Mais um lamentável artigo desse calhorda que adora Cuba, mas
prefere fazer roteiros gastronômicos no Reno.
Diga-se de passagem, quando eu lembro que minha mãe dizia que era prima distante de Érico Veríssimo, eu sinto engulhos e a necessidade de esclarecer:
Se, por acaso, o filho do Érico é meu primo mesmo, a culpa não é minha!
Diga-se de passagem, quando eu lembro que minha mãe dizia que era prima distante de Érico Veríssimo, eu sinto engulhos e a necessidade de esclarecer:
Se, por acaso, o filho do Érico é meu primo mesmo, a culpa não é minha!
Luis FernandoVerissimo: Meios e fins
Havia a Cuba que dava lições ao resto da América Latina em
matérias como Saúde e Educação, e a Cuba dos paredões, das prisões políticas,
da censura à imprensa
A resposta indicada para a pergunta “O que você acha de
Cuba?” era “Qual Cuba?”. Havia a Cuba que se transformara de bordel dos Estados
Unidos em país independente, inclusive dos Estados Unidos, a Cuba que resistira
durante anos à retaliação americana enquanto dava lições ao resto da América
Latina em matérias como saúde publica e educação universal, a Cuba do idealismo
preservado apesar de todas as privações — e a Cuba dos paredões, das prisões
politicas, da censura à imprensa, da perseguição a dissidentes e do culto à
personalidade dos irmãos Castro, eternizados no poder. Era possível admirar uma
Cuba e lamentar a outra. Ou não era? A dúvida nos remetia à velha questão,
velha como o tempo: quando é que os fins justificam os meios? Até onde a Cuba admirável
dependia, para sobreviver a tão poucos quilômetros da Flórida, da Cuba
lamentável? Felizmente, quem não era cubano não precisava se definir. As
relações das duas Cubas eram apenas pontos de um debate teórico.
O século passado viu a representação mais dramática até hoje
da velha questão de meios e fins, ou da também velha máxima segundo a qual é
impossível fazer omeletes sem quebrar ovos: o salto da China comunista, de uma
sociedade feudal em que se morria de fome a uma sociedade que consegue alimentar
mais de um bilhão de pessoas. A quantidade de cascas de ovos quebradas para
fazer esta omelete foi incalculável. Sob a ditadura maoísta, uma geração
inteira se sacrificou para que a maior transformação social de que se tem
noticia chegasse a um bom fim, a China moderna. O resultado absolveu os meios?
Teoricamente, sim. Mas é certo que nenhum dos sacrificados pela Revolução
Chinesa tinha teorias sobre a nova sociedade que estava ajudando a construir, e
ninguém lhe perguntou...
O José Onofre, que não está mais entre nós para nos fornecer
frases definitivas, costumava dizer que não se pode, mesmo, fazer omeletes sem
quebrar ovos, mas que precisamos nos precaver de quem não quer fazer omeletes,
quer é ouvir o crec-crec das cascas sendo quebradas. Os apologistas da tortura
(outros teóricos) gostam de alegar que os fins justificam quaisquer meios para
atingi-los, mesmo os mais bárbaros. Mas é impossível distinguir quem pensa
realmente que tortura adianta de quem só participa de torturas pelo prazer do
crec-crec. O relatório recém-publicado sobre a tortura praticada pela CIA
concluiu que em nenhum caso o “interrogatório intensificado”, o eufemismo
deles, produziu alguma informação aproveitável. Conclui-se que no mundo dos
torturadores os sádicos sejam maioria.
A aproximação de Cuba e Estados Unidos significa que velhas
queixas serão esquecidas. Já foram libertados prisioneiros dos dois lados. O
bordel talvez não reabra, mas os cassinos, os turistas e os dólares voltarão, e
Las Vegas que se cuide. Em suma, um bom fim.
Rodrigo Constantino: Não existe a Cuba admirável. Ou: A Cuba
de Verissimo
Hospital cubano, o “lado admirável” do regime assassino
segundo os idiotas úteis
Você logo identifica um socialista envergonhado quando ele
“faz críticas” ao regime cubano para logo depois jogar um “mas, por outro lado,
as conquistas sociais…” Tudo balela! Se alguém achasse que conquistas sociais
justificam ou amenizam tiranias assassinas, então precisariam, antes de mais
nada, enaltecer o regime de Pinochet, que foi bem menos sangrento que o de
Fidel Castro e com resultados econômicos e sociais infinitamente melhores.
As “conquistas sociais” cubanas não passam de um mito. A
educação não é boa, e quem diz o contrário não entende que doutrinação
ideológica jamais pode ser tratada como boa educação. Que educação boa é esta
em que as pessoas sequer podem ler os livros que desejam, pois há um índice
enorme de livros proibidos? Que boa educação é esta em que prostitutas e
taxistas desfrutam de formação superior, mas não conseguem exercer suas
profissões por falta de trabalho?
Falar em saúde é ainda pior: em Cuba falta o básico do
básico. Os familiares dos pacientes precisam levar comida e lençóis, e as
instalações são precárias. Qual a grande contribuição que Cuba deu à medicina
mundial, à exceção de algum avanço sobre o tratamento do vitiligo? Nada. Fidel
se trata com médicos espanhóis, pois sabe que são melhores. Chávez sim,
acreditou na medicina cubana. E morreu.
Portanto, quem enxerga o “lado admirável” de Cuba não passa
de um míope, ou um cego mesmo, dominado pela ideologia. Cuba é um retumbante
fracasso em todos os sentidos, a mais longa e cruel ditadura do continente, que
ceifou a vida de dezenas de milhares de pessoas inocentes. E não, isso não foi
culpa dos “imperialistas ianques”, dos “malditos estadunidenses”. Quem repete
isso dá atestado de estupidez.
O embargo americano é a simples proibição de comércio entre
os dois países, após Cuba roubar as empresas americanas e apontar mísseis
soviéticos para as cidades dos Estados Unidos. Fidel e Raúl Castro sonhavam em
efetivamente destruir os Estados Unidos, como evidências apontam. Não há
bloqueio algum, como alguns pensam, tanto que Cuba pratica comércio com
Espanha, Brasil, Venezuela, Canadá, etc.
Só os americanos estão impedidos, e é hilário saber que
nossa esquerda radical acha que essa é a causa da miséria na ilha. Ou seja:
falta comércio com os… ianques! Se ao menos Cuba fosse “explorada” pelos
consumistas burgueses americanos, tudo seria melhor… Ignoram, além da
contradição de que estão defendendo indiretamente aquilo que odeiam
(globalização e comércio com americanos), que a miséria crescente venezuelana
não tem embargo algum como desculpa. É o socialismo mesmo que sempre, em todo
lugar, produziu apenas miséria e escravidão.
Logo, quem fala em “meios e fins” para avaliar Cuba, como
fez Verissimo em sua coluna de hoje, está sendo hipócrita. Não só os fins
nobres não justificam os meios de uma assassina tirania, como não há fins
nobres ali. Cuba não era um prostíbulo americano como os mentirosos ou
ignorantes alegam. Era um dos países mais avançados da América Latina, com
indicadores sociais acima da média. E foi transformada num feudo particular dos
Castro.
O prostíbulo cubano existe hoje, não há 50 anos. São os
maiores índices de prostituição, inclusive infantil, pois o povo miserável mal
tem o que comer. Além de ter virado um bordel sob o regime socialista, Cuba
virou um hub para o tráfico de drogas internacional, e até para terroristas.
Chacal foi parar lá, como tantos outros. É essa a Cuba “admirável” de Verissimo
e companhia? Diz o escritor:
Havia a Cuba que se transformara de bordel dos Estados
Unidos em país independente, inclusive dos Estados Unidos, a Cuba que resistira
durante anos à retaliação americana enquanto dava lições ao resto da América
Latina em matérias como saúde publica e educação universal, a Cuba do idealismo
preservado apesar de todas as privações — e a Cuba dos paredões, das prisões
politicas, da censura à imprensa, da perseguição a dissidentes e do culto à
personalidade dos irmãos Castro, eternizados no poder. Era possível admirar uma
Cuba e lamentar a outra. Ou não era? A dúvida nos remetia à velha questão,
velha como o tempo: quando é que os fins justificam os meios? Até onde a Cuba
admirável dependia, para sobreviver a tão poucos quilômetros da Flórida, da
Cuba lamentável? Felizmente, quem não era cubano não precisava se definir. As
relações das duas Cubas eram apenas pontos de um debate teórico.
Pois é, eis o problema de nossos “intelectuais”: gostam de
um “debate teórico” enquanto pessoas de carne e osso pagam com suas vidas e
liberdades o preço dessas utopias assassinas. Cuba não preservou idealismo
algum. É apenas uma fazenda dos irmãos Castro, com os quase 11 milhões de
habitantes tratados como gado bovino. Quem encontra um lado para admirar em
Cuba diz muito de si mesmo, de sua falta de princípios, de seu nulo apreço pelo
próximo, de sua falta de empatia que permite colocar a ideologia acima dos
fatos.
Mas a cara de pau de Verissimo é tanta que ele compara o
regime cubano, há mais de meio século matando e escravizando, com a CIA,
agência de inteligência do governo americano que eventualmente torturou
terroristas em busca de informações para salvar vidas inocentes. Não, isso não
é o mesmo que aplaudir os meios nefastos para os fins nobres. É apenas
constatar o abismo intransponível entre ambas as coisas.
De um lado temos um ditador que usa dos piores meios por
décadas, fuzilando inocentes, prendendo inocentes, apenas para se perpetuar no
poder. Do outro lado, temos excessos condenáveis praticados por um órgão de um
país democrático que abusa de métodos inaceitáveis sobre terroristas para
tentar preservar a paz e a liberdade dos inocentes. Quem não enxerga o
contraste moral é mesmo muito imoral.
Enfim, os defensores da pior tirania da América Latina estão
prestes a perder a última desculpa esfarrapada que restou para justificar a
tirania. E isso vale também para os defensores envergonhados, aqueles que
“criticam” os “excessos” de Fidel e Raúl Castro, mas admiram, por outro lado,
as “conquistas sociais” que existem apenas na mitologia canhota
latino-americana.
Esse Veríssimo me dá vontade de vomitar
ResponderExcluirErrrgh..
Comparar Veríssimo com Rodrigo Constantino é um.....Para né!!! Não consigo ler 3 frases dele sem achar que alguém paga ele para escrever tal merda...
ResponderExcluir(argento) ... contrariando opiniões, fantasias e ideologias, há gente, de carne e osso, vivendo em Cuba ...
ResponderExcluirPuerra!, voltou? Tava preso na Papuda?
Excluir(argento - sob captcha) ... só um "retiro espiritual", no interior, sem computadores e sem internet ... rapaz!, como o mato cresceu, aqui no bunker! ... deu saudade.
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