Mauro Santayana (Rio Grande do Sul, 1932) é um jornalista
brasileiro. Embora tenha estudado apenas até o segundo ano do antigo
primário, o equivalente ao atual terceiro ano do ensino fundamental, ocupou,
como jornalista autodidata, cargos destacados nos principais órgãos da imprensa
brasileira, especialmente na mídia impressa, como Folha de S. Paulo, Gazeta
Mercantil, Correio Brasiliense e Jornal do Brasil, no qual mantém uma coluna
sobre política. Também escreve regularmente para a Carta Maior, é comentarista
de televisão e mantêm um blog, onde escreve artigos e crônicas sobre política,
economia e relações internacionais.
Foi Diretor Presidente do “Banco de Desenvolvimento de Minas
Gerais”, na área Cultural.
Foi adido cultural do Brasil em Roma, entre 1987 e 1990. Em
1968, integrou a “Comissão de Estudos Constitucionais do Ministério da Justiça”,
que elaborava propostas para os Constituintes de 1977.
A princípio está explicada a falta de intimidade de Mauro
Santayana com a língua portuguesa: o cara estudou menos que o Lula! Eu só
gostaria de entender como é que ele pode ter ocupado “cargos destacados” em
tantos órgãos de imprensa como jornalista, apesar do desconhecimento do idioma,
da falta de diploma e da pobreza de raciocínio.
E mais, adido cultural em Roma?!!! Bom, era no governo
Sarney...
Mas leiam o primor do seu artigo:
Cartel e Nação
Mauro Santayana
Desde a instituição, em 1536, pelo Rei Dom João III, de
Portugal, das Capitanias Hereditárias, o Brasil sofre com a maldição dos
monopólios e da cartelização.
Dentro das capitanias, o senhor explorava seus prepostos,
nas sesmarias, exercendo a exclusividade da compra e da venda e da fixação de
preços das mercadorias, da mesma forma que a Coroa Portuguesa fazia com ele.
O que, antes, era imposto pelo sistema colonial português,
transformou-se, com o passar dos anos, em traço marcante da cultura nacional e
do estilo “empreendedor” brasileiro. Criamos um país de barões, tabeliões (sic)
e coronéis, interventores nomeados e pequenos comerciantes, sempre empenhados
em ver o público em geral mais como objeto de exploração pura e simples do que
como clientes ou consumidores.
Em que pese a “herança maldita” de Dom João III, lá se vão
quase 500 anos, tempo mais que suficiente para qualquer país se livrar de
qualquer resquício de um período entre o fim da Idade Média e o começo do
Renascimento. É bom lembrar que a Austrália, país que foi descoberto por
holandeses em 1606, reivindicada pelos britânicos em 1770 e inicialmente
colonizada por presos transportados para lá a partir de 1788, é melhor que nós
em tudo que diz respeito a civilização, que o Chile, uma tripa geograficamente
prejudicada em forma e localização, também é melhor que nós em tudo e que a
respeito dos Estados Unidos e o Canadá não se precisa nem falar.
E “tabeliões” é o cacete, Santayana!
Entre-se em uma feira qualquer, e em poucos minutos, se
descobrirá que existe uma espécie de “acordão” entre comerciantes locais. Se a
picanha, no “seu” José, está um real mais cara que no “ seu” Manuel, pode ter
certeza de que a chã de dentro vai estar um real mais cara no segundo açougue,
para compensar. O mesmo se dará com o peixe, a banana, o tomate, a alface, etc,
etc, etc.
Quem se der ao trabalho de calcular, vai ver que não faz a
menor diferença parar em uma ou outra banca. Só muda a cara ou a forma da
pessoa atender. Sempre se ajeita tudo para que ninguém saia perdendo, desde que
ele não seja consumidor.
Está se vendo que Santayana, apesar da pose toda de comunista,
deve ter uma “boa” empregada doméstica que faz as compras por ele. Boa para os
vendedores mas mente para o patrão. De feira ele não entende nada! Prova disso
é que, segundo ele, compra-se picanha lá. Além de tudo há muita variação de
preços nas feiras sim! Sexta feira, por exemplo, na mesma feira, eu encontrei
tomates italianos exatamente iguais a três e a seis reais.
E se ele quiser comprar picanha no Supermercado Zona Sul aqui
em Ipanema ou em algum outro mercado do bairro (há pouquíssimos), eu desaconselho:
a mais barata está a R$ 39,70 por quilo, mas se ele andar um pouquinho até
Copacabana vai encontrar a R$ 18,00, menos da metade do preço.
Se isso ocorre no comércio de bairro, imagine-se nos grandes
negócios. Monopólios, cartéis formados para burlar licitações, ou para divisão
de mercado, são a coisa mais normal no Brasil.
Na telefonia, por exemplo, depois da criminosa desnacionalização
do setor nos anos noventa, a concentração em mãos estrangeiras da parte do leão
das telecomunicações faz com que estejamos pagando das mais altas tarifas do
mundo, em uma área que é campeã de reclamações.
O último episódio nessa longa série de escárnios ao cidadão
brasileiro foi a suspensão, na semana passada, pela enésima vez, da tentativa
de se proceder a licitação de linhas interestaduais de passageiros, que
continuam, na prática, nas mãos das mesmas empresas, desde o regime militar.
No setor, a concorrência é tão grande, que as quatro viações
que fazem a ligação entre o Rio de Janeiro e São Paulo, a rota de maior
movimento do país, cobram rigorosamente o mesmo preço pela passagem de ônibus
convencional.
O decreto que previa a licitação é de 1993, a escolha das
vencedoras já deveria ter sido feita em 2008, mas a licitação tem sido
sucessivamente adiada e não saiu até hoje.
E mesmo assim, quando isso ocorrer, só poderão participar
dela – pasmem! – empresas que já operam nesse mercado. Os “concorrentes” continuarão sendo os mesmos
“conhecidos” de sempre. Só haverá algumas mudanças, como a que obrigará
empresas mais rentáveis a atender trechos de menor retorno financeiro.
Quanto ao resto, ou sejam, “monopólios, cartéis formados
para burlar licitações, ou para divisão de mercado” não são culpa do
capitalismo ou das privatizações, mas sim do governo.
Agora, imaginem o Brasil de Santayana: se os detentores do
poder, os petralhas, não têm competência nem para fiscalizar coisas banais e
óbvias, dá para pensar neles administrando alguma coisa sem vir logo à cabeça o
que estão fazendo com a Petrobras, a Eletrobras e outras empresas mais?
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