Pois é, meus caros, como aqui no Brasil ocorre o contrário
dos filmes de faroeste americano - são os bandidos que usam estrela no peito,
prendem e julgam -, é lógico que os comparsas dos que estão presos os absolveram.
Da Veja:
O Supremo Tribunal Federal (STF) decidiu nesta quinta-feira
livrar oito réus da condenação por formação de quadrilha. Por 6 votos a 5, a
corte aceitou os embargos infringentes e derrubou as condenações por esse
crime. Com isso, José Dirceu e Delúbio Soares escaparam do cumprimento de pena
em regime fechado. José Genoino, que já estava livre do regime fechado, também
teve a pena diminuída. Na prática, o tribunal revisou o que havia decidido na
etapa inicial do julgamento. Nessa guinada, foram decisivos os votos dos
ministros novatos, que não estavam presentes na primeira fase do processo:
Teori Zavascki e Luís Roberto Barroso, que substituíram César Peluzo e Carlos
Ayres Britto. O efeito prático da sentença foi este: a pena de José Dirceu cai
de 10 anos e 10 meses de prisão para 7 anos e 11 meses. A de Genoino, de 6 anos
e 11 meses para 4 anos e 8 meses. A de Delúbio, de 8 anos e 11 meses para 6
anos e 8 meses.
O publicitário Marcos Valério, Ramon Hollerbach e Cristiano
Paz e os ex-banqueiros e Kátia Rabello e José Roberto Salgado também foram
beneficiados pela decisão do tribunal. Mas, como haviam recebido penas mais
elevadas, continuam em regime fechado de prisão. O STF fez jornada dupla nesta
quinta-feira para concluir o julgamento iniciado em 2 de agosto de 2012: a
sessão, que normalmente se inicia às 14h, começou pouco depois das 10h e se
estenderá pela tarde após uma pausa para almoço.
Votos
Na sessão desta quinta, cinco
ministros votaram, quatro deles a favor dos réus. Na abertura da sessão desta
quinta, o ministro Teori Zavascki deu mais um voto pela aceitação dos embargos
infringentes para o crime de formação de quadrilha. ”É difícil afirmar, por
exemplo, que José Dirceu, ministro-chefe da Casa Civil, ou José Genoino,
dirigente partidário, tivessem se unido a outros agentes com o objetivo e o
interesse comum de praticar crimes contra o sistema financeiro nacional ou de
lavagem de dinheiro”, disse Zavascki.
O voto que deu maioria a favor dos mensaleiros
foi o de Rosa Weber. Ela argumentou que não há provas suficientes de que os
réus associaram-se com a finalidade específica de cometer crimes: “Há diferença
marcante entre pessoas que se associam para cometer crimes e pessoas que se
associam com outra finalidade, mas que no âmbito dessa associação cometem crimes”,
afirmou a ministra. No primeiro caso, complementou, trata-se de formação de
quadrilha. No segundo caso, são crimes praticados em concurso de agentes.
Já
com a maioria formada, o ministro Gilmar Mendes apresentou um voto enfático em
defesa da condenação por formação de quadrilha: “Houve a formatação de uma
engrenagem ilícita que atendeu a todos e a cada um”.
O ministro Marco Aurélio Mello
também apresentou um voto contrário aos embargos: ele também destacou a guinada
dada pela corte em relação à fase inicial do julgamento, quando Peluzo e Ayres
Britto ainda compunham a corte: “Cabe indagar: julgamos segundo o critério de
plantão? O pronunciamento anterior se mostrou um pronunciamento à margem dos
elementos coligidos a cargo do Ministério Público ao processo? A resposta, e
devemos honrar os dois colegas que já não integram o colegiado, é
desenganadamente negativa”.
O decano Celso de Mello
acompanhou: “Os membros dessa quadrilha agiram com dolo de planejamento,
divisão de trabalho e organicidade. Uma sofisticada organização criminosa, como
a ela se referiu o procurador-geral da República”. Em um voto memorável, Celso
de Mello respondeu aos constantes ataques dos mensaleiros condenados, que
tratam o julgamento como uma farsa. “É nessa sucessão organizada de golpes
criminosos que reside a maior farsa da história política brasileira. E isso,
para vergonha de todos nós e grave ofensa ao sentimento de decência dos
cidadãos honestos desta república democrática. É por tudo isso que se impõe
repelir aqui e agora, com o máximo vigor, essa inaceitável ofensa que tão
levianamente foi assacada contra a dignidade institucional e a alta
respeitabilidade do Supremo Tribunal Federal”, disse o ministro.
O presidente do STF e relator do
processo do mensalão, Joaquim Barbosa, deu o quinto voto contra os embargos.
Ele criticou explicitamente o papel exercido pelos dois ministros novatos,
escolhidos pela presidente Dilma Rousseff quando o julgamento já havia sido
iniciado: “Sinto-me autorizado a alertar a nação brasileira de que esse é
apenas o primeiro passo. Essa maioria de circunstância tem todo o tempo a seu
favor para continuar na sua sanha reformadora”, disse ele, que afirmou ainda
que o STF vive uma tarde “triste”.
Eu nunca acreditei que reles criminais cumprissem pena, aliás nem acredito que o Dirceu ou entrou qualquer estivesse na prisão, não acredito.
ResponderExcluirQue ingenuidade acreditar que o PT deixaria os seus amebas a mercê de uma justiça que aponta, mas não atira.
Vergonha!!! - só nos resta seguir o tratado de segurança dos franceses.
ResponderExcluirGenial argento.
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