Deonisio da Silva: Mistérios e segredos do calendário
O ano de 2014 envelheceu e vai morrer no dia 31. No dia
seguinte, vai nascer um bebezão que já tem nome: 2015. O calendário é irmão da
agricultura e da pecuária, surgidas no Neolítico, quer dizer pedra nova (10 mil
anos a.C.). Os homens tinham aprendido a fazer ferramentas e passaram a viver
em povoações ou aldeias próximas aos rios, de modo a terem água para si mesmos
e para os animais que tinham domesticado, como a vaca, a camela e a cabra, que
davam leite para eles e para as crianças; e o boi, o camelo e o cavalo, nos
quais eles montavam ou aos quais adaptavam carroças e arados, para irem de um
lugar a outro, transportarem mercadorias e lavrar a terra para o plantio.
Tal como hoje, eles já precisavam de autoridades para
dirimir rivalidades, palavra do mesmo étimo de “rio”. As primeiras autoridades
foram os mais velhos. Tais resquícios ainda permanecem em modernos sistemas de
poder. Senado tem o mesmo étimo de senex, velho, ancião. E as crianças sabem
que podem recorrer aos avós, o STF delas. Os primeiros homens olharam para o
Céu para organizar a vida na Terra. A agricultura, a pecuária e o calendário
estão ligados ao poder, dado como de origem divina, a teocracia, em que a
política é exercida por sacerdotes, intermediários da vontade dos deuses. Dois
vestígios deste tempo quase imemorial são o papa e o calendário, chamado
gregoriano, porque foi o papa Gregório XIII que, em 24/02/1582, decretou que
naquele ano o dia seguinte a 4 de outubro fosse o dia 15. Aqueles dez dias
foram para as calendas gregas. Calendário veio de calendae, o primeiro dia de
cada mês, palavra do mesmo étimo de calare, convocar. Autoridades religiosas e
jurídicas convocavam a todos para nesse dia pagar as contas.
No calendário, o dia e a noite são as medições mais antigas.
Em segundo lugar vêm a semana e o mês, medidos pelas quatro fases da Lua. Em
último, o ano, que mede o tempo (52 semanas, 12 meses) que a Terra leva para
dar uma volta ao redor do Sol. O primeiro dia de nossas vidas é o aniversário.
O último é um mistério.
Acho que são 13 dias a diferença entre o calendário Juliano e o gregoriano. O que não faz a menor diferença, assim como é estranho imaginar o calendário muçulmano com 355 dias e meses de 29 dias...Os calendários trazem mesmo uma série de considerações evolutivas e políticas, relógios como stonehenge, pirâmides etc...
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