Por João Luiz Mauad
Márcio Pochmann, um dos economistas preferidos do esquema lulopetista, tendo sido por vários anos presidente do IPEA, disse recentemente o seguinte:
“Os liberais não gostam,
infelizmente, do povo – sobretudo da população mais pobre. Acreditam que o povo
não cabe no país, que os pobres têm que ficar de fora. Portanto, defendem
políticas antipopulação, contra os trabalhadores”.
Eis aí, dito com todas as letras, o principal argumento
político da esquerda contra as políticas liberais. Não por acaso, sua (deles)
imagem está associada à bondade, à justiça, à harmonia, à dignidade, às boas
intenções e a tudo quanto se refere ao altruísmo, ao desprendimento, à
benevolência, etc. Esta imagem sedutora é tão bem trabalhada (principalmente em
relação aos mais jovens, que não dispõem de defesas suficientes contra o
insidioso veneno da doutrinação), que os mais embevecidos, não obstante muitas
vezes sintam que há algo de muito errado naquela ideologia, recusam-se a
largá-la, mesmo depois da fase adulta.
Malgrado alguns consigam enxergar os fatos irrefutáveis que
a realidade lhes revela todos os dias, ainda assim escolhem ancorar suas almas
no porto seguro dos discursos de igualdade e fraternidade. Ao invés de escutar a voz da razão, preferem
enganar suas consciências. Ser de
esquerda, afinal, os faz sentir bons, puros e magnânimos. Para os esquerdistas,
tudo parece girar em torno de como se sentem sobre si mesmos.
Não, não duvido das boas intenções de alguns esquerdistas,
embora, depois de estudar a História da humanidade, seja preciso ser meio
obtuso para acreditar que o coletivismo e o igualitarismo, de qualquer tipo,
possam gerar algum resultado que não miséria e sofrimento, principalmente para
os mais vulneráveis. Difícil mesmo é acreditar nos políticos e intelectuais da
sinistra. Como Bastiat, eu gostaria de poder acreditar “que eles obedecem
exclusivamente a essas sublimes causas que aconselham aos outros; que eles dão
exemplos tão bem quanto conselhos; que colocam as suas próprias condutas em
harmonia com as doutrinas que defendem; que seus discursos são plenos de
desinteresse e isentos de hipocrisia, arrogância, inveja, mentira ou maldade.”
O proselitismo esquerdista é deveras facilitado pelo fato de
as pessoas se sentirem atraídas por soluções simples, não raro sem muita
disposição para o pensamento rigoroso, o que, ao mesmo tempo, torna também
muito mais complicado o argumento liberal. Não é fácil convencer alguém, por
exemplo, de que frequentemente a melhor maneira de ajudar os mais necessitados
não é através do assistencialismo, mas da liberdade. É bem mais simples
defender e endeusar um político populista que, como Lula, distribui bolsas aos
menos afortunados, tornando-os reféns do Estado, do que um empresário que
pretende ficar rico vendendo aos pobres produtos baratas e dando empregos aos
menos preparados.
“Nós somos pelos pobres; eles são
contra os pobres” é a síntese do discurso esquerdista, sempre focado nas
boas intenções, e não nos resultados obtidos. Suas políticas, frequentemente,
se baseiam em resultados de curto prazo e, como dizia Bastiat, naquilo que se
vê, sem se preocupar com a visão de longo prazo ou com os efeitos que não são
visíveis imediatamente. Assim:
Eles defendem políticas de salário mínimo, que beneficiam
uns poucos trabalhadores sindicalizados e com empregos estáveis, enquanto
prejudicam justamente os trabalhadores menos preparados e com menos
experiência, que terão muito mais dificuldade para arranjar trabalho.
Eles defendem políticas protecionistas, que protegem alguns
empregos em indústrias locais, mas encarecem sobremaneira os produtos vendidos
dentro de nossas fronteiras, prejudicando milhões de consumidores pobres e,
principalmente, desvirtuando a melhor alocação de recursos.
Eles defendem políticas de incentivo aos grandes
conglomerados (bolsa empresário, via BNDES e congêneres), não raro fomentando
monopólios e oligopólios, que beneficiam meia dúzia de empresas bem conectadas
e seus empregados, à custa do dinheiro dos pagadores de impostos, a maioria
deles pobres, que pagam tributos escorchantes em cada produto que consomem.
Eles defendem um sem número de regulamentações, facilitando
a vida das empresas e dos profissionais já estabelecidos, mas dificultando a
entrada de novas empresas e empreendedores no mercado formal, especialmente os
mais pobres, que não detêm recursos suficientes para lidar com a burocracia.
Eles defendem impostos sempre crescentes, com vista a
promover a redistribuição da riqueza e da renda, porém, dificultando a formação
de poupança e, conseqüentemente, de novos investimentos, que são, no frigir dos
ovos, os grandes “produtores” de empregos.
Eles são pelo aumento crescente dos gastos públicos para a
promoção de programas de transferência de renda, ainda que isso tenha um efeito
francamente inflacionista, sem atentar para o fato de que a carestia seja
talvez o maior inimigo da (pouca) renda dos pobres em geral, e dos trabalhadores
em particular.
Enfim, eles são incapazes de compreender a lição do grande
Milton Friedman:
“É um grande erro
julgar as políticas e programas por suas intenções, ao invés de seus
resultados. Nós todos conhecemos a famosa estrada que é pavimentada com boas
intenções… Eu admiro as pessoas de coração mole, sempre dispostas a ajudar o
próximo, mas, infelizmente, muitas vezes, tal moleza se estende também aos seus
cérebros. Porque o fato é que os programas que são rotulados como sendo para os
pobres, para os necessitados, quase sempre têm efeitos diametralmente opostos
ao que os seus patrocinadores bem-intencionadas previam.”
Tenho o mesmo parecer (não confundir com opinião) que o meu Xará, complemento com a seguinte frase: "Gosto de quem tem coração mole, mas não gosto de quem tem miolo mole". Sobre a questão das intenções, eu nunca ouvi falar de alguém dizer que tem má intenção, mal intencionados são os outros.
ResponderExcluirMas o mais FANTÁSTICO é dizer que os liberais não gostam do povo. Por acaso o fim da escravidão, reforma agrária, direito de greve e redução de carga horária de trabalho, não foram promovidos pelos liberais. Marx era contra a reforma agrária e contra todas as conquistas dos trabalhadores.
(argento) ... Marx era KAPITALSTA ...
Excluir(argento) ... e Burguês ...
Excluir...e aproveitador que vivia às custas de Engels...
ExcluirA relação de Marx e Engels era mais ou menos assim: Engels tinha dinheiro e Marx tinha um diploma de filosofia (comprado). Mas Marx também desfrutou boas heranças, do pai dele e do sogro (barão de Westphalen). Ele casou com a filha do barão depois que ele morreu, pois o barão não aceitava o namoro da filha com Marx.
ExcluirMarx perdeu tudo quando foi expulso da Prússia, em 1848, e passou a depender de Engels, antes disso, Engels era um dos financiadores do jornal clandestino publicado por Marx e foi sócio de Marx no Nova Gazeta Renana (1848).
Engels nunca quis estudar e nem cuidava da empresa que o pai criou para ver se ele fazia alguma coisa (trabalhava), quando o pai dele morreu e recebeu a herança, deixou (deu) a empresa dele para os funcionários e viveu do dinheiro herdado, trabalhar em hipótese alguma. Marx estudou (frequentou a faculdade) forçado pelo pai, foi um estudante medíocre que nunca conseguiu se formar, teve comprar o diploma.
(argento) ... há outras formas de "completar" a frase "Eu detesto pobre e, exatamente por isso, quero vê-los ...", Escravizado ou Morto são alternativas possíveis. Escolha, baseado na sua "percepção" atual sobre o Brasil, uma (pode ser qualquer outra) que melhor a complete ...
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