E com um bispo como “mediador”, nós todos já sabemos qual
será o desfecho.
Corpos dos três homens sequestrados pelos índios em Humaitá
ainda não foram encontrados e a tribo vai reabrir os pedágios
Carlos Newton
A imprensa literalmente abandonou o grave caso dos três
moradores de Humaitá, no Amazonas, que no dia 16 de dezembro trafegavam na
rodovia Transamazônica e foram sequestrados e mortos por índios tenharim que há
anos cobram ilegalmente “pedágio” na estrada federal.
A justificativa do bárbaro crime foi a necessidade de
vingarem a morte de um índio chamado Ivã, que caiu de moto, não usava capacete
protetor, e a Polícia afirma que foi apenas um acidente.
A PM, a Polícia Federal e a Guarda Nacional fazem buscas na
região, mas até agora não acharam vestígios dos corpos do professor Steff
Pinheiro de Souza, do representante comercial Luciano Ferreira Freire e do
funcionário da Eletrobrás Amazonas Energia Aldeney Ribeiro Salvador.
Foram encontradas apenas algumas peças queimadas de um carro
modelo Gol (do mesmo tipo do veículo em que os três trafegavam), mas até agora
não se tem confirmação se eram do automóvel das vítimas.
O mediador que tenta resolver o conflito é o bispo dom
Francisco Merkel, que conhece bem a situação. Ele afirmou que as desavenças
começaram em 2006, após a instalação de pedágios cobrados pelos índios na
Transamazônica. mas até agora não há possibilidade de acordo.
Em 2006, os índios sequestraram um motorista de caminhão,
apreenderam o veículo e só devolveram depois de extorquir 10 mil reais do
caminhoneiro, que deu queixa à Polícia Federal, mas não houve qualquer
providência.
Agora, os índios insistem em continuar a cobrança do
pedágio, a partir de fevereiro. A cobrança será feita apesar da ameaça de um
novo ataque dos brancos que, no dia 26 de dezembro, atearam fogo aos postos
instalados na área indígena. Agora, os caciques prometeram estourar as pontes e
isolar a reserva, caso haja novo ataque dos brancos.
A situação é da maior gravidade, mas nem o governo nem a
imprensa parecem se interessar pelo problema.
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