domingo, 12 de janeiro de 2014

A “intelequitualidade” que se alastra no Brasil

“Gostei de ler Francisco Bosco com jeito de quem está lendo Proust em Trancoso.”
Caetano Veloso, em sua coluna de hoje.

Mas, vem cá: qual será o “jeito de quem está lendo Proust em Trancoso”? Esses caras incensados e alçados pela mídia à condição de “intelequituais” me saem com cada uma...

O pior é que, para o meu profundo desgosto, ultimamente eu ando descobrindo muita coisa em comum entre os da esquerda e os da direita que se diz liberal, já que nenhum deles se pode dar ao prazer de ser apenas “normal”, considerando que tudo tenha que ser engajado a alguma ideologia. O fato de apenas pensar virou um ato que tem que ser comprometido com alguma outra coisa que normalmente só faz sentido para eles, do contrário você vira um pária intelectual, um sujeitinho reles que comete o pecado de ter ideias próprias.

Em resumo, um “puro” não tem mais valor. Hoje, para ser considerado por alguém como relevante, o sujeito tem, obrigatoriamente, que ser impregnado por algum conceito que não seja próprio e que se coadune com o que os donos da verdade determinam.

Pensar, hoje em dia, nem pensar...

Um comentário:

  1. Exato!
    Se nao concordamos com a maioria somos reacionarios, fascistas, racistas e outros "istas"
    Nao existe o liberdade de expressao. Há uma forma e todos devem caber la dentro, se algo sobrar e cair pelos lados, seremos carimbados com os "ismos e istas" que pululam o nosso céu ou inferno.
    NInguem pode ser diferente de ninguem, todos temos que seguir uma fila indiana e nao ousar a colocar o pé para fora da linha.
    É bem assim, nao podemos pensar que somos melhor que ninguem, a esquerda nao admite, a esquerda burra e os seus seguidores, aqueles que o Ivan Lessa define com quadrupedes.
    Nao existe liberdade de expressao, podemos expressar somente aquilo que agrada e nao sai da forma.
    Belo!

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