quarta-feira, 22 de janeiro de 2014

A barba do Barba e a imprensa

Como bem lembrou Ucho em seu site, enquanto o Brasil está de ponta cabeça, a imprensa se preocupa com a barba do Barba, que se deixou fotografar ao lado do Poste-Que-Não-Dá-Luz no Palácio do Planalto, onde ambos discutiram as reformas ministeriais.

Isso, sem falar nos rolezinhos, a coqueluche do momento.

Aliás, eu fico imaginando o teor da conversa desses dois. A primeira coisa que imagino é a compreensão mútua, prejudicadíssima pelo fato de cada um ter seu idioma próprio, ambos de origem desconhecida. Depois, um problema comum aos dois, o intelecto, já que ambos primam pela burrice crônica, sendo que Lula tem a seu favor apenas uma coisa a mais: a esperteza, que não tem nada a ver com inteligência. Em terceiro lugar, as decisões propriamente ditas sobre quem vai esculhambar qual ministério, a troco de favores políticos, passando por cima de critérios técnicos e de probidade, coisas que os petralhas nunca ouviram falar. Ou seja, o caráter, para quem não o tem, pouco importa, desde que a troca de favores atenda à pura e simples ambição pelo poder.

Não, eu não critico o Poste por pedir ajuda a alguém, nem mesmo a Lula (afinal, merda atrai merda) para resolver problemas porque isso é normal em uma Democracia (até quando?), onde ninguém toma decisões sozinho. Mas tudo tem limites. Neste caso, recomenda-se discrição, o que, definitivamente, não há quando se trata dessa parelha, já que a figura da presidente, naturalmente apagada, praticamente some de cena quando o Barba aparece, fazendo questão de ser fotografado e devidamente documentado pela imprensa, dando a impressão – verdadeira – que quem manda é ele. Até mesmo os petralhas acham isso.

E Ucho manda:

É inaceitável o comportamento da grande imprensa nacional, que se deixa pautar pelos interesses escusos do Palácio do Planalto, sem ao menos contestar os desmandos que brotam nos gabinetes palacianos. Cada vez mais provando sua conhecida incompetência, apesar de ter sido apresentada aos brasileiros como a gerentona e a garantia de continuidade, Dilma não passa de uma obediente tutelada de Lula, que muda os rumos do governo conforme seus interesses. Se situação idêntica acontecesse com algum partido de oposição no poder central, por certo o PT já teria protagonizado a maior gritaria, não sem antes Lula ter criado mais um dos seus enfadonhos “governos paralelos”.

Os jornalistas que cobrem o cotidiano do Palácio do Planalto perderam uma grande oportunidade de perguntar ao lobista e dedo-duro sobre o escândalo de corrupção envolvendo Rosemary Noronha, que se apresentava aos interlocutores como namorada do ex-metalúrgico.

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