Deu no Ancelmo Gois de hoje que Dilma e Pezão vão “aplicar”
R$ 1,9 bilhão na Rocinha. Então vamos ver o que é a Rocinha, que tem 38 mil
“imóveis” e apresenta as seguintes características:
• apenas em 7,5% das ruas passam carros;
• a maioria dos acessos se dá através de becos (34%) e
escadarias (33%);
• só 30,1% dos moradores recebem correspondências em casa;
• 35,8% dos imóveis surgiram do ano 2000 para cá;
• são 34.465 imóveis domiciliares e 3.564 não-domiciliares
(55,6% de casas contra 36,7% de apartamentos);
• 61,8% dos imóveis domiciliares são próprios;
• 32,2% dos imóveis domiciliares têm telefones fixos;
• o abastecimento de água é feito pela rede oficial em 90,6%
dos logradouros;
• 86% dos domicílios estão oficialmente ligados à rede geral
de esgoto;
• a maioria dos empreendedores ou empresas é informal
(91,1%);
• 6.508 empresas ou empreendedores, dos quais apenas 8,1%
são formais (pagam impostos).
Oficialmente são 100 mil habitantes (para mim tem mais) em
menos de um quilômetro quadrado. Quer dizer, a Rocinha tem uma densidade
populacional sete vezes maior que a de Tóquio (14.400 hab/km2) com uma
infra-estrutura de tribo zimbabuense.
Como eu tenho certeza que qualquer tentativa de urbanização
da Rocinha é inviável, tanto pelos dados apresentados, quanto pela topografia do
terreno e pela localização, que inviabiliza qualquer solução decente para o
transporte de tanta gente, resolvi pegar esse R$ 1,9 bilhão e construir um
conjunto habitacional de primeira.
Então vamos lá:
Para isso, eu precisei usar apenas 6,67 km2 dos
159 km2 que a União possui na cidade do Rio de Janeiro (vide mapa), já que a
área necessária para essas 38 mil casas, considerando-se um terreno de 9m x 13m
(117m2) - mais que suficiente - e mais 50% de áreas comuns (ruas,
calçadas, etc.), é de 6.669.000m2.
Depois eu arredondei para R$ 1 mil o custo - absurdo - do
metro quadrado da construção no Rio (segundo o IBGE, R$ 962,44). Para uma casa
de 45 metros quadrados muito maior e mais decente que os barracos e pardieiros
da Rocinha gastei R$ 45 mil (vide planta) e multipliquei pelos 38 mil imóveis
necessários, o que deu R$ 1,71 bilhão.
Segundo a USP, os custos de urbanização (vide quadro de
custos), que incluem serviços auxiliares, terraplenagem, rede de esgotos, guias
e sarjetas, galerias pluviais, rede de água, pavimentação rede elétrica,
iluminação pública, paisagismo e arborização, saem por R$ 15,11 por m2. Sendo
benevolente, arredondei para R$ 20,00 por m2, e a urbanização
completinha do terreno saiu por R$ 133.380.000,00, que somados aos R$ 1.710.000.000,00
da construção das casas, chegou a R$ 1.843.380.000,00.
Do R$ 1,9 bilhão que me deram, dei um troco de R$ 56,620
milhões!, que Dilma e Pezão embolsaram, como de praxe aqui em Banânia, já que providenciar
transporte decente, escolas, segurança e saúde para os cem mil habitantes da New
Rocinha não é mais que a obrigação do Estado.
Bem, isto aí se faria em um país sério, com planejamento de espansão urbana; o empreendimento poderia ser explorado pelas prefeituras e/ou pelos governos estaduais com a compra e venda e/ou alugueis, ... utopia?!
ResponderExcluireXpansão!!!
ResponderExcluir... de quebra, manteria aquecida a construção civil com a mão de obra oriunda das favelas, perdão, "comunidades"
ExcluirEste comentário foi removido pelo autor.
ResponderExcluirSe as casinhas forem empilhadas (é difícil), sendo as pilhas constituídas de três camadas com quatro casas em cada camada, a área necessária diminuiria significativamente, mas não vamos esquecer que é possível empilhar mais de dez camadas de casinhas. Resumindo, não resolvem por que não querem, o interesse é justamente gastar dinheiro onde nada será resolvido.
ResponderExcluir... aí é que está o casamento perverso e "perfeito": "capital+políticanalha+corrupção" - não dar solução e continuar gastando mais e mais
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