Atualizado às 21:23:
Querendo ou não, as telenovelas são obras de arte. Não no sentido da perfeição ou do esmero técnico na elaboração, mas ao pé da letra mesmo. Pois bem, acabei de ler do Constantino o seguinte:
Querendo ou não, as telenovelas são obras de arte. Não no sentido da perfeição ou do esmero técnico na elaboração, mas ao pé da letra mesmo. Pois bem, acabei de ler do Constantino o seguinte:
“Tenho implicância com muitas novelas, pelo valor um tanto
distorcido que passam. Estou para ver um empresário rico, bem-sucedido, e
legal, boa pessoa, bom pai, bom marido. Isso simplesmente non ecziste! Também
gostaria de ver menos discursos politicamente corretos, chatos e sensacionalistas.”
Bom, para começar, eu não gosto de novelas por vários motivos:
pela obrigação, pela pobreza dos roteiros, pela repetição de personagens, idem
de artistas, pela mesmice, enfim, por toda a qualidade que as novelas tinham há
uns vinte ou trinta anos, que foi posta de lado em detrimento da excelência da
moderna tecnologia. O nível de exigência dos argumentos e dos roteiros foi
reduzido a 10% do que era, achando-se que tudo pode se sustentar em cima de uma
produção caprichada, coisa que até acontece, mas não para quem tem um nível de
exigência um pouco maior, como é o caso do Rodrigo.
O que eu não aceito é o argumento que as novelas devam ter
algum compromisso com o “politicamente correto” ou em passar os valores morais vigentes.
Se o próprio Constantino, há uns dias, elogiou de montão o filme “Melancolia”
de Lars Von Trier, um sujeito totalmente amoral (pelo menos nos seus filmes),
não faz sentido exigir algum tipo de moral de uma novela ou de qualquer outra
manifestação artística.
Aliás, as observações do Rodrigo são o resultado da sua
reação ao saber que na novela “Amor à Vida” um personagem indicou ao outro a
leitura de um livro sobre Che Guevara. Ora, o que é que o furifunfas tem a ver
com as calças?
Rodrigo, às vezes, parece um general da ditadura, daqueles
bem tacanhos, que viam sinais de comunismo até em suas próprias sombras. Além
disso, com essa opinião, ele está querendo ser tão politicamente correto quanto
um petralha insano.
Eu combato a esquerda
com o que eu posso, mas nunca usaria a minha ideologia como arma contra a arte,
no caso, uma ficção, que tem todo o direito de se expressar da maneira que bem lhe
convier.
Resposta do Rodrigo (mandei o post como comentário no blog dele):
Comento: Aí que está, arte mesmo não tem a ver com proselitismo ideológico e politicamente correto! Isso NÃO é arte! Isso é propaganda ideológica.
Resposta do Rodrigo (mandei o post como comentário no blog dele):
Comento: Aí que está, arte mesmo não tem a ver com proselitismo ideológico e politicamente correto! Isso NÃO é arte! Isso é propaganda ideológica.
- Rodrigo, eu não assisto à novela, mas segundo você mesmo disse, essa tal dica de livro veio de uma vilã. Isso é proselitismo?
- Resposta do Rodrigo: Não, ela não é vista como vilã na novela. Isso é o pior!
É aquilo que eu chamo de "marxismo de direita" e tá me enchendo o saco já faz tempo. Não importa de Chico Buarque é de esquerda, ele tem música maravilhosas, mas tentam depreciar a música com base na posição política. Já o Lobão era merda até ontem, agora até a música dele virou "alta cultura".
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