Do Estadão
O ex-diretor de Abastecimento da Petrobras Paulo Roberto
Costa confirmou em depoimento à Polícia Federal que partiu do ex-presidente da
Petrobras José Sérgio Gabrielli a ordem para o pagamento de uma agência de
publicidade investigada pela Operação Lava-Jato.
A Muranno Brasil Marketing teria sido paga com recursos de
propina desviados da estatal petrolífera num consórcio entre PP, PMDB e PT –
partidos que comandavam o esquema de cartel e corrupção na Petrobras.
“Em determinada oportunidade, o então presidente da empresa
Sérgio Gabrielli mencionou ao declarante a existência de uma ‘pendência’ da
Petrobras junto a empresa (Muranno) e solicitou ao declarante que fosse
resolvida”, afirmou Costa, primeiro delator da Lava-Jato. O ex-diretor foi
ouvido no dia 14 de julho no inquérito que apura os pagamentos à agência de
publicidade.
O nome da Muranno surgiu ainda no início da Lava-Jato –
deflagrada em março de 2014 – na quebra de sigilo bancário das empresas do
doleiro Alberto Youssef. Foram identificados R$ 1,7 milhão pagos entre o final
de 2010 e início de 2011, em meio aos repasses envolvendo empreiteiras do
cartel.
A Muranno foi apontada por Youssef como uma agência
contratada pela Petrobras. Credora de cerca de R$ 6 milhões, a Muranno teria pressionado
o governo Lula para receber valores, após o rompimento de contratos.
“Houve a suspensão de contratos pela Petrobras, prejudicando
recebimentos da parte acordada com as empresas, que deveriam ser quitados
independentemente de suspensão”, afirmou o doleiro. Sua versão é coincidente em
boa parte com as declarações de Costa no dia 14 de julho.
“Foi chamado por Paulo Roberto Costa, o qual pediu que esta
questão fosse resolvida, pois teria recebido um pedido de Sérgio Gabrielli,
presidente da estatal, para que isso fosse solucionado” – diz o depoimento de
Youssef.
Gabrielli foi ouvido na tarde desta sexta-fera, 9, na
Justiça Federal, em Curitiba, como testemunha de defesa de Marcelo Bahia
Odebrecht, presidente da maior empreiteira do País, preso desde 19 de junho.
Na versão do doleiro, Costa recomendou que os valores para a
Muranno fossem rateados entre PT, PMDB e PP. “Deveria providenciar a quitação
dos créditos da empresas, para tanto buscando a contribuição junto a colaboradores
do PT, PMDB e PP”, afirmou Youssef.
O doleiro disse ter ficado “receoso” com o pedido de Costa “pois
para pagar a dívida toda, teria que retirar da parte que era destinada ao PP. “A
sugestão de Paulo (Roberto Costa) foi que então o PP cobrisse uma parte, o PMDB
cobrisse outra e que o próprio PT também contribuísse para quitar os valores
que estavam sendo cobrado pelas empresas.”
Costa afirmou que iria conversar com o operador de propinas
do PMDB Fernando Antonio Falcão Soares, o Fernando Baiano “para poder conseguir
pagamento da parte que caberia ao PMDB”.
O importante não é quando ele vai, mas como ele vai e quanto tempo vai ficar. A Odebracht foi a última a ser autuada, mas também foi quem teve a autuação mais severa. Então quem dever estar mais preocupado com isso é o próprio Gabrielli, pelo tamanho das acusações e principalmente por tornar pouco possível um acordo de colaboração com a justiça. Tenha a impressão que quando prenderem o Gabrielli só vai sobrar duas pessoas para ele colaborar com a justiça, Lula e Dilma.
ResponderExcluir(argento) ... já passou do tempo - "antes tarde do que tão tarde que não dê conserto" ...
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