Marco Antonio Villa: Passe Livre e as manifestações
1. este movimento tem características que, sinceramente, não
encontro paralelo no que li e estudei;
2. sendo assim, avaliações e perspectivas são traçadas ao
calor da hora e modificadas dependendo do que acontece. Isto pode parecer óbvio
mas não é;
3. conversei com muita gente. A ampla maioria é favorável
aos manifestantes;
4. os atos de vandalismo não representam o que pensa (e
exprime) a maioria dos manifestantes;
5. há um claro sentimento de exaustão, de saco cheio com
tudo o que está ocorrendo;
6. a liderança não lidera nada, o que é ótimo;
7. vi relatos de pessoas – que, sinceramente nunca imaginaria
que iriam a um ato, por mais banal que fosse – que foram satisfeitíssimas às
passeatas;
8. temos não algo novo mas uma manifestação nova, uma forma
de se manifestar que não segue os padrões clássicos;
9. os partidos tradicionais não dão conta da complexidade da
moderna sociedade brasileira. Na verdade, ninguém dos políticos tradicionais
consegue sequer entender o que está acontecendo (queria ver um deles – qualquer
um – no meio dos manifestantes);
10. pode ser que o movimento acabe como surgiu. Na verdade,
não é um movimento. É um ajuntamento de pessoas que querem dizer que não
aguentam mais;
11. o PT perdeu quando quis usar o movimento;
12. o que estamos vendo é uma maioria irritada com tudo
(corrupção, mensalão, gastos com a Copa, etc, etc) e uns grupelhos oportunistas
ultra esquerdistas que querem tirar algum proveito do que está ocorrendo;
13. o que vai acontecer amanhã? Não tenho a mínima ideia.
Mas o Brasil, hoje, é melhor do que era antes das manifestações.
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