Paulo Cruz: Dois pretos, duas medidas
Como o governo e os movimentos sociais manipulam as
estatísticas.
Há um tempo atrás, pensando no método estatístico dos
“justiceiros sociais” da esquerda, produzi um gráfico do tipo “preciso desenhar?”.
Ei-lo:
A proposição é muito simples:
Se um sujeito mestiço claro (como alguns rappers famosos
brasileiros), cresce na periferia, ouvindo rap e samba o dia inteiro, andando
com negros a vida toda - pois é evidente que há mais negros na periferia –,
qual a probabilidade de ele se definir como negro quando indagado a respeito de
sua “raça”? Não precisa responder; apenas pense.
Agora pense num outro, com o mesmo tom de pele, crescendo na
classe média alta, ouvindo Bach, frequentando museus e viajando para o exterior
uma vez ao ano. Como este se definirá?
Não é possível saber com certeza, mas me parece que um
mestiço que cresça na periferia tende muito mais a se autodeclarar negro do que
aquele que não convive com negros; ainda mais se os seus ascendentes diretos
(pai, mãe e avós) não forem negros.
O conceito de autodeclaração é extremamente subjetivo, para
não dizer falso. Utilizar-se desse artifício espúrio para garantir cotas
raciais (!) ou estimar a população carcerária, é uma falsificação da realidade
brasileira. Os negros somam mais de 50% da população. O problema é que, destes,
apenas 7,6 são pretos, e 43,1 são pardos. (Fonte: Censo 2010)
Censo-2010
Entre os universitários também se dá o mesmo: em 2010, no
grupo de pessoas de 15 a 24 anos que frequentava a universidade, 31,1% eram
brancos, 12,8% eram pretos e 13,4% pardos. Ou seja, somados, pretos e pardos
são 26,2%, uma diferença muito menor do que fazem parecer os ideólogos. (Fonte:
Censo 2010)
E entre a população carcerária também é a mesma coisa. Vejam
o que diz o site Afropress:
Até junho de 2013 (os dados estão sendo divulgados com
atraso de um ano, provavelmente por causa das eleições), o Brasil tinha 574.027
pessoas presas – a quarta maior população carcerária do mundo. Do total de
pessoas presas 289.843 são pretas e pardas (86.311 pretas e 221.404 pardas). Os
brancos são cerca de 176.137, os amarelos, 2.755, indígenas 763 e 11.527 são
classificados como “outras”, ou seja, não se enquadram na terminologia adotada
pelo IBGE, que define cinco categorias: preto, pardo, amarelo, indígena e
branco (grifo meu).
Ou seja, a maioria da população carcerária é composta de
pardos, e não de negros.
O que se conclui? Que o Governo e os Movimentos Sociais
manipulam os dados como querem - para não dizer que manipulam as pesquisas (mas
isso não digo).
É sempre oportuno lembrar o que disse o velho Aristóteles,
há milhares de anos, em sua Metafísica:
“Nem a cor branca, nem a cor preta no homem produzem uma
diferença de espécie e entre o homem branco e o homem preto não existe
diferença de espécie; e não haveria diferença de espécie mesmo que déssemos um
nome diferente a cada um. De fato, branco e preto só é o homem entendido como
matéria, e a matéria não produz diferença” (1058b).
Ou seja, falar em raça em termos biológicos é uma estupidez.
Em termos culturais, é discriminação.
Outra coisa curiosa é a velha história, defendida pelo
Movimento Negro, de que o conceito de Democracia Racial visa a embranquecer a
população. Tudo bem que esse pensamento é uma reação amedrontada às ideias
eugenistas e evolucionistas em voga no séc. XIX, defendidas por intelectuais
como Sílvio Romero - e inspiradas,
sobretudo, nas teses estúpidas de Arthur de Gobineau. Porém, a realidade tem
mostrado o contrário. Vejamos:
Em 2000, os brancos somavam 53,74% da população; em 2010
eram 47,33%. Já os pardos passaram de 38,45% para 43,13%, e os negros de 6,21 %
para 7,61%. Ou seja, o que está diminuindo é a população branca!
E aqui, mais uma vez, o genial Gilberto Freyre (não obstante
sua completa demonização pela esquerda acadêmica), tem razão: o Brasil é
mestiço. Essa é a verdadeira riqueza da nação brasileira. E nenhum esperneio ou
negacionismo mudará isso.
“Operários”, de Tarsila do Amaral. Ou: quando os comunistas,
num ato falho, enxergam a realidade.
A cultura e a contribuição dos negros e seus ascendentes
africanos jamais será apagada da história brasileira, e não importa o quão mais
clara ou escura a pele de sua população se torne. E, convenhamos: são as
afinidades eletivas - e o amor, evidentemente - que determinam os
relacionamentos amorosos, não a ideologia de raças.
(argento) ... preconceito racial é um NEGÓCIO Perverso; brancos de um lado, pretos do outro, dois preconceitos em Conflito; o NEGÓCIO os mantém, alimenta e "Regula" permanentemente ... Mestiços (maioria), Confundidos, não sabem qual rumo tomar ...
ResponderExcluir(argento) ... por onde anda Aizita Nascimento?. aliás, musa de, minhas, muitas "homenagens" ...
ExcluirEis aqui um debate sobre cotas raciais. Demétrio Magnoli foi brilhante, os outros... só assistindo. Mas o mais interessante está no finalzinho, quando uma aluna conta sua experiência.
ResponderExcluirhttps://www.youtube.com/watch?v=6sS5S_bvAKY
(argento) ... desde que me entendo por gente, afirmei e insisto neste Ponto ao afirmar que o preconceito no Braziu nunca foi Racial; a segregação, manifestada como preconceito, é, na realidade, Segregação Social. Repito, segregação social Confundida, como se fosse (mas não é) preconceito racial - fazem confundir "um pouquinho de macarrão com um porrão de macaquinho" - o triste é que os Macaquinhos de Imitação (gado marcado) embarcam no Embuste e acabam Refens da ilusão.
Excluir(argento) ... é, Milton, em verdade são duas palestras, são verdadeiras Aulas!
Excluir(argento) ... chega ser assustador o resultado do experimento apresentado em slides, materializado no espanto da criança "afro descendente" ...
Excluir(argento) ... o que me leva a questionar o Paradigma imposto pelo Sistema de Crenças que "gerencia" a sociedade ...
Excluir(argento) ,,, como se pode observar, Amarelos, Indios e "Outos" não tendem ao crime, se delínquem é pela proximidade com Pardos, Brancos e Pretos ...
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