sábado, 19 de dezembro de 2015

Os delírios de Carlos Vereza - Ectoplasmas e OVNIs

Existem certos tabus determinando sobre coisas que não devemos falar, discutir ou criticar. No Brasil há uma máxima que diz que “política, religião e futebol não se discute”, notoriamente desrespeitada: política e futebol é o que mais se discute em Pindorama. No caso das religiões, a coisa é mais complicada e pode dar até cadeia em função de algumas leis absurdas criadas justamente pelos religiosos e aprovadas por incompetentes, sendo que, em um país em que a esmagadora maioria é de supersticiosos, a população as acata, mesmo que as desconheça. É o medo das pragas e das punições dos deuses.

Isso tudo é uma grossa besteira. Ter religião é exatamente a mesma coisa que ter preferência por um partido político ou torcer para um time de futebol.

Respeito pela religião dos outros? É relativo. O respeito deve haver em todas as relações humanas e é recíproco: recebe-se o que se dá e dá-se o que se recebe. Não há porque tê-lo mais ou menos em função de tabus.

Acontece que no caso da religião há uma certa sutileza nas relações entre crenças diferentes. Essa sutileza não está nos ritos, nas obrigações ou nas lendas de cada uma delas: ela está em deuses, essas entidades supostamente criadas pelos homens, segundo uns, e supostamente criadoras da humanidade, segundo os outros.

Eu, que não tenho um deus, de vez em quando faço o papel de advogado do diabo quando debato sobre religião com religiosos de todos os matizes, assumindo uma posição teísta, e que invariavelmente se encerra com a minha pergunta: “quer dizer que o meu deus não é o mesmo que o seu?”. Em 100% das vezes a resposta foi não. Aí eu tiro meu time de campo. Como discutir com gente que se diz monoteísta, mas que não reconhece que as trocentas mil religiões são criação de homens - falo dos bem intencionados - que apenas apontam caminhos diferentes para se atingir UM mesmo objetivo? Ou seja, cada religioso é como se tivesse um partido, tem um time, e é fanático pelas suas “cores” e, sendo assim, por que não discutir sobre o assunto?

Acabei tergiversando e esquecendo do Vereza, que nessa entrevista ao G1 que reproduzo abaixo evidencia um misticismo tão exacerbado que permite a qualquer um que tenha um pouco de razão concluir que o cara tem problemas.

Aliás, já repararam que todos os que veem ectoplasmas, espíritos, doutores encarnados e por aí afora, também veem e acreditam piamente em discos-voadores? É uma forma de loucura como outra qualquer, só que mais, digamos, criativa.  

Quando passou a seguir a doutrina espírita?
Há 27 anos, fiz um programa chamado “Delegacia de Mulheres”. A cena final tinha tiros e colocaram muita pólvora no meu ombro esquerdo. Nisso, explodiu meu ouvido interno esquerdo. Visitei clínicas por três anos e nada adiantava. Foi aí que uma tia me recomendou a ir ao Lar (espírita) Frei Luiz. Eu não conhecia e ela me disse que um primo havia sido curado lá de uma leucemia. Fui todo quebrado, de cadeira de rodas, e, em sete meses, pude perceber através das operações espirituais que estava melhorando. A audição voltou, mas ficou um zumbido que não tem cura. Me ensinaram a controlá-lo espiritualmente.

Como são essas operações espirituais?
O espírito do doutor Frederick (von Stein, um médico alemão) se materializa com o ectoplasma do médium que fica deitado na cabine. Essa é uma substância que só os encarnados têm. O espírito aparece com a máscara de médico e fica ali por duas horas. Quem está no local vê isso e outros fenômenos, como espíritos de franciscanos e a mão do Frei Luiz levitando com um lírio.

Como reagiu ao presenciar isso pela primeira vez?
Não sabia que não podia tocar no espírito materializado e estava tão emocionado que peguei a mão dele. E não era uma mão que vazava como nos filmes de fantasma. Era uma mão como a de qualquer pessoa. Ele me deixou beijá-la, mas ele não falou nada. Na semana seguinte, perguntei se ele havia ficado zangado comigo por ter tomado bênção.

E o que ele respondeu?
Ele disse que não, que havia deixado para eu me certificar da existência do espírito. Depois me explicou que, em geral, não é aconselhável fazer isso porque dá um choque no médium que está na cabine. Esse médium realmente possuía várias pequenas queimaduras provocadas por esses choques. Se eu for falar do que os espíritos são capazes, dá para fazer um longa-metragem...

Conte alguns exemplos.
Chico Xavier era um médium que podia ficar em dois lugares ao mesmo tempo. Ele tinha todas as mediunidades, inclusive, a bicorporeidade. Santo Antônio também tinha. Ele estava vivo na Itália e o irmão ia ser executado em outro país. Ele ficou onde estava, se desdobrou e foi com o espírito materializado provar a inocência do irmão.

Como fica o corpo quando o espírito sai para se materializar em outro lugar?
Fica sonolento. Além do corpo físico, temos o corpo astral que tem a capacidade de se materializar em qualquer lugar. A física quântica prova isso. Você pega duas partículas subatômicas separadas. Mexe em uma, a outra reage. Mas esse dom da materialização é raro, depende do médium.

Já viu espíritos?
Só escuto. No meu quarto, de vez em quando, eles batem na minha porta. Aí eu digo vá com Deus e volto a dormir. Tenho que gravar cedo no dia seguinte. Vou abrir a porta e ficar batendo papo? Pode demorar muito (risos).

Não fica com medo? Não existem só espíritos bons.
Há 27 anos, eu sairia correndo. Hoje em dia não mais. E quem bate em porta é espírito brincalhão. Não é mau e nem bom, mas gosta de se divertir, dando susto.

O senhor também acredita em vidas extraterrestres. Tem alguma ligação com a crença no espiritismo?
Tem sim. Jesus disse que a casa de seu pai tem muitas moradas e existe um espírito chamado Ramatis que há 40 anos já dizia que havia vida em Marte. Como espírito, ele foi lá. É muita pretensão achar que só há vida na Terra. Eu, por exemplo, já vi discos voadores e filmei (assista ao vídeo ao lado). Eram dois discos em cima da Pedra da Gávea (no Rio).

Foi a primeira vez que o senhor viu?
Não. A primeira vez foi em 1997 e eram muitos. Estava na varanda de um prédio na Barra da Tijuca e passaram vários discos em direção ao mar. Depois disso fiquei muito tempo sem ver até esse dia da Pedra da Gávea. A diretora do Observatório Nacional não desmentiu, só disse não saber o que eram aqueles objetos.

Eles já tentaram se comunicar contigo?
Uma vez de manhã o computador ligou sozinho. De repente, ele começou a falar em português. Depois em espanhol, inglês e alemão. Mudava de língua numa velocidade muito rápida. Cada país que eles passavam era de uma língua e iam mudando.

Por que eles não aparecem oficialmente?
Algumas pessoas tiveram contato. Mas, com alguns, eles chegam perto e dão tiros. Como eles vão reagir? Se eles possuem um disco que os possibilita vir até aqui, imagine a arma que eles possuem. Tenho relatos de ufólogos que dizem que extraterrestres estão desativando plataformas de foguetes atômicos na Terra, senão o planeta já tinha dançado. Mas vai chegar o momento que vamos ter o contato com eles.

Não há apenas ETs bons, né? Os filmes de Hollywood mostram os malvados, escravizando a Terra. Não teme isso?
Assim como os irmãos do bem podem chegar aqui, esses também podem. São esses que decepam bois e abduzem pessoas. Os do bem não fazem isso. Mas não acredito em escravização da raça humana.

O sumiço dos ETs por aqui teria alguma ligação com a crise que o país enfrenta?
Acho que sim, mas eles respeitam o livre arbítrio. Essa é uma lei sagrada em todo o universo. Eles não podem interferir no nosso livre arbítrio, prender os ladrões.


Um comentário:

  1. Há os que dizem que só existe um caminho que leva a Deus, mas também há os que dizem que todo os caminhos levam a Roma. Então é só descobrir se Roma fica antes ou depois de Deus. Se ficar antes, então basta ir até Roma, por qualquer caminho e depois ir até Deus, se fica depois de Deus, então é apenas um caminho que leva a Roma.

    PS. não mostrem essa mensagem paro o Vereza, ele já está biruta o suficiente.

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