O título é meu, mas o texto é do Ucho.
Durou pouco a esperança dos brasileiros em relação à
possibilidade de o Brasil começar a ser passado a limpo. Isso porque o ministro
Teori Zavascki, do Supremo Tribunal Federal (STF), determinou nesta
segunda-feira (19) a imediata soltura dos presos pela Polícia Federal na
Operação Lava-Jato, que investigou um esquema de lavagem de dinheiro, corrupção
e desvio de dinheiro público comandado pelo doleiro Alberto Youssef. De acordo
com a PF, Youssef pode ter movimentado de forma ilegal aproximadamente R$ 10 bilhões.
Zavascki também solicitou que a Justiça Federal do Paraná
envie ao STF todos os inquéritos e processos relativos à operação Lava-Jato,
decisão que está sendo considerada um jato de água fria, pois o juiz federal
Sérgio Moro há anos vem se empenhando para desmontar o esquema criminoso que
começou em Londrina com o finado José Janene, o xeique do Mensalão do PT.
O ministro do STF determinou a imediata suspensão dos
inquéritos e ações penais em curso, assim como o recolhimento dos mandados de
prisão expedidos. De tal modo, de acordo com Zavascki, todos os presos na
operação policial devem ser colocados em liberdade, não podendo deixar a
comarca onde residem e “devendo entregar os passaportes em 24 horas”.
Teori Zavascki concluiu que o processo judicial decorrente
da Operação Lava-Jato deve ser analisado Supremo, uma vez que no rol de
envolvidos no esquema há dois deputados federais: André Vargas (sem partido-PR)
e Luiz Argôlo (SDD-BA). Com base no que determina a Constituição Federal,
parlamentares só podem ser investigados ou processados pelo STF.
A decisão do magistrado foi tomada na esteira de pedido
formulado pela defesa de Paulo Roberto Costa, ex-diretor da Petrobras, que
arguiu a incompetência da Justiça Federal do Paraná para ordenar sua prisão e
decidir no processo que tem parlamentares no rol de acusados. Acusado de ser
sócio do doleiro Alberto Youssef, Costa está preso desde o dia 20 de março, sob
a acusação de prejudicar as investigações da PF sobre um esquema de pagamento
de propinas, como forme de beneficiar empresas em contrato para a construção da
Refinaria Abreu e Lima, em Pernambuco. A principal empresa envolvida na
construção da refinaria pernambucana é a empreiteira Camargo Corrêa, que lidera
o consórcio CNCC.
Com a remessa do processo da Lava-Jato para o STF, o Palácio
do Planalto ganha dose extra de fôlego no cabo de guerra que se formou, a
partir do escândalo, entre o governo e a oposição. Como sabem os brasileiros de
bem, o Supremo, na composição atual, tem decidido em muitas ocasiões em favor
do governo do PT. Em suma, a massa da pizza começa a crescer e em breve será
servida à população, que terá de aceitar que mais um escândalo de corrupção,
envolvendo apaniguados do governo, entre na fila de julgamento da Suprema Corte
ou seja varrido para debaixo do tapete.
Enquanto isso em um país altamente desenvolvido acontece algo surreal.
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