Universitários que só querem estudar, ou, o rolezinho que não deu certo

Pois é. Os universitários que foram enganados e roubados pela universidade Gama Filho e pela UniverCidade, querem voltar a estudar e resolveram fazer um rolezinho no gramado em frente ao Congresso. Ao contrário dos shoppings, a espelunca não fechou - já estava fechada. Também, pouca diferença faz: se em ordem de marcha ninguém faz nada mesmo, que dirá no recesso.

Com os alunos dormindo ao relento, expostos a ataques de corujas, cobras e escorpiões, a polícia acabou se sensibilizando e os deteve, na noite de ontem, a tapas e pontapés, enfiando-os em um ônibus que os levou para a sede da Polícia do Senado para prestarem depoimento. Muito justo, afinal eles estavam protestando criminosamente contra o fechamento dos cursos das universidades, ocorrido após o descredenciamento das instituições pelo Ministério da Educação, além da ousadia de pretenderem reunir-se com Dilma.

É interessante notar que enquanto a “intelligentzia” de banânia - incluindo toda a imprensa e comentaristas políticos de todas as ideologias - se debruça, discutindo o sexo dos anjos, sobre os rolezinhos dos moleques, nove mil universitários estão impedidos de estudar por culpa exclusiva, em última análise, do Ministério da Educação, que não está nem aí para a própria Educação e muito menos para a integridade moral dos proprietários dos estabelecimentos de ensino.

Lá para os idos tempos da ditadura, um amigo me falou que se o Brasil começasse uma reforma séria na Educação àquela época, talvez nem nossos netos usufruíssem dos frutos maduros. A frase me ficou na cabeça. Passados 35 anos ou mais, eu afirmo que nem os bisnetos dos meus netos vão vê-los.

Os planos de governo, há onze anos, deram lugar aos planos de poder e o povo que se dane.

E enquanto isso os “intelequituais” debatem furiosamente sobre a “importância social” das badernas dos garotos...