segunda-feira, 17 de fevereiro de 2014

Venus e o sutiã

Não sei se alguém notou.

Quando não havia silicone para as mulheres botarem no peito, nenhuma delas tinha a menor cerimônia em não usar sutiã. Tanto as privilegiadas pela natureza que as dotou de peitos lindos à la Venus de Milo, com os bicos apontando para o céu - tipo tamanco holandês -, quanto as nem tão privilegiadas, e mesmo as prejudicadas pelas suas verdadeiras muxibas penduradas, faziam questão de mostrar seus equipamentos mamários ao sabor dos ventos e ao balanço dos andares, sem medo de serem felizes.

Hoje, quando se conta nos dedos das mãos do Lula as mulheres que não implantaram próteses, é regra usar uma blusa com alças, às vezes até por cima de um top com alças, que, por sua vez, são vestidos obrigatoriamente por cima de um sutiã com alças, transformando os ombros das mulheres em imagens de cabides de armário apertado: só se vê alça. Não há coisa mais esdrúxula.

E não se precipitem em ser engraçadinhos e atribuírem a “moda” às louras porque uma das minhas maiores amigas, louríssima, bonita, peitos lindíssimos e prestes a fazer sessentinha, foi uma das precursoras do silicone e, depois da implantação, nunca mais usou sutiã. Ao comentar o assunto, ainda outro dia, ela me disse que já havia reparado, mas nunca parou para pensar sobre ele e nem tampouco perguntou a alguma amiga o porquê da babaquice.

Se alguém puder explicar, por favor, cartas para a redação.

Um comentário:

  1. O sutiã é para fazer de conta (enganar) que não é silicone. Mais ou menos como colocar o símbolo da Mercedes num Lada.

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