Por várias vezes critiquei Fernando Henrique aqui,
principalmente quanto aos seus famosos “punhos de renda”, sua falta de punch e sua
falta de participação política quando era mais necessária, portanto fico à
vontade para rebater uma crítica de Rodrigo Constantino ao artigo de FHC de
ontem no Globo, “Vitória amarga”, onde o ex-presidente diz, a respeito das
eleições, que “É indiscutível a legalidade da vitória, mas discutível sua
legitimidade”.
E foi exatamente aí que Rodrigo se pegou, afirmando que a
vitória foi ilegal porque o resultado da auditoria nas urnas eletrônicas ainda
não saiu, que há denúncias que apontam uso de propina no financiamento de
campanha, os Correios, em Minas Gerais, atuaram como braço partidário do PT e
por aí afora. Ora, isso são suspeitas e denúncias, cuja competência para aceitá-las,
discuti-las e julgá-las não é de FHC, nem de Rodrigo e nem de ninguém mais além
dos membros dos órgãos judiciais competentes, portanto, até segunda ordem a vitória
do poste foi legalíssima.
E Rodrigo prossegue chiando da “discutível legitimidade” afirmando
que “não há margem para dúvidas: a vitória não goza de legitimidade coisa
alguma!”. Por mais que eu concorde que houve sujeiras mil nas eleições, que a “campanha
foi a mais sórdida da história”, nem eu nem ninguém pode se arvorar de dono da
verdade e, ao se recusar a discutir o fato, Rodrigo comporta-se exatamente como
quem quer fugir à responsabilidade por falta de argumentos - o governo petralha.
Além disso, ressalve-se o fato de que o conceito de legitimidade varia de
acordo com os grupos sociais. Tem muita gente que até hoje acha legítimo matar,
sequestrar e roubar em nome de supostos ideais. A Comissão da Verdade está aí
mesmo para confirmar o que eu digo.
Só concordaria com Rodrigo quando ele subiu ainda mais nas
tamancas reclamando das três vezes que FHC usou o termo “presidenta”, mas mesmo
assim, tenho lá as minhas dúvidas quanto à ironia da colocação.
De qualquer forma, as críticas de Rodrigo são muito pouco
consistentes - eu diria tolas, até - para um artigo onde o que menos importa
foi exatamente o que ele criticou.
Tudo que se precisa neste momento é de fogo amigo (sic!) politicamente correto. Ainda não aprendeu, não?
ResponderExcluirPoliticamente correto, eu? Você está confundindo as coisas. Quem está sendo politicamente correto - com as cores trocadas - é o Constantino, ao tentar estabelecer parâmetros para se criticar a situação. Maniqueísmo não é meu forte.
ExcluirEste comentário foi removido pelo autor.
ExcluirIsso é o que eu chamo de "direita dodói", basta discordar em algo simples para eles ficarem todos magoadinhos e reclamar de fogo amigo. Talvez seja necessário publicarmos um livro com coletâneas dos comentários onde discordamos uns dos outros aqui no TMU.
ExcluirQuantas vezes eu já discordei de forma muito mais veemente (e vice versa), com o Ricardo, com o Argento e com a Theresa... e quantas vezes os comentários foram chamadas de fogo amigo?
Se eu tivesse que concordar com tudo o que é postado ou comentado aqui no TMU eu simplesmente deixaria de ler, como fiz com o blog o Reinaldo Azevedo. O mais interessante é que um ANÔNIMO vem aqui censurar a postagem do proprietário do blog.
Apenas por curiosidade: por que o Ricardo discordando do Constantino é fogo amigo, mas o Constantino discordando do FHC não é?
Pois é Milton, também não entendi.
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