domingo, 16 de fevereiro de 2014

Datafolha: Carioca apoia protestos, mas reprova máscara e vândalos

Da Folha:

A maioria dos cariocas apoia as manifestações, mas reprova os ativistas que praticam atos de vandalismo ou usam máscaras, mostra nova pesquisa Datafolha.

Tudo muito bom, mas o ponto principal não ficou esclarecido: o carioca apoia manifestações contra ou a favor de quê? Contra o governo federal, contra o estadual, contra o municipal, contra a copa, contra o aumento das passagens? A favor dos black blocs, do topless, do beijo gay?...

Os protestos de rua têm o aval de 56% dos moradores do Rio. Outros 40% são contrários e 4% são indiferentes ou não responderam.

A pesquisa foi concluída anteontem, quatro dias após a morte do cinegrafista Santiago Andrade, atingido por um rojão quando cobria passeata contra o reajuste das passagens de ônibus.

Desde junho passado, este é o menor índice de apoio a manifestações medido pelo Datafolha. No entanto, não é possível comparar os números porque os outros levantamentos foram feitos em São Paulo ou em todo o país.

Em outubro, 66% dos paulistanos aprovavam os protestos na cidade. Quatro meses antes, o apoio chegava a 89%.

A nova pesquisa realizada no Rio mostra que a maioria dos cariocas quer passeatas ordeiras e sem a prática de violência, seja por manifestantes ou pela polícia.

Quase todos os entrevistados (95%) se dizem contrários à prática de vandalismo. A pergunta incluiu a ação dos “black blocs”, grupos que praticam a depredação do patrimônio público e privado.

A ampla maioria (90%) reprova manifestantes que usam máscaras. Só 1% defende que ativistas sejam autorizados a portar fogos de artifício ou porretes nas ruas.

O percentual de cariocas que veem a participação de partidos nos protestos é de 84%. A maioria não sabe indicar quais siglas. As mais citadas foram PSOL (7%), PT (7%) e PSTU (5%). O questionário não fazia ligação entre os partidos e manifestantes adeptos da tática “black bloc”.


A atuação da polícia nos protestos é mal avaliada pelos cariocas. Apenas 8% dizem considerar a PM “muito eficiente”. Outros 49% a consideram “pouco eficiente”, e 40%, “nada eficiente”.

A maior parte defende que a PM não use balas de borracha (68%), bombas de efeito moral (59%) ou gás lacrimogêneo (66%). A maioria (71%) aprova o uso de jatos d'água.

De cada 10 entrevistados, apenas 1 disse ter participado de algum ato em 2013--percentual que dobra na faixa etária dos 16 a 24 anos (21%).

Como o município tem cerca de 6,3 milhões de habitantes, o dado indica que ao menos 600 mil participaram dos protestos de rua na cidade.

O Datafolha ouviu 645 moradores do Rio com 16 anos ou mais entre os dias 13 e 14. A margem de erro é de quatro pontos percentuais para mais ou para menos.

Um comentário:

  1. Típico das pesquisas brasileiras, feitas pelos institutos de pesquisa, é lógico.

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