Entre os meus amigos de copo há alguns crioulos – tão alguns
quanto os brancos. Sexta passada, quando eu cheguei no nosso bureau etílico, um
deles, o Ferreira, negão retinto, sempre com uma sacanagem pronta para quem
quer que seja, me pergunta:
- O qué que houve?
- Houve o quê, porra? – respondi perguntando.
- Cê tá amarelo...
E eu, pro crioulo:
- Cê tá preto...
Conheço o Ferreira há uns vinte anos e ele sempre me chamou
de Ricardo Amarelo para mexer comigo, em um trocadilho com Ricardo Amaral,
ex-rei da noite do Rio - nada a ver, só para zoar mesmo.
No mesmo dia, no mesmo lugar, um amigo português que tem uma
loja ao lado do boteco do Benjamin, um espanhol – aquilo lá é uma ONU -, virou
seu ventilador para o corredor da galeria e foi sentar bem distante, tendo um
banco bem na direção do vento. Comentei:
- Pombas, Julio! Virou o ventilador pra cá e foi sentar aí?
Parece português...
Não bastasse, chegou Dudu, um judeu, e deu-se a inevitável
porrinha para ver quem pagava as cervejas. Em um dado momento, Dudu se distraiu
e não abriu a mão para mostrar os pontos. Foi o bastante para Julio, o portuga,
exclamar:
- Judeu é foda! Não abre a mão nem quando é obrigado.
Disfarça e finge que não ouve...
Pois é, tirando o judeu, que naquele dia não encarnou no lusitanismo
do Julio como sempre faz, eu - o amarelo -, o portuga e o crioulo, se fôssemos
observados por algum patrulheiro esquerdopata, estaríamos enquadrados todos
como preconceituosos e passíveis de punições.
Eu pergunto: como é que o fato exercermos nosso bom humor
dessa maneira pode ser crime, se não há senão gargalhadas das partes atingidas?
Como é que pode ser crime se estamos unidos há tanto tempo? Aonde está o crime
em uma gozação consentida?
E estendo as perguntas: sendo o bom humor uma das principais
condições para uma vida feliz e saudável, como não fazer piadas com judeus,
pretos, portugueses e seja lá mais quem for, se eles mesmos se auto-sacaneiam e
se divertem com isso? Qual seria a graça da vida se ficássemos obrigados ao que
rezam as cartilhas dos esquerdopatas, estes sim, os maiores preconceituosos, por
serem inimigos do o sucesso, da alegria e da felicidade reais do indivíduo, desde
que não obtidas pela abjeta lavagem cerebral praticada por eles e que destrói até
o caráter da vítima?
Esquerdopatas do meu
Brasil: arranjem, cada um, uma trouxa de roupa para lavar, que o mal de vocês é
falta do que fazer. Ou então, vão tomar no centro que é para não gastar as
beiradas.
Parece que meu comentário sobre o prefeito Afrodescendentão rendeu uma excelente postagem, ou foi coincidência? De qualquer forma ficou muito bom. Vou arriscar um palpite para explicar a implicância esqueropata com as piadas: judeu faz piada com judeu, brasileiro com brasileiro, negro com negro e assim por diante, mas nunca vi esquerda fazer piada com esquerda, na verdade as poucas piadas que existem sobre a esquerda são completamente sem graça, as vezes nem são piadas, são fatos que a esquerda tenta esconder.
ResponderExcluirSou descendente de italianos, de cabo a rabo, existe um ditado italiano que a maioria deve conhecer: "Italiani tuti bona gente, má tuti ladri" (escrevi conforme diziam as pessoas mais velhas com as quais convivi e mantinham o dialeto que veio da Itália misturado com o português).
Um dos proverbios italianos que nao esqueco:"chi non ama le bestie, non ama i cristiani."
ResponderExcluirA minha nonna dizia sempre, sempre, e daí provavelmente veio o meu respeito pelos animais.
Um ditado veneto muito usado pelo italianos que povoram a minha infancia querida:
"chi si vergogna di lavorare, abbia vergogna di mangiare."
Ouvi muitas vezes o ditado acima quando os meus tios e pai conversavam com os amigos durante os maravilhosos almocos dominicais depois da missa das 10:00 hrs.
"Quem tem vergonha de trabalhar, deveria ter vergonha de comer"