Há duas semanas, em resposta a solicitação da Confederação
Brasileira de Texas Hold’em* (CBTH), o
Ministério do Esporte (ME) comprometeu-se a criar um grupo de estudos sobre as
leis que regulamentam o pôquer em outros países. A confederação encarou o
compromisso como uma vitória, o primeiro passo para a futura criação de uma
legislação para o setor no Congresso. O mais provável, porém, é que o apoio do
ministério por ora não prospere muito.
No rearranjo político do ministério no início do segundo
governo Dilma, a pasta do Esporte foi dada ao PRB, partido ligado à Igreja
Universal do Reino de Deus (IURD). O ministro George Hilton nomeou Carlos
Geraldo Santana, ex-presidente da rede Record no Rio e do PRB em Pernambuco, o
novo secretário nacional de Alto Rendimento.
Apoiar um jogo de cartas é um tema delicado para as bases
eleitorais de políticos ligados à IURD. Carlos Geraldo não quis dar entrevista
ao GLOBO sobre o assunto. Em nota, o Ministério do Esporte declarou apenas que
dois servidores foram designados para estudar sobre o caso, “sem prazo para
conclusão dos estudos”. A nota diz ainda que “não há compromisso do ME em
articular qualquer iniciativa de regulamentação”.
*É abrangida por esta CONFEDERAÇÃO a principal e mais
difundida modalidade do poker, o TEXAS HOLD’EM, e todas as demais variantes do
poker esportivo mundial, tais como, mas não exclusivamente, Omaha, Omaha
High/Low, 7 Card Stud, 7 Card Stud High/Low, Razz, Mixed Games e todas as
demais variações de nomes ou de modalidades que envolvam a prática do poker
esportivo.
Isso parece o samba do crioulo doido. “Poker esportivo”? Desde
quando poker é esporte? De mais a mais, não há absurdo maior que entregar um Ministério - qualquer um - a uma seita que se divide em três castas: ladrões, fanáticos e idiotas. Todas
sem a menor possibilidade de fazer juízos sobre o que quer que seja.
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