quarta-feira, 19 de fevereiro de 2014

Intimidação a domicílio

Pois é, meus caros, pensei muito antes de decidir publicar essa história que aconteceu comigo na semana passada. Nem sei se tomei a decisão certa, em todo caso...

Não dá para reproduzir todos os diálogos exatamente, mas a coisa foi mais ou menos assim:

Hoje (11/2) meu interfone tocou com o porteiro falando que havia dois sujeitos procurando por mim para uma entrevista. “Entrevista, eu?...”, pensei. Não sabendo do que se tratava e não querendo pedir ao porteiro para que obtivesse dos caras maiores informações porque eu não iria entender mesmo - ele fala uma língua estranha -, desci, abri a portaria, fechei, fui para a calçada, e perguntei o que eles queriam.

Eram dois jovens bem trajados e com mochilas às costas, que me responderam perguntando se eu era eu e se o meu blog era meu. Em sequência, o mais falante perguntou se eu poderia ser entrevistado por eles e eu disse que sim, perguntando a que e a quem devia essa honra e como eles tinham obtido meu endereço.

- É que nós somos estudantes de jornalismo, lemos o seu blog e também temos um blog. Endereços são fáceis de achar e, como nós moramos perto, resolvemos conhecê-lo pessoalmente, respondeu o falante.

- Então vamos lá, disse eu, começando a ficar ressabiado por me dar conta de ser tão fácil achar um endereço.

- Aqui mesmo?

- Se vocês quiserem atravessar a rua e me acompanhar em uma cerveja no meu bureau etílico, a gente vai lá.

- Não, obrigado, aqui está bom. Mas o seu blog é político, não é? - emendou o falante.

- Peraí - disse eu -, já começou a entrevista?

- Já.

- E vocês não vão gravar ou escrever nada?

- Não é preciso, a gente tem boa memória - disse o falante com um risinho de canto de boca.

Já não gostei do cinismo e da ironia.

- Por que o senhor fala tão mal do PT e da esquerda no seu blog? - continuou.

- Porque ambos são uma cambada de filhos da puta! - disparei, já meio pau da vida.

- Não é bem assim, cara - o tratamento já tinha mudado. E é melhor baixar a bola porque...

Entendendo que a intimidação era o objetivo, interrompi, elevando a voz:

- E tem mais: se vocês vieram aqui, na porta da minha casa, para me intimidar e ameaçar, é bom irem tirando o cavalinho da chuva, porque pra marginal eu chamo a polícia!

- Pra quem tá sozinho, você é bem folgado, cara! - falou o outro que até então estava mudo.

Mas eu não estava sozinho. O porteiro do meu prédio, dois seguranças da área e o jornaleiro já estavam próximos em função da minha gritaria. Sendo assim, emendei, cheio de coragem e já aos berros:

- E sumam daqui antes que eu mesmo resolva isso na porrada antes da polícia chegar!

Enlouqueci! Um delinquente geriátrico (com a devida licença do Magu) dando porrada em dois rapazes, só de uma cabeça transtornada! E a minha estava.

A essas alturas, a galera que me conhece já estava bem próxima e, quando os manés olharam em volta, notaram que era furada e bateram em retirada, balbuciando algo que não entendi bem. Pensei até em segui-los - imaginem, santa idiotice! -, mas desisti, a pedidos.

Então, atravessei a rua e fui tomar uma Antarctica bem gelada, que foi o melhor remédio para a tremedeira que eu estava.

A bem da verdade, eu cometi uma imprudência, já que estava na porta de casa - afinal tenho mulher e uma filha morando comigo -, mas meus gragomilos andam tão cheios que, na hora, nem pensei nisso. Tampouco pensei - por distração - em perguntar antes o endereço do blog dos meliantes, mas, provavelmente, seria perda de tempo, já que, como todo petralha e similares, eles mentiriam.

Mas o recado deles, sem dúvida, foi dado.

Na realidade, meus amigos, o que resta a essa gentalha da esquerda senão um único argumento, que é a intimidação, assinada, selada e apoiada pela corja que governa a espelunca em que transformaram o Brasil? E digo mais: se for para resolver na porrada, tô dentro, e se for na base de armas, idem, compro uma.

5 comentários:

  1. Acharam o teu endereço através do teu nome?

    Que medo! Parece um estado "democrático" como a Republica da Coreia do Norte.

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  2. Lembra a "polícia do pensamento" de 1984 do George Orwell, com a diferença que ele não tem a polícia oficial para denunciar o "crime de pensamento". Mas em Cuba existe a Polícia Ideológica, que pode ser acionada pela "polícia do pensamento". Não resta dúvida sobre as intenções do PT e similares. Muito mais grave foi em Cachoeira (BA), o Demétrio Magnoli teve sua palestra interrompida pela "polícia do pensamento" e foi impedido de professá-la, pois a polícia oficial ao invés de defender o direito de expressão defendeu a censura. A palestra do Pondé, que seria realizada mais tarde foi cancelada. Na Venezuela começou assim.

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  3. Parece, Ricardo, pelo seu relato, que o patrullhamento ideológico está passando para patrulhamento biológico. Milton lembrou a Valenzuela, mas a história é bem mais antiga. A partir de 1933, a Hitlerjugend (juventude hitlerista), que tinha em torno de 100 mil jovens, em 1938 já tinha mais de 8 milhões. tendo se transformado em organização paramilitar. Eram encarregados de perseguir as minorias, vandalizando o comércio deles.
    Dizem que os esquerdistas não são nazistas. Bem, pela amostra, isso é uma mentira completa.
    O problema principal é que os bolsistas não tem nada a perder...














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    1. Bem, é transparente que começou com o PT o ódio contra a tal "zelite" quase que completamente composta por brancos.
      Daí que lembrar do tempo hitleriano não é assim tao disparatado.
      No Zimbabwe o amigo do lula o Mugabe incita e manda queimar os brancos que são donos das fazendas e os únicos a produzir algo no país.

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  4. Karaka! até eu achei seu endereço, na NET, facinho facinho, sem nenhum trabalho.

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