quinta-feira, 25 de dezembro de 2014

Nova rabacuada de ministros de Dilma tem tudo para ser pior que a anterior

Ricardo Noblat

A se levar em conta os nomes anunciados ontem, a presidente Dilma Rousseff parece destinada a cometer o prodígio de montar um segundo ministério tão ruim ou pior do que o primeiro. “Governo novo, ideias novas” foi o que ela prometeu durante a recente campanha eleitoral. Prometeu também que não formaria o novo governo com políticos derrotados este ano. O que temos até aqui? Um novo governo com velhos nomes, carente de ideias novas e repleto de derrotados.

Cid Gomes: ministro da Educação sem que tenha a mínima.
Cid Gomes, governador do Ceará, cuidará do Ministério da Educação – sabe por quê? Porque Dilma deve a ele o racha no PSB que apoiaria Eduardo Campos para presidente da República. Fora o estupendo número de votos que ela teve no Ceará. Mas para todos os efeitos, Cid ganhou o lugar porque a Educação foi o ponto forte do seu governo. Por que forte? Você não sabe? Nem eu.

Em compensação eu sei – e talvez você saiba – que Cid se notabilizou por contratar artistas a peso de ouro para shows no Ceará. Ivete Sangalo, a R$ 650 mil por show, foi um deles. Plácido Domingos, o tenor, outro. Esse embolsou R$ 3,4 milhões. Pela módica quantia de R$ 388 mil, Cid fretou um jatinho para viajar de férias à Europa acompanhado da sogra. Sim, da sogra.

Legítimo representante do baixo clero da Câmara dos Deputados, o novo ministro dos Esportes, George Hilton, faz questão de ser conhecido como radialista, apresentador de televisão, teólogo e animador. É líder do PRB. Em julho de 2007, foi expulso do PFL, partido ao qual era filiado, por ter sido flagrado no aeroporto de Belo Horizonte com 11 caixas de papelão carregadas de dinheiro e de cheques. Algo como R$ 600 mil que seriam provenientes de doações de fiéis da Igreja Universal.

Cinco derrotados nas eleições deste ano serão promovidos a ministros. Eduardo Braga (PMDB-AM), que perdeu o governo do seu Estado, ficará com o Ministério das Minas e Energia.

Braga entende tanto de Energia quanto entendia Edison Lobão (PMDB-MA), citado na roubalheira da Petrobras, e que está deixando o cargo.

Para fazer feliz seu vice Michel Temer, que pediu por ele, Dilma convidou Eliseu Padilha (PMDB-RS) para a Secretaria de Aviação Civil. Eliseu está sem mandato depois de ter sido deputado federal quatro vezes. Foi ministro do governo Fernando Henrique Cardoso, em 2010 apoiou José Serra contra Dilma e, este ano, Dilma contra Aécio Neves.

Vice-prefeito de São Paulo quando Serra era prefeito, derrotado por Serra para o Senado, Gilberto Kassab assumirá o cobiçado Ministério das Cidades. Com isso, Dilma pagará o apoio que recebeu do PSD dele.
Para se reeleger presidente em 2006, Lula compareceu a um comício em Belém do Pará e publicamente beijou a mão do então ex-senador Jáder Barbalho (PMDB), que o apoiava. A seu modo, Dilma também beijou a mão de Barbalho. Ela e Lula foram a Belém apoiar a candidatura ao governo do filho de Jáder, Helder. Vencido, Helder foi convidado por Dilma para ministro da Pesca.

Armando Monteiro Neto (PTB) perdeu a eleição para governador de Pernambuco. Ex-presidente da Confederação Nacional da Indústria, responderá pelo Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio.

Renan Calheiros (PMDB-AL), presidente do Senado, está rindo à toa. Elegeu o filho governador de Alagoas. E emplacou Vinícius Lages, um técnico, no Ministério do Turismo.

Primeira mulher a governar o Brasil, Dilma escalou nove mulheres para sua primeira equipe ministerial. No momento conta com sete. Dos 17 novos ministros que anunciou até agora, apenas dois são mulheres.

2 comentários:

  1. Não vão criar o Ministério da Música para o Eduardo Suplicy?

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. Não. Suplicy vai ser ministro da Merda na Cabeça e Assuntos Correlatos

      Excluir