Um queria entrar com arco e flecha, outros entraram de cocar
e outros ainda sem camisa, com o corpo pichado com dizeres em língua de branco
e as cuecas de grife aparecendo acima do cós das calças. Isso tudo em pleno
Tribunal de Justiça de Mato Grosso do Sul, em mais uma reunião improdutiva para
se tentar um acordo entre proprietários de terra e índios invasores.
Se vivesse no Brasil, Federico Fellini não teria a menor
importância: tudo que ele fez no cinema é feito aqui, ao vivo e a cores. Seu
surrealismo seria obra de criança se comparado à nossa realidade.
Lembro de um episódio ocorrido há muito tempo, quando
Antonio Carlos Magalhães era presidente da Câmara e barrou a entrada em
plenário do indefectível Abdias Nascimento que trajava uma vistosa bata
africana e de nada adiantaram os argumentos do “ativista social” e então
deputado, dizendo que aquele era o traje do seu povo. ACM foi irredutível: “O
Senhor está no Congresso do Brasil e aqui há normas, de mais a mais o senhor é
brasileiro e não africano”.
Falta gente hoje que ponha ordem no galinheiro gigante em que
se transformou o Brasil. Isso só para começar, porque muito mais grave é a
condescendência com que esse governo trata a questão desses marginais
travestidos que já somam 55 conflitos simultâneos país a dentro sem que ninguém
tome uma providência.
Vejam, no vídeo, como os índios se comprometem, diante do
Conselho Nacional de Justiça, de desembargadores, de representantes dos índios
e dos produtores rurais, a não invadir fazendas nos próximos 15 dias.
No entanto, horas depois invadiram outra fazenda, quebrando
a palavra empenhada diante das autoridades. Os índios, incitados pelo CIMI,
Conselho Indigenista Missionário, sob a vista grossa da Funai, não querem
cumprir a lei. Querem estar acima dela. Querem tomar propriedades legítimas.
Querem o conflito.
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