Trecho do artigo de José Casado de ontem no Globo - “Remuneração em ministério vai até R$ 152 mil” - que vale a pena uma olhada:
Até o mês passado, existiam 39 ministérios (agora são 31) com 49,5 mil áreas administrativas divididas em 53 mil núcleos responsáveis, em tese, pelas políticas públicas.
Em consequência, uma iniciativa no setor de água, por exemplo, envolve nada menos que 134 órgãos. Na saúde, são 1.358 organismos com poder decisório. Na educação, contam-se 1.036 áreas de gestão e, na segurança, há 2.375 segmentos operacionais. Isso apenas no âmbito federal, de acordo com o Sistema de Organização e Inovação Institucional do Governo (Siorg).
Sobre essa rede, paira a sombra de um emaranhado de instituições e normas de controle e fiscalização. A burocracia nacional produz em média 520 novos regulamentos por dia, estima o Instituto Brasileiro de Planejamento. Ano passado, o país superou a marca de cinco milhões de leis, resoluções e portarias - para tudo e para todos.
Existe órgão federal para qualquer tipo de problema nacional. A começar pelos da própria burocracia, como é o caso do Departamento de Gestão das Carreiras Transversais. O que não existe é vaga em cargo de chefia, comissionada. Na eventualidade, nomeia-se um interino até a solução, geralmente política.
Agora me digam se um país que tem, por exemplo, 1.358 organismos com poder decisório na área da Saúde pode funcionar? Se a absurda “produção” de 520 novos regulamentos por dia, em função da também absurda quantidade de 53 mil núcleos de “políticas públicas” não inviabiliza qualquer mínima possibilidade de organização?
Se, depois de Lula e Dilma, quem pegar esse País para governar quiser fazer dele algo viável vai ter que se aliar com os deuses mais poderosos e contar com muita sorte, além, é claro, de muita competência e firmeza.
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