A estreia do filme “Praia do Futuro” em circuito nacional,
na última quinta-feira, tem provocado reações surpreendentes na plateia
brasileira. A produção brasileira, que traz a assinatura de Karim Aïnouz, tem
sido, em algumas cidades, alvo de forte rejeição às cenas de sexo entre os
personagens centrais, vividos pelo brasileiro Wagner Moura e pelo alemão
Clemens Schick e levou dezenas de pessoas a deixar as salas de exibição em
lugares como Niterói, no Grande Rio, e São Luís, no Maranhão.
Na noite do último domingo o incômodo com as cenas
envolvendo Moura levou nada menos que 42 pessoas a deixarem uma sala de cinema
em Niterói. Na capital maranhense a história se repetiu. Numa sala com cerca de
40 pessoas, mais da metade debandou depois de testemunhar as cenas.
Aí começa a palhaçada. A notícia diz que “especialistas atribuem as reações ao conservadorismo da
população do país, onde a aceitação ao amor entre homens ainda é longe da ideal”.
Depois, passa algumas opiniões da turminha do politicamente
correto:
“Na segunda cena, começou todo mundo
a se levantar. Achei estranho e comecei a contar. Duas meninas, de cerca de 25
anos, diziam ‘não vim aqui para assistir a filme gay’. Fiquei chocada, eu
realmente fico sem entender o que leva uma pessoa a fazer isso.”
Jornalista Vivian Fernandez, que testemunhou a debandada em
Niterói.
“O que existe é a negação da
possibilidade do afeto entre dois homens, as pessoas não querem entender os
desejos de quem lhes é diferente, daí o estranhamento.”
Coordenador do movimento Rio Sem Homofobia, Cláudio
Nascimento.
“Ficou muito claro que eles saíram
por causa da temática LGBT. O que as pessoas acham que é a sala de cinema? Um
bufê?”
Márcio Sallem, crítico de cinema, assistiu a tudo em São
Luiz.
“É ótimo que ele tenha aceitado
fazer o filme e tenha dado um tapa na cara dos retrógrados.”
Organizador do Cineclube LGBT Aleques Eiterer, que exibiu o
longa em pré-estreia no dia 9 de maio no Rio “com ótima receptividade”, não tem
dúvidas de que o caso traz embutido um forte preconceito. Para ele, incomoda
particularmente ver o ator que viveu o brutal Capitão Nascimento na pele de um
homossexual.
“Isso acontece porque é um filme com
dois homens, né? Vemos o quanto a sociedade não consegue lidar com relações
homossexuais e sabemos que a questão das religiões fundamentalistas ajuda a
arraigar o atraso.”
Vice-presidente do Grupo Arco-Íris, Marcelle Esteves,
lamentando “tamanho retrocesso”.
Como se pode notar, na opinião dos “especialistas” quem não
gosta de viadagem é retrógrado e não tem o direito de se “chocar” com cenas de
sexo homossexual em um filme. Pelo contrário, esse tipo de atitude é exclusiva
dos “progressistas”, que, não satisfeitos em tentar nos impingir conceitos,
acham-se no direito de mandar também nas nossas reações e convicções morais.
Não há coisa mais estúpida que a imposição dessa inversão de
valores em nome de um modernismo fajuto que hoje ocorre em todas as áreas da
nossa vida, até porque esse tal “progressismo” nada tem de moderno, já que foi
posto em prática por Stalin, logo após a Segunda Guerra. A Teoria dos dois
Campos, como ficou conhecido o absurdo, estabelecia que todas as áreas do
pensamento e da ação deveriam ser divididas em dois campos mutuamente
excludentes, antagônicos e irreconciliáveis, maniqueísmo que determinava que
quem pensasse diferente das concepções oficiais era inimigo.
De mais a mais, aonde está o preconceito contra o
homossexualismo de quem se retira de um cinema para não ver o que não quer, alegado
por esses idiotas? Desde quando uma moça dizer à outra “não vim aqui para
assistir a filme gay” e ambas retirarem-se do cinema é motivo para escandalizar
alguém? E quem é fã do Wagner Moura, o machão do Bope, ao deparar-se com uma
cena em que ele queima a rosca - ainda que de mentirinha -, não tem o direito de ficar chocado e se mandar
dizendo cobras e lagartos?
Hoje, quem não acha que viadagem é lindo, que negro é
inferior e precisa de cotas para isso e aquilo, que o aborto deve ser liberado,
que maconha idem e que o socialismo é a solução para os problemas do mundo
apesar de ter fracassado por onde passou, é rotulado de reacionário, quando, na
verdade, quem são os reacionários (segundo o Houaiss, contrários, hostis à
democracia; antidemocráticos) são eles mesmos ao querer nos fazer imposições (i)morais
de toda a ordem.
Vão chupar um prego!
Quanto aos filmes com cenas entre duas mulheres? Com toda a certeza a maioria dos homens babam.
ResponderExcluirQuem foi ver o filme não sabia do que se tratava? Eu não vou ao cinema sem saber a essência do filme.
Veja só como a velhice se revela das formas mais inesperadas. Eu sou tão velho que ainda sei desligar os aparelhos que uso.
ResponderExcluirExatamente Milton, o mesmo se passa quando vamos ver um filme no cinema,ou uma peca de teatro ou qualquer outra manifestação cultural, também podemos sair e ir embora se não gostarmos.
ResponderExcluirApenas uma vez aconteceu de eu sair antes da metade do filme, foi quando fui ver o "Good Morning Vietnam" sabia do que tratava, mas foi demasiado chato para o meu gosto.