sexta-feira, 16 de outubro de 2015

Lula, o “voluntário” sob intimação

Comunicado do Instituto Lula:

“Nesta quinta-feira (15), o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, esteve com o Procurador da República, Ivan Cláudio Marx, e prestou voluntariamente depoimento acerca do inquérito aberto pelo Ministério Público do Distrito Federal (MPF-DF) pedindo esclarecimentos a respeito das palestras e viagens ao exterior do ex-presidente.

Lula respondeu às perguntas do procurador e argumentou que os presidentes e ex-presidentes do mundo inteiro defendem as empresas de seus países no exterior. Afirmou também que para ele isso é motivo de orgulho. Disse que todas as suas palestras feitas estão declaradas e contabilizadas, com os devidos impostos pagos, e que jamais interferiu na autonomia do BNDES e nas decisões do banco sobre concessões de empréstimos. Em seu depoimento afirmou: “quem desconfia do BNDES não tem noção da seriedade da instituição”. Lula ressaltou “jamais ter interferido” em qualquer contrato celebrado entre o BNDES e empresas privadas. Mas que sempre procurou ampliar as oportunidades de divulgação dessas companhias no exterior, com vistas à geração de empregos e de divisas para o Brasil.”


Pois é. Só que, a pedido do ‘adevogado’ de Lula, o tal “depoimento voluntário” - que de voluntário não tem nada, porque Lula já teria sido intimado para dar explicações - foi realizado em um local “neutro”, fora das dependências da Procuradoria da República, “para não chamar atenção da imprensa”. O procurador Cláudio Marx poderia recusar o pedido, mas preferiu concordar com a sugestão do advogado para agilizar a investigação. Ele entende que, se não houvesse um acordo prévio sobre o melhor local para ouvir o ex-presidente, o depoimento poderia ser adiado em prejuízo do andamento da apuração.

Puerra! Quer dizer que um ‘adevogado’ de Lula pede que ele seja ouvido num local supostamente neutro “para não chamar atenção da imprensa”, um motivo fútil, despropositado e acima de tudo antidemocrático, e o procurador aceita, numa boa? Por que tanto rapapé com um ladrão que nem mais foro privilegiado tem?

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