Olhem bem a cara do boneco, como diria um antigo repórter policial |
Depois de anunciar vergonhosamente que recorreria ao MP para
nomear sua quadrilha de ministros, Dilma me sai com essa!
O futuro ministro do Esporte, George Hilton, anunciado na
terça-feira pela presidente Dilma Rousseff (PT), foi flagrado, em 2005, no
Aeroporto da Pampulha, em Belo Horizonte, com R$ 600 mil em espécie (R$ 976 mil
em valores atualizados). O dinheiro estava distribuído em 11 caixas de papelão.
Pastor licenciado da Igreja Universal do Reino de Deus, ele era, na época,
deputado estadual do PFL em Minas Gerais.
Na ocasião, após ser surpreendido, a Polícia Federal o
liberou. Levantamento do Correio aponta que George Hilton dobrou seu patrimônio
desde que passou a informar à Justiça Eleitoral os valores de seus bens. Era de
R$ 294 mil em 2006, quando obteve seu primeiro mandato de deputado federal. Em
2010, ele foi reeleito e afirmou ter R$ 472 mil. Este ano, quando também foi
reeleito, o valor declarado foi de R$ 669 mil.
Na época em que foi abordado pela Polícia Federal, Hilton
contou que os recursos, em notas de vários valores, eram provenientes de
doações de fiéis do sul do estado. Acabou sendo expulso pela Executiva Nacional
do partido. Na época, o senador Antônio Carlos Magalhães (ACM), morto em 2007,
foi contra a expulsão, mas a maioria do comando partidário achou melhor tomar a
atitude para se contrapor ao escândalo do mensalão petista, que ganhava força
na imprensa e no Congresso.
No momento em que foi flagrado no aeroporto, Hilton estava
acompanhado do vereador do PL em Belo Horizonte Carlos Henrique da Silva,
também pastor da Universal. Os dois estavam numa aeronave particular e vinham
de Poços de Caldas. O Departamento de Aviação Civil havia alertado a Polícia
Federal de que o avião transportava dinheiro. Quando desembarcaram, os dois
foram imediatamente abordados. A liberação das malas e dos políticos foi
autorizada pelo delegado executivo da PF em Minas, Domingos Pereira dos Reis.
Em 2012, Hilton foi candidato a prefeito de Contagem (MG).
Não obteve sucesso. Na época, declarou possuir R$ 626 mil, contra os R$ 669 mil
informados este ano, que incluem uma residência e um automóvel VW Jetta. Em
1998, declarou apenas uma linha de telefone celular, sem informar os valores,
quando disputou uma vaga de deputado estadual pelo PST. Em 2002, um
apartamento, um Gol e um Vectra. Nas últimas eleições, ele teve R$ 496 mil em
doações recebidas. A maior parte veio do comitê financeiro do PRB, mas com
origem em empresas como JBS S.A., Bradesco, Construtora Queiroz Galvão e
Cervejaria Petrópolis.
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