Entre os 104 ex-governadores que ganham pensão especial, 15
estão cumprindo mandato de senador. Esse seleto grupo soma os dois rendimentos,
beneficiando-se de uma falha na legislação, que instituiu um teto federal, mas
não um teto nacional.
São eles: Casildo
Maldaner (PMDB-SC), Luiz Henrique da Silveira (PMDB-SC), Roberto Requião
(PMDB-SC), Jorge Viana (PT-AC), João Durval (PDT-BA), Ivo Cassol (PP-RO),
Valdir Raupp (PMDB-RO), Edison Lobão (PMDB-MA), Epitácio Cafeteria (PMDB-MA),
João Alberto (PMDB-MA), Antonio Carlos Valadares (PSB-SE), Agripino Maia
(DEM-RN), Cássio Cunha Lima (PSDB-PB), Cícero Lucena (PSDB-PB) e José Sarney
(PMDB-AP), que recebe a pensão como ex-governador do Maranhão.
REQUIÃO FOI À JUSTIÇA
O Paraná chegou a suspender o pagamento das pensões em 2011,
mas por decisão da Justiça, retomou este ano. Requião, então, cobrou judicialmente os recursos do período em que não
recebeu sua aposentadoria. Mês passado, ganhou R$ 452,6 mil retroativos aos 16
meses que teve o benefício suspenso.
Em 2009, o Tribunal de Contas do Estado publicou um acórdão
pedindo ao Congresso que buscasse uma forma de se enquadrar no teto do funcionalismo
público, que é de R$ 29,3 mil, tentando evitar a soma de salários de deputados
e senadores acima deste patamar.
No entanto, o acórdão nunca foi cumprido porque o Senado
alega que não há como instituir um teto nacional, já que União, estados e municípios
têm orçamentos e folhas de pagamento independentes.
Para resolver isso, só quando uma lei definir que exista um
mecanismo capaz de detectar em todo o país o recebimento de salário por cada
ente federado e, então, praticar um abate teto.
TETO NACIONAL FORA DA PAUTA
Por ora, o tema não é uma prioridade do Congresso. Não há
projeto em fase acelerada de tramitação que institua o teto nacional. É uma
regalia, se comparado ao que ocorre na esfera federal.
No Executivo, no Legislativo e no Judiciário, quando o
servidor ultrapassa os R$ 29,3 mil, tem a diferença abatida automaticamente.
A situação dessas 157 pessoas, incluindo ex-governadores e
ex-primeiras-damas, é ainda mais fora da realidade se comparada a dos milhares
de brasileiros que se aposentam pelo Regime Geral de Previdência.
O Requião não é do PMDB-SC, mas do PMDB-PR.
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