quarta-feira, 30 de dezembro de 2015

Braziu do pt na lanterna da indústria global

Folha

O Brasil está na lanterna da indústria global. A produção do setor registrou o pior desempenho no terceiro trimestre entre mais de 130 nações, que representam 95% da indústria no mundo. A indústria brasileira recuou 11% em relação ao mesmo período do ano passado. No fechado do ano, a queda deve ser de cerca de 8%.

O estudo foi feito pelo Iedi (Instituto de Estudos para o Desenvolvimento Industrial) com base em dados reunidos pela Unido, órgão das Nações Unidas que também estuda o desenvolvimento industrial.

O resultado brasileiro é muito pior que a média da indústria global, que subiu 2,7% na mesma comparação. Nos países desenvolvidos, a produção industrial se recupera da crise e cresceu 1,2% no terceiro trimestre, enquanto nos países em desenvolvimento a alta foi de 5%.

A América Latina tem o pior desempenho por região (-3,2%). Na América do Norte, houve alta de 1,8%, e, na Europa, de 2%. Na África, onde a indústria é incipiente, houve estagnação (0,1%).

11 comentários:

  1. E eu pensava que o Brasil estava no fundo do poço. Engano meu, estamos no fundo da fossa.

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  2. (argento) ... preocupa não, gente, quando o custo da mão de obra, estiver bastante aviltado, a Industria volta a crescer, certeza absoluta - isto acontece quando um país não desenvolve tecnologia nem fomenta sua própria indústria local (o que faz mover o capital é o lucro; assim, o capital estrangeiro se move, pra onde está o lucro; se um guverno corrupto se apropria do lucro, o capital foge) ...

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    1. (argento) ... entenda-se: Capital Local interno ou Externo, tudo é CAPITAL - um bichinho sacana, impossível controlar ...

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    2. (argento) ... em termos teóricos, cuja raíz é "Theos", o Capital não tem Dono ,,,

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    3. O capital tem dono sim, o que não tem dono é o mercado. Capitalismo é justamente a ideia de que quem tem mais capital deve controlar o mercado.

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  3. (argento) ... pra "adoçar" um pouco o "astral pessimista", nem tudo, ainda, está perdido ...

    http://colunas.revistaepoca.globo.com/viajologia/2008/11/24/facoes-exoticos/

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    1. Argento, depois que a Cora Rónai dedicou uma coluna inteira no Globo a fazer propaganda da Tramontina eu não duvido mais nada. Foi a coisa mais escrota que eu li esse ano.

      Segue.

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    2. "Pias, panelas e muito orgulho
      No dia primeiro de outubro do ano passado comprei, pela internet, uma bonita lixeira de aço inox; na sexta-feira passada, lá estava eu em Carlos Barbosa, no interior do Rio Grande do Sul, almoçando com o empresário Clóvis Tramontina, presidente da empresa de mesmo nome. Entre uma ponta e outra, um caso de consumo que tinha tudo para ser trivial, mas que acabou me revelando um canto de Brasil que dá certo e que é motivo de orgulho para todos nós.
      Tudo começou quando uma loja deixou de entregar a lixeira Tramontina que eu havia escolhido. Passados mais de trinta dias da compra, lá fui eu para as redes sociais fazer escarcéu. A loja, que estava muda, muda permaneceu; mas Fatima Torri, RP da Tramontina, entrou em contato comigo na mesma hora para resolver o problema que, afinal, nem era dela. E explicou: não queria que a marca ficasse associada a uma experiência ruim. Quando a loja faltosa enfim se deu conta de que havia uma freguesa indignada esbravejando na internet, a lixeira nova já estava na cozinha há tempos.
      Fátima e eu ficamos amigas de Facebook. E um dia ela me escreveu de novo, perguntando se eu teria curiosidade em ver como se faz uma panela de aço inox. Se tivesse, ela me levaria à fábrica, para que eu pudesse conhecer todo o processo.
      Perguntem a um gato se quer atum, perguntem à Cora se quer conhecer uma fábrica.
      A Tramontina tem simplesmente dez fábricas no Brasil. Duas ficam bem perto uma da outra, na Serra Gaúcha, e em direção a elas é que a Fátima e eu pegamos a estrada na sexta de manhã. Nossa primeira parada foi em Carlos Barbosa, onde se fazem lixeiras iguais à minha, tanques, coifas, cooktops e pias. Muitas pias! Mais exatamente, 70% das pias de inox vendidas no país.
      Tenho uma longa história com fábricas, mas normalmente visito as que fazem computadores ou smartphones. Descobrir como é feita uma humilde lixeira foi uma revelação, até porque uma metalúrgica de ponta como a Tramontina contradiz os clichês do nosso imaginário. Esqueçam “Tempos modernos”! Num galpão amplo e claro, um único robô se encarrega de pegar as chapas de aço, entregá-las à máquina que as transforma em cilindros, transportá-las à solda e, finalmente, despachá-las para a esteira, onde humanos cuidam do acabamento. Há mais de 400 robôs nas linhas de produção da Tramontina, mas nenhum aldorebello precisa dar chilique por causa disso, já que há também 7,5 mil funcionários.
      Robôs industriais são grandes, não são nem remotamente parecidos com os robôs antropomórficos da ficção científica, mas cada vez que me encontro com eles me espanto com o engenho humano. Há uma estranha delicadeza nos movimentos que fazem, sempre controlados e precisos, que contrasta com a brutalidade das funções que exercem — eles lidam com prensas de centenas de toneladas, recolhem peças aquecidas a mais de 500 graus, conduzem cortadeiras a laser que atravessam o aço como se fosse papel.
      Na fábrica de Farroupilha, que visitei depois, fiquei sabendo que pias e panelas de inox têm muito mais em comum do que eu jamais teria suposto. Elas vêm das mesmas chapas de aço, que chegam às fábricas em imensas bobinas de três ou quatro toneladas, e passam por um primeiro estágio de produção exatamente igual, em que as chapas são cortadas e moldadas — ou “estampadas”, como se diz na indústria. Outros parentes próximos são os garfos e as colheres, que vêm de recortes iguais e são feitos lado a lado; facas são animais distintos que têm a sua própria linha de produção"

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    3. Clóvis Tramontina, que está desde 1992 à frente da empresa fundada por seus avós há 104 anos, tem status de popstar na Serra Gaúcha. Fomos almoçar e todos o cumprimentavam no restaurante, onde brincou com a garçonete e com a proprietária com a intimidade de velho amigo da casa. Na saída uma senhora desconhecida se levantou da mesa onde comia com a família, o abraçou e cobriu de benções. Ele tem 59 anos e um bom humor admirável, que resiste à esclerose múltipla que o obriga a usar uma bengala; tem também muitas histórias para contar.
      No começo, a Tramontina era uma pequena cutelaria que fazia canivetes e facas humildes com cabo de osso. A grande virada aconteceu em 1949, quando seu pai, Ivo, e o sócio Ruy Scomazzon resolveram importar algumas centenas de toneladas de aço do exterior para aproveitar os bons preços do pós-guerra. O que fazer com aquilo tudo? Diversificar a produção, é claro. E lá começaram os dois a ter ideias, a contratar gente e a expandir a fábrica. Hoje a Tramontina tem 18 mil produtos no catálogo e exporta com marca própria para 120 países. É uma potência, que faturou R$ 4 bilhões no ano passado e projeta crescimento de 17% neste turbulento 2015.
      E a crise? A crise existe, reconhece Clóvis, para quem o pior é não saber para que lado se vai num país sem governo. O famigerado “custo Brasil” é outra tragédia, que força a Tramontina a lutar contra a falta de infraestrutura do país. Há alguns meses ele disse isso a Dilma, com quem se encontrou no Planalto, e a quem, algo contrariado, chamou de “presidenta”.
      — O certo é presidente, mas se ela gosta de presidenta, vou fazer o quê?
      Está certo. Afinal, os presidentes passam, mas a Tramontina fica.”

      Pode isso?

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    4. Pelo andar da carruagem de nossos meios de comunicação, são capazes de escrever uma coluna sobre John Chrysler e seus magníficos automóveis.

      PS. não existe nenhum John Chrysler, mas isso não faz diferença para nossos jornalistas.

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