Palácio Pamphili, Embaixada do Brasil em Roma, onde Dilma não quis se hospedar
José Casado: Delícias do poder
Varandas privadas oferecem uma panorâmica com o casario à
beira do Tejo, o Castelo de São Jorge, erguido por D. João I em homenagem ao
padroeiro de cavaleiros e cruzadas, e a alameda relvada do parque Eduardo VII,
imaginada na prancha de racionalismo do arquiteto Francisco Keil do Amaral
durante a ditadura salazarista.
Mármore e mogno separam ambientes em duas centenas de metros
quadrados, até o banheiro privado com hidromassagem. O elegante mobiliário da
coleção Espírito Santo, as tapeçarias Portoalegre criadas por Calvet e António,
e os cabides de seda acolchoados nos armários, entre outros detalhes, completam
a sedução da suíte em que se abrigou Dilma Rousseff por uma noite em Lisboa,
sábado passado.
Foi uma “escala técnica obrigatória”, justificou a Presidência.
Na versão oficial, Dilma optou pelo majestoso Ritz, inaugurado há 54 anos pelo
Rei Humberto de Itália e os príncipes de Saboia, porque o prédio do século XVII
onde funciona a embaixada brasileira não podia receber a comitiva de três
dezenas de assessores. A diária na tabela do hotel é de R$ 26 mil, anotou o
repórter Jamil Chade. Equivale a 36 salários mínimos.
Talvez esse valor não seja excessivo, se comparado a algumas
outras despesas da presidente. Em Paris, em dezembro de 2012, o governo gastou
R$ 30 mil (41 salários mínimos) apenas com a instalação de linha telefônica na
suíte de Dilma e no quarto do seu ajudante de ordens. Essa conta não inclui o
serviço de telefonia.
Aparentemente, as escalas (“técnicas e obrigatórias”) mais
caras foram as da viagem presidencial à China, em abril de 2011. Na ida, Dilma
passou 24 horas em Atenas. Custou R$ 244 mil (344 salários mínimos) — ou seja,
mais de R$ 9 mil por hora. Na volta, parou em Praga. Gastou R$ 75 mil (103
salários mínimos). Oito meses depois, em dezembro, ela esteve em Cannes para
uma reunião de chefes de Estado do grupo dos 20 países mais desenvolvidos. Ao
partir, um diplomata pediu recibo do pagamento de R$ 4.500 (mais de seis
salários mínimos) em fotocópias.
Em março do ano passado Dilma foi à missa no Vaticano, a
primeira celebrada pelo Papa Francisco. Preferiu hotel à estadia na embaixada
brasileira, instalada no Palácio Pamphili, de 363 anos. Pagou-se R$ 204 mil
(282 salários mínimos) pelo aluguel de 30 veículos da Rome Vip Limousine. O conta
total da viagem beirou meio milhão de reais. Em seguida ela foi a Caracas, para
o cerimonial fúnebre de Hugo Chávez. A volta a Brasília no jato presidencial
teve um bufê Meliá faturado em R$ 7 mil (9,6 salários mínimos).
Palácio Doria Pamphili |
Palácio Doria Pamphili |
A Presidência mantém um contrato de R$ 1,9 milhão (2.600
salários mínimos) para serviço de bordo dos seus aviões, informa a ONG Contas
Abertas. Neste mês recebeu aditivo de R$ 160 mil (220 salários mínimos). O
cardápio da RA Catering inclui canapês de camarão e caviar, coelho assado, rã e
pato, entre outros itens.
Diante dos gastos de R$ 11 milhões (15 mil salários mínimos)
em 35 viagens entre 2011 e 2012, o Itamaraty recebeu ordens para resguardar
como confidenciais todas as despesas de Dilma e assessores, como registrou o
repórter Vitor Sorano. Duas semanas atrás, a Presidência reafirmou a
classificação.
E, assim, o 29º ano da redemocratização começou com as
delícias do poder encobertas pelo manto do sigilo. Como sempre, em nome da
“segurança nacional”.
http://www.youtube.com/watch?v=orwrhbd4fxU&hd=1
ResponderExcluir. . . é, parece que a grana do país sem pobreza esvai-se no "viver nababesco" . . .
. . . não é caso de política; é de Polícia mesmo!!!
ExcluirNao vejo senso algum que um país como o Brasil onde a maioria do povo ve os europeus como inimigos , imperialistas, capitalistas e outros istas tem um embaixada, bastaria ter contacto atraves de mails ou Skype.
ResponderExcluirDevem sim ter lacos estreitos com países como o Iran, Afeganistan, Paquistan, Bolivia, Equador, Coreia do Norte, Cuba e todas as ditaduras africanas, ditaduras ou nao.
Lacos estreitos com países europeus, nao vejo senso algum, menos ainda ter um palacio para hospedar um petista, sera que o "diplomata" que vive onstentosamente é mesmo um diplomata ou será como o santanyana, feito nas coxas