Com base em uma Ação Civil Pública proposta pelo Ministério
Público do Estado do Rio de Janeiro (MPRJ), a 6ª Vara de Fazenda Pública do Rio
determinou o bloqueio de bens e a quebra de sigilo bancário e fiscal da
deputada federal Benedita da Silva (PT). A informação foi divulgada nesta
quarta-feira (1º). O G1 entrou em contato com a deputada, mas não obteve
retorno até a última atualização desta reportagem.
Benedita é acusada de improbidade administrativa, quando era
gestora da Secretaria de Estado de Assistência Social e Direitos Humanos, por
supostas fraudes em convênios entre a Fundação Darcy Ribeiro (Fundar) e ONGs e
o Ministério da Justiça. Também são acusados o ex-subsecretário da pasta e
secretário executivo dos programas sociais Raymundo Sérgio Borges de Almeida
Andrea, e o gestor e representante legal da Fundar, Paulo de F. Ribeiro.
De acordo com a ação proposta pela 5ª Promotoria de Justiça
de Tutela Coletiva de Defesa da Cidadania, as irregularidades foram detectadas
na execução dos projetos sociais “Mulheres da Paz”, “Protejo” e “PEUS – Espaços
Urbanos Seguros”, realizados entre 2008 e 2011, para os quais foram destinados
R$ 32.094.569,03 para instrução e profissionalização de mulheres e jovens, além
de melhorias urbanísticas em comunidades carentes.
Dentre as irregularidades, a ação destaca: grave prejuízo ao
patrimônio público estadual, execução financeira irregular, falta de controle
sobre a prestação do serviço, precária prestação de contas, dispensa irregular
de licitação e evidente direcionamento da contratação em favor da Fundação
Darcy Ribeiro, subcontratação de ONGs para a execução do objeto, ligações
pessoais e políticas das ON’s com os gestores da secretaria, além de objeto
contratual genérico e ausência de justificativa adequada.
A Subsecretaria de Defesa e Promoção dos Direitos Humanos e
Territórios da Secretaria de Estado de Assistência Social, em fevereiro de
2011, instaurou procedimento administrativo que examinou os dados contábeis e
financeiros da Fundar e apontou irregularidades na execução dos projetos
sociais. O resultado da análise foi objeto de relatório encaminhado ao
Ministério da Justiça pela Subsecretaria. As impropriedades foram detectadas em
auditorias realizadas por equipes do próprio Ministério da Justiça e do
Tribunal de Contas da União.
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