segunda-feira, 20 de janeiro de 2014

Preto, portuga, judeu e amarelo dão boa liga?

Entre os meus amigos de copo há alguns crioulos – tão alguns quanto os brancos. Sexta passada, quando eu cheguei no nosso bureau etílico, um deles, o Ferreira, negão retinto, sempre com uma sacanagem pronta para quem quer que seja, me pergunta:

- O qué que houve?

- Houve o quê, porra? – respondi perguntando.

- Cê tá amarelo...

E eu, pro crioulo:

- Cê tá preto...

Conheço o Ferreira há uns vinte anos e ele sempre me chamou de Ricardo Amarelo para mexer comigo, em um trocadilho com Ricardo Amaral, ex-rei da noite do Rio - nada a ver, só para zoar mesmo.

No mesmo dia, no mesmo lugar, um amigo português que tem uma loja ao lado do boteco do Benjamin, um espanhol – aquilo lá é uma ONU -, virou seu ventilador para o corredor da galeria e foi sentar bem distante, tendo um banco bem na direção do vento. Comentei:

- Pombas, Julio! Virou o ventilador pra cá e foi sentar aí? Parece português...

Não bastasse, chegou Dudu, um judeu, e deu-se a inevitável porrinha para ver quem pagava as cervejas. Em um dado momento, Dudu se distraiu e não abriu a mão para mostrar os pontos. Foi o bastante para Julio, o portuga, exclamar:

- Judeu é foda! Não abre a mão nem quando é obrigado. Disfarça e finge que não ouve...

Pois é, tirando o judeu, que naquele dia não encarnou no lusitanismo do Julio como sempre faz, eu - o amarelo -, o portuga e o crioulo, se fôssemos observados por algum patrulheiro esquerdopata, estaríamos enquadrados todos como preconceituosos e passíveis de punições.

Eu pergunto: como é que o fato exercermos nosso bom humor dessa maneira pode ser crime, se não há senão gargalhadas das partes atingidas? Como é que pode ser crime se estamos unidos há tanto tempo? Aonde está o crime em uma gozação consentida?

E estendo as perguntas: sendo o bom humor uma das principais condições para uma vida feliz e saudável, como não fazer piadas com judeus, pretos, portugueses e seja lá mais quem for, se eles mesmos se auto-sacaneiam e se divertem com isso? Qual seria a graça da vida se ficássemos obrigados ao que rezam as cartilhas dos esquerdopatas, estes sim, os maiores preconceituosos, por serem inimigos do o sucesso, da alegria e da felicidade reais do indivíduo, desde que não obtidas pela abjeta lavagem cerebral praticada por eles e que destrói até o caráter da vítima?

Esquerdopatas do meu Brasil: arranjem, cada um, uma trouxa de roupa para lavar, que o mal de vocês é falta do que fazer. Ou então, vão tomar no centro que é para não gastar as beiradas.

2 comentários:

  1. Parece que meu comentário sobre o prefeito Afrodescendentão rendeu uma excelente postagem, ou foi coincidência? De qualquer forma ficou muito bom. Vou arriscar um palpite para explicar a implicância esqueropata com as piadas: judeu faz piada com judeu, brasileiro com brasileiro, negro com negro e assim por diante, mas nunca vi esquerda fazer piada com esquerda, na verdade as poucas piadas que existem sobre a esquerda são completamente sem graça, as vezes nem são piadas, são fatos que a esquerda tenta esconder.
    Sou descendente de italianos, de cabo a rabo, existe um ditado italiano que a maioria deve conhecer: "Italiani tuti bona gente, má tuti ladri" (escrevi conforme diziam as pessoas mais velhas com as quais convivi e mantinham o dialeto que veio da Itália misturado com o português).

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  2. Um dos proverbios italianos que nao esqueco:"chi non ama le bestie, non ama i cristiani."

    A minha nonna dizia sempre, sempre, e daí provavelmente veio o meu respeito pelos animais.

    Um ditado veneto muito usado pelo italianos que povoram a minha infancia querida:

    "chi si vergogna di lavorare, abbia vergogna di mangiare."

    Ouvi muitas vezes o ditado acima quando os meus tios e pai conversavam com os amigos durante os maravilhosos almocos dominicais depois da missa das 10:00 hrs.

    "Quem tem vergonha de trabalhar, deveria ter vergonha de comer"

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