em um domingo de julho de 2012.

Ainda em 2003, três anos antes de deixar que o irmão assumisse a chefia do governo, Fidel leva a efeito aquela que ficou conhecida como a Primavera Negra de Cuba. Na madrugada de 18 de março, 75 ativistas de direitos humanos, metade dos quais ligados ao Projeto Varela, foram presos e logo condenados, em processos sumários, a penas que variavam de 6 a 30 anos de prisão. Dentre os presos, 29 eram jornalistas independentes, o que fez de Cuba, ao longo da primeira década do século, o País com mais jornalistas presos por delito de opinião. A Primavera Negra produziu, para o regime, um resultado inesperado: o surgimento das Damas de Blanco. São as esposas e mães dos ativistas presos, que caminham, silenciosas, a cada domingo, pelas ruas de Cuba, vestidas de branco e segurando nas mãos, como num apelo ao bom senso, suas palmas de santa rita.

Em julho de 2006, Fidel anuncia seu afastamento das funções de governo e transmite o poder ao irmão Raul. Faz uma transição em família. Dá mostras da natureza pessoal de seu poder, e assim o preservou até a morte. Gasta seus últimos anos redigindo artigos, de quando em quando, para o Gramna, navegando na internet e recebendo uma romaria de políticos, entre velhos amigos e novatos em busca de um bom selfie.

Em 2014, Juan Reinaldo Sánchez publicou o A vida secreta de Fidel Castro. Livro simples, mesmo banal, mas que causou estragos como poucos o fizeram, na imagem pessoal de Castro. Sanchez, tenente coronel do exército cubano, integrou a guarda pessoal de Fidel por 17 anos, e posteriormente conseguiu escapar da Ilha, como um balseiro. Através dele, ficamos sabendo que Fidel vivia como perfeito ditador cucaracha, bebendo seu Chivas Regal, em sua ilhota particular, Cayo Piedra, em meio a uma população sob o regime da libreta e do racionamento. Além dos aspectos pitorescos, Sanchez trata do envolvimento de Fidel com o tráfico de drogas, da tortura como prática comum na Ilha, do absurdo do caso Ochoa. Em especial, oferece um testemunho patético do sistema de poder absoluto criado por Castro. “Cuba é “coisa” de Fidel”, observa. Com poder de vida e de morte sobre qualquer um, a qualquer pretexto, ele é “seu dono, à maneira de um proprietário de terras do século XIX”. Definição sugestiva para uma regime comunista.

Em março de 2016, Barack Obama visitou Cuba para selar o acordo de reaproximação dos Estados Unidos com a Ilha. Obama justificou sua atitude dizendo que “era preciso mudar uma política que não funcionou nos últimos 50 anos”. Em uma terça-feira quente de Havana, dia 22, via-se o presidente americano no Gran Teatro Alicia Alonso falando sobre “esquecer o passado”, sobre “valores universais como liberdade religiosa e sobre escolher seus líderes”. Obama agiu unilateralmente. Reabriu a embaixada americana e flexibilizou a visita de americanos à Ilha. Cuba não concedeu nada em termos de direitos humanos. Fidel se manteve quieto. Percebeu o momento para o que seria sua última encenação: ao invés de reconhecer o gesto de Obama, disse não confiar e não precisar do “império”. Insinuou que faltava conhecimento histórico ao presidente americano e que os cubanos poderiam ter um infarto escutando suas palavras melosas. Na última cena, a grande inversão: ao invés de “sua” ditadura ser cobrada por abertura e direitos humanos, são os Estados Unidos que surgem “julgados” pelo seu passado. El Caballo, o ilusionista, continuou em forma até o fim.

Será necessário ainda muito tempo e pesquisa para se saber ao certo o saldo de vítimas do castrismo. O Projeto Cubaarchive.org tem feito um trabalho notável, e pode ser uma boa fonte de informação. O historiador francês Pascal Fontaine, no artigo “A América Latina e a experiência comunista”, publicado em 1998, calcula em mais de 100 mil cubanos vítimas da repressão, nas prisões e campos de trabalhos forçados, e entre 15 e 17 mil assassinados, em regra via fuzilamentos. A era Castro produziu mais de dois milhões de exilados, cerca de 15% da população do país, que, ademais, ostenta o maior índice de suicídios e greves de fome da América Latina.

Quiçá, a maior tragédia de todas seja a epopeia dos balseiros. Calcula-se em cerca de 12 mil o número de cubanos que tentaram a sorte no mar do Caribe, tentando atravessar, em velhas embarcações, boias de borracha, cascos de caminhões e velhos buicks, as 90 milhas que separam a Ilha da costa da Flórida. Está para ser contato o drama humano que envolveu milhares de pessoas, muitos desaparecidos durante ou após a travessia, muitos exitosos, e milhares ainda “estacionados” na base americana de Guantánamo. O caso mais sinistro, envolvendo os balseiros, provavelmente seja o do afundamento do Rebocador 13 de Março, na madrugada de 13 de julho de 1994. O Rebocador levava 72 cubanos, tendo sido afundado por barcos da guarda cubana, a sete milhas da costa da Ilha. Os funcionários cubanos negaram socorro aos náufragos, o que resultou na morte de 41 pessoas, entre os quais 10 menores de idade. A Anistia Internacional, como de hábito, gastou anos exigindo uma investigação séria a respeito. Obteve, como sempre, o misto de silêncio e evasivas, por parte do governo cubano, e complacência, por parte da comunidade internacional. Histórias como esta definem a tragédia dos balseiros cubanos como um caso de genocídio.

Fidel expressou como poucos, na época moderna, o paradoxo, ou o mistério, da ideologia: a brutal ausência de empatia ou consideração humana, travestida do mais alto sentido de generosidade. Do exercício permanente do duplo sentido, da mentira mais absurda, ainda que sedutora. Em 1990, em uma entrevista ao programa Roda Viva, assegurou que, em Cuba, nunca houvera “abuso de autoridade ou violência contra a pessoa humana”. Que não havia “um só caso de assassinato político ou de um homem torturado”. Para o sintomático silêncio dos jornalistas presentes. Ninguém perguntou por Eusébio Penãlver, o prisioneiro político de raça negra que mais tempo esteve encarcerado (28 anos), em todo o mundo, por Antônio Yebra, Armando Valladares, Pedro Boitel, como ninguém perguntaria por Orlando Zapata, Oscar Biscet, e milhares de cubanos cujas fotografias, em preto e branco, habitam sites rudimentares, na internet, pedindo justiça ou o simples direito à memória. Ler e compreender o que se passou com cada uma dessas pessoas sempre será a melhor maneira de conhecer, para além do feitiço das grandes palavras, a identidade de Fidel Castro.

O Cavallo teve um destino imensamente mais generoso do que outros ditadores, no século XX e XXI. À parte o mais longevo, conseguiu levar a sua ditadura até o fim. Levou o país aos estertores, mas tirou a sorte grande de morrer no poder. Com isto escapou de ser julgado pelos milhares de assassinatos, perseguições em massa, crimes de estado e crimes contra a humanidade. Sugestivamente, pediu para ser cremado. É intuitivo, o velho ditador. Nada de restos. Melhor viver na fluidez da memória. Cuba será livre, algum dia, talvez logo ali a frente, e sua história será reescrita sem a pátina da ideologia e a vassalagem do estado policial. Neste dia muitos sentirão vergonha, não tenho dúvidas. E muitos, hoje esquecidos, serão lembrados.


Segundo Carlos Newton, o comunismo é divino e tem 5.200 anos

“Fidel Castro desperta ódio e admiração, ao mesmo tempo. Pessoalmente, não o admiro nem o odeio, apenas constato seus erros e acertos. O fato é que tanto o comunismo quanto o capitalismo falharam, são fracassos monumentais. Para olhar adiante e vislumbrar o que poderá ser a humanidade no futuro, antes é preciso olhar para trás, estudar nossos maiores benfeitores – os grandes avatares do pensamento filosófico, político e espiritual, que nos influenciam até hoje. Pela ordem de entrada em cena, Krishna na Índia (3 mil anos antes de Cristo); Lao Tse na China (1.300 a.C.); ao mesmo tempo, Moisés no Egito e Oriente Médio (1.291 a.C); Buda na região do Nepal/Himalaia (600 anos a.C.); pouco depois, Confúcio no Nordeste da China (550 anos a.C.); logo em seguida, Sócrates na Grécia (469 a.C.); o próprio Jesus Cristo na Palestina, com a abertura da atual nova Era; e Maomé (570 depois de Cristo). Quando se estuda a vida deles sem preconceito, constata-se claramente que todos eles, sem exceção, eram comunistas. E foram eles que inspiraram Marx e Engels, sem a menor dúvida. Somente os radicais e sectários não enxergam essa realidade. Que Deus os perdoe.”
Carlos Newton, da Tribuna da Internet, que agora afirma que Krishna foi o precursor do comunismo.

Consta que Krishna, tal como Jesus Cristo, nasceu sem uma união sexual, mas por meio da “transmissão mental” de Vasudeva no ventre de Devaki há exatos 5.244 anos e é o oitavo avatar de Vishnu, que é o deus responsável pela manutenção do universo.

Ou seja, o comunismo é divino, tem 5.200 anos e eu é que sou o radical e sectário por não “enxergar essa realidade”...

Fala sério!

Lula usa lava-jato para homenagear Fidel. Fala sério!

sábado, 26 de novembro de 2016

A lamentável idiotização intermitente de Fernando Henrique

Tenho a impressão que o Brasil foi brindado com um bom presidente entre uma crise e outra de FHC.

“A morte de Fidel faz recordar, especialmente a minha geração, o papel que ele e a revolução cubana tiveram na difusão do sentimento latino-americano e na importância para os países da região de se sentirem capazes de afirmar seus interesses.

A luta simbolizada por Fidel dos ‘pequenos’ contra os poderosos teve uma função dinamizadora na vida política no Continente. O governo brasileiro se opôs a todas as medidas de cerceamento econômico da Ilha e, desde o governo Sarney até hoje as relações econômicas e políticas entre o Brasil e Cuba fluíram com normalidade.

Estive várias vezes com Fidel, no Brasil, no Chile, em Portugal, na Argentina, em Costa Rica etc. O Fidel que eu conheci, dos anos noventa em diante, era um homem pessoalmente gentil, convicto de suas ideias, curioso e bom interlocutor.

Os tempos são outros hoje. Do desprezo altaneiro aos Estados Unidos, Cuba passou a sentir que com Obama poderia romper seu isolamento. As nuvens carregadas de Trump não serão presenciadas por Fidel. Sua morte marca o fim de um ciclo, no qual, há que se dizer que, se Cuba conseguiu ampliar a inclusão social, não teve o mesmo sucesso para assegurar a tolerância política e as liberdades democráticas.

Junto com meu pesar ao povo cubano pela morte de seu líder, quero expressar meus votos para que a transição pela qual a Ilha passa permita que a prosperidade aumente, mas que se preserve, num ambiente de liberdade, o sentimento de igualdade que ampliou acesso à educação e à saúde.”


Uma singela homenagem ao Coma Andante

O pai cubano pergunta para o seu filho pequeno:
- O que você quer ser quando crescer?
- Estrangeiro.

 ***

Sabia que Adão e Eva eram cubanos?
- O que fez você pensar isso?
- Não tinham roupas, andavam descalços, não podiam comer maçã e ouviam dizer que estavam no paraíso...

***

Fidel vai a um centro espírita e, na sessão, consegue conversar com a mãe   morta:
- Mãe, no próximo ano eu ainda vou estar no poder?
- Sim, meu filho, vai.
- E o povo vai estar comigo?
- Não, vai estar comigo.

***

Uma professora cubana mostra aos alunos um retrato do presidente Clinton, e pergunta à classe:
- De quem é esse retrato?
Silêncio absoluto.
- Eu vou ajudar vocês um pouquinho. É por culpa desse senhor que nós estamos passando fome.
- Ah, professora!  É que sem a barba e o uniforme não dava para reconhecer!

***

Fidel está fazendo um de seus famosos discursos:
- E a partir de agora teremos de fazer mais sacrifícios!
- Trabalharemos o dobro!  - diz alguém da multidão.
- E teremos de entender que haverá menos alimento!
- Trabalharemos o triplo!  - diz a mesma voz.
- E as dificuldades vão aumentar!  - continua Fidel.
- Trabalharemos o quadrúplo!
Aí o Fidel fala para o chefe de segurança:
- Quem vai trabalhar tanto?
- O coveiro, comandante.

 ***
 
O povo cubano estava todo reunido em uma apresentação pública com o ditador, e o seu assessor olhava para Fidel, virava para o povo e dizia:
- Mira, pueblo de Cuba!  Acá estás Fidel!  Fidel no tiene la barba de Cristo?
E o povo:
- Tiene!
- Fidel no tiene lo pelos de Cristo?
- Tiene!
- Fidel no tiene lo ojos de Cristo?
- Tiene!
- Entonces, porque no crucificárlo?

***

Estão a decorrer exercícios militares entres as forças armadas cubanas e soviéticas. O Capitão soviético dirige-se a um dos seus soldados e ordena:
- Soldado Ivanov!!!
- Sim meu capitão!
- Espeta a baioneta no pé direito!
O soldado Ivanov cumpre a ordem e continua em sentido sem mexer um único músculo.
- Queixas-te, Ivanov?
- Não, meu Capitão!
- Porquê?
- Porque o meu glorioso partido, através dos heróicos exemplos dos seus melhores filhos, ensinou-me a suportar a dor!
O oficial cubano não se mostrou minimamente impressionado. Virou-se para as suas tropas e berrou:
- Soldado Perez!
- Sim, meu Capitão!
- Espeta a baioneta no pé direito!
O soldado Perez lá espetou a baioneta no pé direito, continuando na mesma posição como se não fosse nada com ele.
- Queixas-te, Perez?
- Não, meu Capitão!
- Porquê?
- Porque graças ao meu glorioso país foram-me distribuídas botas tamanho 47, enquanto eu só calço o número 42!

***

Um espião norte-americano do mais alto nível é enviado a Cuba para fazer um relatório da situação interna do país com vista a elaborar medidas para a liquidação da revolução.
O espião percorre todo o país, fala com toda a gente e, passado algum tempo, envia o seguinte relatório:
“Situação muito contraditória. Não há desemprego, mas ninguém trabalha. Ninguém trabalha, mas as normas de produção são ultrapassadas. As normas são ultrapassadas, mas não há nada nas lojas. Não há nada nas lojas, mas toda a gente tem tudo. Toda a gente tem tudo, mas todos se queixam. Todos se queixam, mas toda a gente está com Fidel.”

***

Em Cuba, um menino chega da escola com fome e pergunta à mãe:
-Mamãe, que tem pra comer?
-Nada, meu filho.
O menino olha para o papagaio de estimação e pergunta:
-Mamãe, porque você não faz papagaio com arroz?
-Porque não tem arroz.
-E papagaio no forno?
-Não tem gás.
-E papagaio na grelha elétrica?
-Não tem eletricidade.
-E papagaio frito na lenha?
-Não tem lenha.
E o papagaio, contentíssimo, gritou:
VIVA FIDEL! VIVA FIDEL!

Piadista do dia, quiçá do ano

“É o fim de uma era. Com a morte de Fidel, a revolução cubana irá para o espaço e surgirá a democracia, que Fidel aniquilou ao transformar o comunismo numa mera ditadura. Por isso, pode-se dizer, sem medo de errar, que o mundo jamais experimentou um regime verdadeiramente comunista. Até agora, o que houve foram apenas ditaduras supostamente comunistas, com perseguição a oposicionistas, censura à imprensa e tudo o mais. Marx e Engels jamais aprovariam nenhum dos regimes comunistas até agora implantados, que se transformaram na negação de suas ideias. A morte de Fidel vai sepultar o comunismo, até que a humanidade evolua e possa recriá-lo com novas feições.
Carlos Newton, da Tribuna da Internet, protagonista da piada do dia e, talvez, do ano.

Dizer que o comunismo não deu certo nunca e em lugar nenhum por culpa da humanidade, que não é “evoluída”, é de uma sandice enternecedora.

Pelamordedeus! Fanatismo ideológico tem limites!


Se fué...



Como eu disse ontem, Temer diz a aliados vai vetar anistia a Caixa 2

Em meio a mais uma crise que resultou na queda de Geddel Vieira Lima, um dos principais ministros do governo, o presidente Michel Temer tenta criar uma agenda positiva antecipando que vetará qualquer proposta do Congresso de anistia ao caixa dois. A posição representa um recuo de Temer em relação ao que havia sinalizado a interlocutores menos de 24 horas antes.

Segundo eles, o presidente vinha dizendo que sancionaria integralmente o texto aprovado pelos parlamentares, havendo ou não anistia a crimes. Mas, em reunião nesta sexta-feira com aliados, após um dia conturbado com a demissão de Geddel, Temer afirmou que vetará qualquer anistia a caixa dois, segundo o líder do PSD, deputado Rogério Rosso (DF).

Em vídeo postado nas redes sociais, o aliado diz que Temer o autorizou a anunciar para a "sociedade" que vai barrar a proposta, caso o Congresso manobre para incluir o perdão a crimes eleitorais e outros cometidos por políticos.

- Caso o Congresso Nacional venha a aprovar qualquer tipo de anistia, não só o caixa dois, mas qualquer outro crime, o presidente Temer vetará imediatamente - disse Rosso.