Eu não sei por que cargas d’água todo mundo que se mete a
defender a maconha tem que se comportar como se estivesse sobre o efeito da
dita cuja. Hoje foi a vez do Gabeira, em sua coluna no Globo, cujo título é “Maconha
revisitada”. Após o blablablá de praxe, com muito cuidado para não ser
escancaradamente a favor da droga, mas ao mesmo tempo destilando uma sutil
ironia contra quem é contra, Gabeira resume o texto todo no último parágrafo da maneira mais idiota
possível, com um “os males que a maconha traz ainda são discutíveis”.
Discutíveis quais, cara-pálida? Os males físicos já provados
e comprovados pela ciência ou os não tão físicos assim, que deixam as pessoas
agindo como semi débeis mentais? O que é ainda discutível é o seu uso
medicinal, que não passou ainda de uma meia dúzia de experiências práticas sem
comprovação científica.
Juro que não entendo a defesa tão abnegada dessa gente que
em vez de dizer abertamente que quer a liberação da maconha porque gosta de
fumá-la, usa supostas as propriedades medicinais da canabis para justificar um “liberou
geral”, como se fossem eles os doentes terminais que precisam da droga. Aliás,
talvez sejam mesmo.
Como tanta besteira junta não poderia deixar de ter um gran
finale, Gabeira encerra com “a maconha mata, certamente, se um pacote de cinco
quilos cair do décimo andar na cabeça de quem passa”...
De preferência na sua cabeça, Gabeira, quando estiver
emaconhada. Só para ver se assim você larga o vício de ser idiota na prática, quando,
em tese, não o é.
A maconha é a única droga que consegue amenizar o desejo de fumar maconha.
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