sábado, 10 de outubro de 2015

Vem cá, quando é que José Sérgio Gabrielli vai pro xilindró?

Do Estadão

O ex-diretor de Abastecimento da Petrobras Paulo Roberto Costa confirmou em depoimento à Polícia Federal que partiu do ex-presidente da Petrobras José Sérgio Gabrielli a ordem para o pagamento de uma agência de publicidade investigada pela Operação Lava-Jato.

A Muranno Brasil Marketing teria sido paga com recursos de propina desviados da estatal petrolífera num consórcio entre PP, PMDB e PT – partidos que comandavam o esquema de cartel e corrupção na Petrobras.

“Em determinada oportunidade, o então presidente da empresa Sérgio Gabrielli mencionou ao declarante a existência de uma ‘pendência’ da Petrobras junto a empresa (Muranno) e solicitou ao declarante que fosse resolvida”, afirmou Costa, primeiro delator da Lava-Jato. O ex-diretor foi ouvido no dia 14 de julho no inquérito que apura os pagamentos à agência de publicidade.

O nome da Muranno surgiu ainda no início da Lava-Jato – deflagrada em março de 2014 – na quebra de sigilo bancário das empresas do doleiro Alberto Youssef. Foram identificados R$ 1,7 milhão pagos entre o final de 2010 e início de 2011, em meio aos repasses envolvendo empreiteiras do cartel.

A Muranno foi apontada por Youssef como uma agência contratada pela Petrobras. Credora de cerca de R$ 6 milhões, a Muranno teria pressionado o governo Lula para receber valores, após o rompimento de contratos.

“Houve a suspensão de contratos pela Petrobras, prejudicando recebimentos da parte acordada com as empresas, que deveriam ser quitados independentemente de suspensão”, afirmou o doleiro. Sua versão é coincidente em boa parte com as declarações de Costa no dia 14 de julho.

“Foi chamado por Paulo Roberto Costa, o qual pediu que esta questão fosse resolvida, pois teria recebido um pedido de Sérgio Gabrielli, presidente da estatal, para que isso fosse solucionado” – diz o depoimento de Youssef.

Gabrielli foi ouvido na tarde desta sexta-fera, 9, na Justiça Federal, em Curitiba, como testemunha de defesa de Marcelo Bahia Odebrecht, presidente da maior empreiteira do País, preso desde 19 de junho.

Na versão do doleiro, Costa recomendou que os valores para a Muranno fossem rateados entre PT, PMDB e PP. “Deveria providenciar a quitação dos créditos da empresas, para tanto buscando a contribuição junto a colaboradores do PT, PMDB e PP”, afirmou Youssef.

O doleiro disse ter ficado “receoso” com o pedido de Costa “pois para pagar a dívida toda, teria que retirar da parte que era destinada ao PP. “A sugestão de Paulo (Roberto Costa) foi que então o PP cobrisse uma parte, o PMDB cobrisse outra e que o próprio PT também contribuísse para quitar os valores que estavam sendo cobrado pelas empresas.”

Costa afirmou que iria conversar com o operador de propinas do PMDB Fernando Antonio Falcão Soares, o Fernando Baiano “para poder conseguir pagamento da parte que caberia ao PMDB”.

2 comentários:

  1. O importante não é quando ele vai, mas como ele vai e quanto tempo vai ficar. A Odebracht foi a última a ser autuada, mas também foi quem teve a autuação mais severa. Então quem dever estar mais preocupado com isso é o próprio Gabrielli, pelo tamanho das acusações e principalmente por tornar pouco possível um acordo de colaboração com a justiça. Tenha a impressão que quando prenderem o Gabrielli só vai sobrar duas pessoas para ele colaborar com a justiça, Lula e Dilma.

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  2. (argento) ... já passou do tempo - "antes tarde do que tão tarde que não dê conserto" ...

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