Da Folha:
A maioria dos cariocas apoia as manifestações, mas reprova
os ativistas que praticam atos de vandalismo ou usam máscaras, mostra nova
pesquisa Datafolha.
Tudo muito bom, mas o ponto principal não ficou esclarecido: o carioca apoia manifestações contra ou a favor de quê? Contra o governo federal, contra o estadual, contra o municipal, contra a copa, contra o aumento das passagens? A favor dos black blocs, do topless, do beijo gay?...
Os protestos de rua têm o aval de 56% dos moradores do Rio.
Outros 40% são contrários e 4% são indiferentes ou não responderam.
A pesquisa foi concluída anteontem, quatro dias após a morte
do cinegrafista Santiago Andrade, atingido por um rojão quando cobria passeata
contra o reajuste das passagens de ônibus.
Desde junho passado, este é o menor índice de apoio a
manifestações medido pelo Datafolha. No entanto, não é possível comparar os
números porque os outros levantamentos foram feitos em São Paulo ou em todo o
país.
Em outubro, 66% dos paulistanos aprovavam os protestos na
cidade. Quatro meses antes, o apoio chegava a 89%.
A nova pesquisa realizada no Rio mostra que a maioria dos
cariocas quer passeatas ordeiras e sem a prática de violência, seja por
manifestantes ou pela polícia.
Quase todos os entrevistados (95%) se dizem contrários à
prática de vandalismo. A pergunta incluiu a ação dos “black blocs”, grupos que
praticam a depredação do patrimônio público e privado.
A ampla maioria (90%) reprova manifestantes que usam
máscaras. Só 1% defende que ativistas sejam autorizados a portar fogos de
artifício ou porretes nas ruas.
O percentual de cariocas que veem a participação de partidos
nos protestos é de 84%. A maioria não sabe indicar quais siglas. As mais
citadas foram PSOL (7%), PT (7%) e PSTU (5%). O questionário não fazia ligação
entre os partidos e manifestantes adeptos da tática “black bloc”.
A atuação da polícia nos protestos é mal avaliada pelos
cariocas. Apenas 8% dizem considerar a PM “muito eficiente”. Outros 49% a
consideram “pouco eficiente”, e 40%, “nada eficiente”.
A maior parte defende que a PM não use balas de borracha
(68%), bombas de efeito moral (59%) ou gás lacrimogêneo (66%). A maioria (71%)
aprova o uso de jatos d'água.
De cada 10 entrevistados, apenas 1 disse ter participado de
algum ato em 2013--percentual que dobra na faixa etária dos 16 a 24 anos (21%).
Como o município tem cerca de 6,3 milhões de habitantes, o
dado indica que ao menos 600 mil participaram dos protestos de rua na cidade.
O Datafolha ouviu 645 moradores do Rio com 16 anos ou mais
entre os dias 13 e 14. A margem de erro é de quatro pontos percentuais para
mais ou para menos.
Típico das pesquisas brasileiras, feitas pelos institutos de pesquisa, é lógico.
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