sexta-feira, 16 de maio de 2014

Pablo Capilé é lindo














- Não é lindo?

- O senhor pode ser processado por isso!

- Ué, por quê?

- Por estar ridicularizando Pablo Capilé!

- Eu?... Como assim?

- Falando de sua aparência...

- Pombas, eu só perguntei se ele não era lindo...

- Então?...

- Então o quê?

- ...Então o senhor está ridicularizando...

- Peraí: eu realmente o acho lindo!

- Isso é brincadeira. Não tripudie!

- Não estou tripudiando! Acho o Pablo Capilé lindo!

- Isso não é possível!

- E por quê? Porque ele tem os lábios grossos?

- É... Sei lá!

- Então o senhor o acha feio?

- Acho...

- Então, se eu o acho lindo e o senhor o acha feio - e confessa -, quem está ridicularizando quem? Se eu dissesse que a sua mãe é feia o senhor não iria achar ruim?

- Mas o senhor não pode achar Pablo Capilé lindo...

- E por que não?

- Sei lá... Estética, talvez.

- E o senhor gosta da fase cubista de Picasso?

- Por quê?

- Apenas responda.

- Claro que gosto!

- Estética?

- Como?...

- Estética. O senhor acha que o que Picasso pintava tinha algum senso estético?

- De uma certa forma, sim.

- Então, de uma certa forma, esteticamente o senhor também poderia considerar Pablo Capilé lindo. Não faz sentido?

- Mas uma pintura é diferente de uma figura real.

- Não em termos de estética. Ela é a mesma para todos os padrões visuais. Se eu considero o cubismo de Picasso uma maravilha, tenho todo o direito de não ser criticado por achar Capilé lindo.

- Mas o senhor falou isso com ironia, por não gostar dele como pessoa.

- Meu caro: eu detesto a Camila Pitanga como pessoa - apenas para citar um exemplo conhecido -, mas também a acho linda. Isso é ironia?

- É... Quer dizer, não.

- Então, não me venhas de borzeguins ao leito que eu cá não te recebo!

- Hem?...

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