quarta-feira, 5 de junho de 2013

Dicionários Vários, outro blog meu.

Tenho um blog, o "Dicionários Vários", que outro dia me deu um susto, no bom sentido. Está, simplesmente, com 200 mil visitas. É uma confusão de dados - interessantes e/ou curiosos - que eu pego ou tenho em meus arquivos na internet e jogo lá. Cultura inútil e útil também.

13 comentários:

  1. Nao conhecia o blog "Dicionario Varios", gostei e muito.
    Como la encontrei algo sobre lingua tupi, posso ter a liberdade de perguntar ao Ricardo e existe uma lingua escrita de qualquer tribo silvicola que habitam terras do
    Brasil? Eu realmente nunca tive conhecimento de nada parecido com escrita, simbolos dizem existir.
    Muito interessante o blog.

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  2. Se estou aqui hoje no Toma tenho que expressar o meu agradecimento a Portugal. Dia 10 eh o Dia de Camoes e das comunidades portuguesas no mundo.
    Tenho orgulho da minha heranca cultural mais valiosa: o idioma portugues. Tambem me orgulho de Camoes, somente um idioma rico pode se dar ao luxo de ter uma Epopeia. Viva Camoes e Viva Os Lusiadas.

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  4. Olá,. Gostaria de saber qual a fonte do pequeno dicionário de tupi que você postou no Dicionario Vários. Estou pesquisando palavras em tupi para um trabalho da faculdade e estou precisando da fonte.

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    1. Infelizmente, Leticia, eu não tenho a fonte. Copiei de um site há uns dez anos, por diletantismo, sem maiores preocupações. Se interessar, aí vai o resto do arquivo:
      A palavra guarani pode se referir a:

      – Aquífero Guarani, uma das maiores bacias hidrográficas de água doce no mundo, senão a maior, extendendo-se por parte do Brasil, Paraguai, Argentina e Uruguai
      – Etnia indígena do interior da América do Sul (guaraní ou guariní ou gûarinim – palavras variantes que significam guerreiro, lutador)
      – Grupo lingüístico pertencente ao grande ramo tupi-guarani
      – Unidade monetária do Paraguai
      – Time de futebol brasileiro
      – Município brasileiro do estado de Minas Gerais
      – Romance escrito por José de Alencar: “O Guarani”
      – Ópera composta por Carlos Gomes: “O Guarani”

      tupi (1) – povo indígena que habita(va) o Norte e o Centro do Brasil, até o rio.
      tupi (2) – um dos principais troncos lingüísticos da América do Sul, pertencente.
      tupi-guarani – um das quatro grandes famílias lingüísticas da América do Sul.

      Em 11/07/1936, foi emitida uma série de 4 valores sobre o Centenário do Nascimento de Carlos Gomes (1836-1936). Dos 4 selos (RHM: C-106/C-109), 2 tem valor facial de 300 réis cada (sépia e carmim) e os outros dois são de 700 réis (azul e bistre). Um deles é mostrado abaixo (lado direito da tela).

      Em 19/03/1970, foi emitido um selo comemorativo ao Centenário da Ópera “O Guarani”, de Antônio Carlos Gomes. Com valor facial de 20 centavos (RHM: C-667), o selo mostra ao fundo a partitura criada em 1870...




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      POVO GUARANI – TUPI-GUARANI

      Os Tupis falavam a língua que os jesuítas interpretaram como a “língua geral” ou “língua mais usada na costa do Brasil”, de Anchieta, a primeira gramática da língua tupi. Afirma-se que Anchieta escreveu uma gramática Tapuia que desapareceu, mas tapuia é um vocábulo tupi utilizado para designar os índios de outros troncos ou famílias linguísticas.

      Esta classificação foi importante para que as informações sobre os índios fossem registradas pelos portugueses, franceses e outros europeus. Sem os relatórios dos colonizadores, as crônicas dos viajantes, a correspondência dos jesuítas e as gramáticas da “língua geral” e de outras línguas, quase nada se poderia saber sobre os nativos, sua cultura e sua história.

      As classificações dos grupos indígenas

      Para identificar melhor os índios, os colonizadores os classificaram em Tupis e Tapuias. Tupis designava os povos que, pela semelhança de língua e costumes, predominavam no litoral no século XVI. Tapuias, correspondia aos “outros” grupos. Isto é, aos que não falavam a língua que os jesuítas chamaram de “língua geral”...

      O tronco tupi contém 10 famílias ou línguas (segundo Wikipédia, a enciclopédia livre): Ariqueme, Aueté, Juruna, Mawé, Mondé, Mundurucu, Puruborá, Ramarana, Tupari e Tupi-guarani.

      O tupi-guarani é uma família linguística do tronco tupi que congrega várias línguas indígenas sul-americanas, e que tem uma ampla distribuição geográfica. São também designadas como tupi-guarani (associadas a família lingüistíca), as tribos indígenas que habitavam o litoral brasileiro, quando da chegada dos portugueses ao Brasil em 1500.

      Essas habitavam em malocas (casas), que no seu conjunto formavam as tabas (aldeias). A sua alimentação baseava-se fundamentalmente em mandioca e em peixe, e raramente consumiam carne de outros tipos.

      Entre essas tribos ainda existentes encontramos os araweté, povo de língua tupi-guarani da Amazônia Oriental (Pará), cuja cosmologia engloba conceitos à pessoa, à morte, à divindade.

      Nos cantos e rituais xamânicos, as divindades e os mortos se manifestam aos humanos. O tema do canibalismo divino é central para a compreensão do conceito araweté da divindade e da pessoa. A metafísica araweté descreve o lugar do humano no universo, sua inscrição fundamental no elemento da temporalidade, e a lógica da identidade e da diferença que comanda sua ontologia original.

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    2. O guarani é a língua indígena do sul da América do Sul, falada pelos povos desta etnia, pertencentes ao grupo maior dos tupis-guaranis que habitavam a região desde épocas imemoriais...

      A variante mais abrangente, a língua tupi, foi usada pelos colonizadores portugueses desde o descobrimento até boa parte do século XVIII como a principal língua no sul do Brasil, e acabou influenciando fortemente a língua portuguesa falada no Brasil à qual legou vários vocábulos, preponderantemente na toponímia (designação de lugares).

      Atualmente, é usada no Paraguai, juntamente com a língua espanhola, sendo falada também no Uruguai e no Brasil pelos remanescentes indígenas do Estado do Mato Grosso do Sul, São Paulo (inclusive na capital do Estado), Paraná, Espírito Santo, Santa Catarina e Rio Grande do Sul.

      A variante mais regional do sul e oeste, denominada língua guarani (denomina-se avañe'ẽ por seus falantes), mantém-se viva e é falada por mais de 1.500.000 pessoas, notadamente no Paraguai, onde é a língua nacional.

      No Paraguai, a língua guarani foi mantida principalmente porque os padres jesuítas a estudaram e documentaram fartamente (o guarani antigo) desde 1625 e a tomaram como instrumento de conversão religiosa numa empreitada colonizadora desvinculada das potências católicas Ibéricas que efemeramente constituiu um Estado indígena cristão denominado Missões (Missiones) Jesuíticas.

      Nessas missões, de economia marcadamente coletivista, os guaranis atingiram alto grau de desenvolvimento e domínio de técnicas européias, mas tornaram-se presas fáceis para os bandeirantes paulistas e, posteriormente, fazendeiros paraguaios que iniciaram a ocupação destas terras com a extração de erva-mate.

      No início do século XX, toda a região já estava dominada pelos ervateiros. Já na época do descobrimento, no Rio Grande do Sul, os guaranis incluíam as tribos Patos, Tapes, Cainguás, Carijós e Arachanes...

      Com a chamada Guerra Guaranítica e destruição das cidades das Missões, os guaranis que sobreviveram à morte e escravidão se internaram continente adentro a oeste, norte e sul, provocando a aspersão deste idioma na região onde, hoje, situa-se o Paraguai, o sul da Bolívia e o norte da Argentina...

      Entretanto, a língua guarani, que antes de sistematizada pelos jesuítas não era escrita, ressente-se de uma enorme variedade de vocábulos advindos do avanço cultural em face da colonização, e por esta razão cooptou-os da língua espanhola que é falada no Paraguai ao lado do guarani e com o mesmo status de língua oficial, sendo usadas tanto no falar coloquial como em documentos oficiais.

      A maioria das pessoas mais educadas tende a falar o espanhol ao estilo argentino e com sotaque peculiar, com algumas frases curtas e expressões em guarani. Este modo de expressar também é muito comum nos jornais, revistas e mesmo livros didáticos.

      Já as pessoas menos cultas, e notadamente no meio rural, tendem a se expressar em guarani, embora emprestem uma grande variedade de vocábulos do espanhol. Os falantes desta mistura mais ou menos equilibrada das duas línguas chamam-na de jopará.

      Escritos judiciais e textos legais normalmente são editados em duas versões castiças de espanhol e guarani e legalmente são aceitos em ambas. Em agosto de 1995, o guarani recebeu o status de língua histórica pelos países membros da comunidade econômica do Mercosul.

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    3. O Brasil é o 8º país do mundo em número de diversidade lingüística. São 234 idiomas falados em seu território, dos quais mais de 200 são línguas indígenas e inclusive 41 já foram extintas e muitas outras estão ameaçadas de extinção, como por exemplo a língua Yuruti com cerca de 250 indivíduos que a falam...

      A língua Kuruaya é falada por meia dúzia de índios; a língua Xipaya é falada por duas mulheres no Pará; a língua Arikapu, em Rondônia, é falada por seis pessoas; a língua Puruborá, também em Rondônia, é falada por duas pessoas e a língua Máku é falada apenas por um índio, o qual contava com 70 anos e vivia em Boa Vista (Roraima) e que não está mais sendo localizado (Jornal Correio Braziliense, 03/07/2001).

      Curiosidade: Veja outras etnias indígenas, em índios do Estado do Amapá – os únicos do país com todas as suas reservas demarcadas!



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      DICIONÁRIO – VOCABULÁRIO
      GUARANI – TUPI – TUPI ANTIGO – PORTUGUÊS

      As preposições do português correspondem, em tupi, a posposições, porque aparecem depois dos termos que regem. Há posposições átonas, que aparecem ligadas por hífen, mas a maior parte delas é tônica, vindo separadas dos termos que regem. Alguns dos radicais mais comuns em tupi-guarani estão listados abaixo...

      Em tupi existe o tempo do substantivo. Para tanto, usam-se os adjetivos “ram” ou “rama, ama” (futuro, promissor, que vai ser), e “pûer” ou “puera, buera” (passado, velho, antigo, superado, que já foi; cuera, cuéra, guera, quéra), que recebem na composição o sufixo -A: RAM-A, PÛER-A. Eles são tratados, também, como se fossem sufixos, apresentando, então, as formas -ÛAM-A (-AM-A) e -ÛER-A (-ER-A).

      Os pronomes pessoais e que servem também de possessivos são:

      xe – eu; meu, minha, meus, minhas (xê, ixé)
      nde – tu; teu, tua, teus, tuas (usa-se também endé, ere, ne, nê); seu sua, seus, suas?
      i – ele, ela; dele, dela, eles, deles, delas (a’e, -s)
      oré – nós; a gente, da gente; nosso, nossa, nossos, nossas (usa-se também asé, jandé, ore, oro, yané)
      pe – vós; vosso (a, os, as); “pé saiçú” – vós amais

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    4. abá, auá, avá (avakwe) – homem, mulher, pessoa, gente, índio
      -aba, aba (sufixo substantivador) – podendo também significar “lugar”
      acá, acag, acan, acanga, -akã, kanga – cabeça; kanga de esqueleto, osso enquanto está no corpo (araracanga)
      -atã (r-s-) – duro: xe r-atã – eu sou duro; s-atã – ele é duro; itá-atã – pedra dura
      atá (t-r-s-): t-atá, tata – fogo; xe r-atá – meu fogo; s-atá – fogo dele
      atá – andar / atássuera – o que anda; de atá (andar) + “suera” (sufixo do tupi) / guatá – caminhar, caminhada
      -bira – empinado, ereto, erguido
      birá – ave, pássaro. Nota: biguá de ave aquática; também pode ser uma árvore (veja guará 1)
      -catu – bom / cati, catu, catú – bom, bem, bastante, agradável / katu – bom; “abá-katu” homem bom (homens bons)
      -etá – muitos (as); o indefinido “etá” vem sempre posposto ao substantivo, formando uma composição com ele (se exisitir o sufixo -A final, ele cai); “abá-etá” – muitos índios; “peró-etá” – muitos portugueses / Para o plural usa-se os sufixos etá (muitos) e tyba (grande quantidade).
      eté ou etê (r-s-) – bom, honrado, sincero, muito bom, verdadeiro, genuíno: xe r-eté – eu sou verdadeiro; s-eté – ele é verdadeiro; abá-eté – homem verdadeiro
      eté (t-r-s-): t-eté – corpo; xe r-eté – meu corpo; s-eté – seu corpo
      -guaçu – grande / -gûasu – sufixo de aumentativo: -ão, grande. Açu de grande, considerável, comprido, longo.
      guará (1), guira-, gwyra'i, iguara – pássaro; ave das águas, de ave aquática, pássaro branco muito comum nos manguezais (garça, guará); guarauná de guará preto ou madeira preta. Urá é corruptela de uirá ou (uyrá, guyrá, gûyrá), indicativo genérico de pássaros; guaratinga de pássaro branco (guirá + tinga). Dentre as numerosas alterações sofridas por essa palavra, principalmente na vernaculização de zoônimos, notam-se oyrá, oirá, virá, vyrá, hurá, huyrá, oerá, birá, ourá, gará, grá etc. Vide: “Nomes de Aves em Língua Tupi”, de Rodolfo Garcia, Boletim do Museu Nacional, vol. V. nº 3. setembro de 1929 (P.A.).
      guará (2), aguará – o que devora, raposa, mamífero (lobo-guará) dos cerrados e pampas; aguaraçu de aguará grande.
      guara (3) – quando é usado como sufixo, significa procedência, habitante de.
      -í ou i- ou ‘y ou y ou yy – água; rio; um líquido qualquer. A pronúncia do guarani é uma das mais difíceis para os brasileiros, pois é uma fala grutural, vem da garganta, por exemplo: ( i ) em guarani é pequeno e ( í ) em guarani é água (se pronúncia com a língua no céu da boca). Nota: rio em tupi antigo pode ser t‘y ou ty (rio, água, líquido). No Nordeste, achamos também a forma îy. Rio grande, rio de grande volume d'água, pode ser paranã (que também significa mar) ou pará.
      -’i ou -’im – sufixo de diminutivo: -inho, pequeno, fino, delgado, magro / ava'i – menino, de avá (homem) + 'i (pequeno)
      ibi- – madeira, árvore / “ybyrá” (árvore em tupi)
      ita-, ita, itá – pedra, morro, montanha; o objeto duro, metal
      -mirim – pequeno
      -panema – ruim; de coisa ruim, imprestável
      para- ou pa'ra – rio; prefixo utilizado no nome de diversos peixes e plantas
      (a)pé (r-s-), tape – caminho, estrada, trilha; xe r-apé – meu caminho; s-apé – caminho dele
      -pe – em, para (geralmente locativo); posposição átona; prefixo número-pessoal de pessoa do plural; no, no local, na, em; “ocape” – na casa
      pi, pí – pés; de caminho
      pira-, pirá – peixe (nomes de peixes)
      suí, sui (preposição) – de (origem, causa, proveniência); de, do, da, longe de, do que (comparativo); Piratininga suí – de Piratininga
      supé (preposição) – para (pessoa, pessoas ou coisas); a, ao, para e também, em busca de, contra (contrariamente) – apenas na terceira pessoa; “abá supé” – para o índio; “morubixaba supé” – para o cacique; Maria supé – para Maria
      -tiba, tyba – lugar cheio de...; abundância, grande quantidade. O substantivo “tyba”, do tupi, forma muitos topônimos no Brasil. Ele significa reunião, ajuntamento, multidão. Tal coletivo realiza-se, em português, de várias maneiras: -nduva, -ndiva, -tuba, -tuva, tiua, -tiva, tiwa.

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    5. ajubá, yuba, îub, yuba – amarelo
      -piranga, -pitanga, puranga, putanga, pyrang – vermelho (arara-piranga, guará-piranga, piraputanga)
      -tinga, tin, ting – branco
      -obi, oby, tob – azul e verde
      -úna, una, un (r-s) – preto, preta, escuro, negro; xe r-un – eu sou preto; s-un – ele é preto; abá-un-a – homem preto (araraúna)

      NUMERAIS

      Não existe número além de quatro, em tupi antigo. Usando mãos e pés expressa-se, porém, o número que se deseja:

      1 – ojepé iepé (ele sozinho)
      2 – mocõi mocoin (fazer um par)
      3 – mossapyr mossapira (fazer triângulo, ou vértice, ou bico)
      4 – irundyc irundi (fazer pares)
      5 – xe pó, xe pó ambó (a mão com cinco dedos, cinco)
      10 – mocõi pó (um par de mãos)
      20 – xe pó xe py, xepó xepy (mãos e pés, vinte)
      22 – xepó xepy mocõi

      ORDINAIS: primeiro = ypy; segundo = mocõia; terceiro = mossapyra; quarto = irundyca

      Lista com nomes de cidades e localidades, Estados, também pessoas, rios, ruas, bairros, relevo e acidentes geográficos, em tupi-guarani e seus respectivos significados:

      Abaeté (abá-eté) ou abaetê – homem forte, homem de respeito; pessoa boa, pessoa de palavra, pessoa honrada; homem de valor, corajoso; abá (homem) + eté (muito bom, verdadeiro). Nota: abaité – gente ruim, gente repulsiva, gente estranha / a'iba, aíb, aíba, iba, ité, iua, iva, iwa – ruim, mau, repulsivo, feio, repelente, estranho, imprestável...
      Abaporu – Abá (homem) e poru (gente que come carne humana)
      Anhanguera, anhang-ûera – anhan (diabo), uera (velho), logo o que foi diabo ou diabo velho. Anhanga (diabo; protetor da caça). An, anga (alma, sombra, abrigo, vulto, fantasma). Angaba (assombração). Angoera (fantasma, visão, imagem em tupi-guarani). Angûera (espírito, alma penada). Inhanguera; anaantanha – anaan (diabo), tanha (figura, imagem), imagem do diabo. Anhang-ûama – futuro diabo.
      Anhato-mirim – ilhote onde se levanta o forte de Santa Cruz , vemos também escrito Inhato Prazeres Maranhão. Anhan ou anaan (diabo), to mirim (pequeno), logo pequena ilha do diabo.
      Aracaju – lugar antigo...
      Araçatuba ou arassatyba – araçazal (de muito araçá - fruto da árvore silvestre araçazeiro), terra dos araçás; araçá de fruto de época, tempo; de arassá (araçá) + “-tuba, tyba” (sufixos do tupi que significam abundância)
      Araraí ou Arari – de arara + i (arara pequena), sendo que o sufixo tem também o sentido de água, rio, assim arari pode também significar rio das araras... Arari é o nome do principal lago marajoara e de um dos mais importantes rios doMarajó, assim como faz parte do nome da cidade de Cachoeira do Arari, localizada na sua beira esquerda, e de Santa Cruz do Arari que está na boca do lago. Arari é também o nome dado a um cipó da família das leguminosas papolanaceas, encontrado nas margens dos rios, cujas flores são grandes, cor de arari-canindé, de arara-canindé (portanto de duas cores)...
      Araraquara – de “arará kûara”, arará (variedade de formiga) e kûara (buraco), buraco das ararás
      Araxá – bela vista; lugar alto onde primeiro se avista o sol.
      Atibaia – lugar saudável
      Avanhandava – abá (homem), ã, nhan (correr), aba (lugar), portanto lugar da corrida dos homens
      Avaré (município de São Paulo), Awaré ou abaruna – sítio do padre; amigo, missionário, catequista, senhor de preto; de “abaré” padre

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    6. Bariri e Barueri – rio com cachoeiras
      Bangu – monte escuro
      Bauru (município de São Paulo) – de ‘ybá (fruta) e uru (vasilha)
      Boiçucanga (município de São Paulo) – de mboîa (cobra), usu (sufixo de aumentativo) e kanga (esqueleto, osso)
      Botucatu – bons ares; na verdade seria “Ybytu-catu”, vento-bom.
      Buriti (Palácio) – sede do Governo do Distrito Federal que tem em frente um buriti ou muriti, espécie de palmeira do Cerrado...
      Butantan, Butantã – terra muito dura; na verdade seria “Yby-tãtã”, terra-dura, firme.
      Caçapava (município de São Paulo) – de ka’a (mata), asab (atravessar, cruzar), -aba (lugar), logo caminho na mata
      Capibaribe (rio de Pernambuco) – de kapibara (capivara), ‘y (rio), -pe (posposição: em, para)
      Caraguatatuba – enseada com altos e baixos
      Catanduva – Caa-tã-dyba (mato rasteiro, áspero e rústico) mato grande ou grosso?
      Chapecó, Xapecó –
      Comandacaia (localidade da Bahia) – komandá (fava), kaî (queimar), logo favas queimadas
      Cubatão – de elevação; terra montanhosa
      Cunhaú (município do Rio Grande do Norte) – de kunhã (mulher) e ‘y (rio), logo rio das mulheres
      Curitiba – pinheiral; de curi () e tyba (abundância), muitos pinheiros
      Embu-guaçu – cobra grande
      Garopaba – este nome vem grafado Cahopapaba na carta de Turim (1523) e pela primeira vez. Nas seguintes: Igaropaba, Upaua, Upaba, Guarupeba, etc. De igara canoa e upaba lagoa. Logo lagoa da canoa.
      Grão-Pará (palavra híbrida) – pará de coletor dás águas, mar...
      Guaíra – local intransponível
      Guanabara – baia grande
      Guararema – pau d'alho, árvore que cheira alho
      Guaratinguetá, gûyrá-ting(a)-etá – muitas aves e/ou garças brancas; guaratinga de pássaro branco; “guirá, guara” pássaro, “tinga” branco, “etá” muitos, logo reunião de pássaros brancos.
      Guataporanga (município de São Paulo) – de guatá (caminhar, caminhada) e porang (bonito), logo caminhada bonita
      Iabaquara ou Jabaquara – rio do senhor do vôo... / abaquar – senhor (chefe) do voo
      Ibirapuera (ybyrá-pûer-a) – a ex-árvore ou a árvore caída (diz-se, por exemplo, de um tronco seco caído ou de uma árvore morta) / ibira-racá – árvore, madeira / do tupi “ybyrá” (árvore, madeira, arco) e “pûer” (passado, que já foi) / Yby = a terra, o chão
      Ibitipoca (localidade de Minas Gerais) – de ybytyra (montanha) e pok (estourar), logo montanha estourada (com grutas)
      Igaraçu do Tietê – ygara (canoa); igaratá (canoa alta); ygarusu (navio); ygarusu-etá (muitos navios)
      Iguaçu – água grande, rio grande, lago grande
      Iguape (‘y kûá-pe) – na enseada do rio
      Iguatemi – rio verde escuro; de rio sinuoso
      Indaiatuba – mata de palmeiras
      Ipanema (bairro do Rio de Janeiro) – upá’-nem-a, de upaba (árvore) e nem (fedorento), rio de água ruim, imprestável, lugar ou lago fedorento
      Ipiranga (bairro de São Paulo) – ‘y (rio, água) e pyrang (vermelho)
      Itaberaba (município de Minas Gerais) – de itá (pedra), berab (brilhante), logo pedra brilhante
      Itabira (cidade de Minas Gerais) – de itá (pedra), byr (levantar-se, erguer-se), logo pedra levantada
      Itacolomi, -itá kunumi (formação rochosa de Minas Gerais) – de itá (pedra) e kunumi (menino), logo menino de pedra, do filho ou menino de pedra (tacami, tacorubi) / Itacoatiara – pedra com escrita
      Itajai, Itajahy, tajai – y rio e taiá: rio do taiá. Em mapas antigos vemos grafado: tacahug, tojahy, tucuay, taiahug, tayahug, tajaiye.
      Itaipava – vemos também grafado assim: itapava, itopava, itoupava etc. De ita pedra e ipaba levantada; recife, travessão rochoso.
      Itajubá – pedra amarela
      Itamarati – pedra branca
      Itanhaém – de “-itá nha’e”, prato de pedra, pedra que canta
      Itapecirica (cidade de São Paulo) – itá (pedra), peb (achatado), syryk (escorregar), pedra achatada escorregadia
      Itapeva – de pedra chata rasa, um lajedo / Itapiranga – pedra vermelha (itá + piranga)
      Itapoã, itapoan – de pedra redonda / Itaporanga – pedra bonita
      Itaquaquecetuba – muitas taquaras cortantes
      Itaquera (bairro de São Paulo) – de itá (pedra) e ker (dormir), logo pedra dormente
      Itararé – pedra que o rio cavou

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    7. Itatiba – muitas pedras, abundância de pedras
      Itaipu (usina hidrelétrica do Paraná) – de itá (pedra), ‘y (rio), pu (barulho, ruído), logo barulho do rio das pedras
      Itaú – pedra preta
      Itupeva – de salto rasteiro.
      Jaraguá – de ponta proeminente; de vale do senhor
      Jericoacoara – local das tartarugas
      Mantiqueira (Serra de Minas Gerais) – de amana (chuva) e tykyra (gota), logo gotas de chuva
      Marajó – barreira do mar; procedente do mar
      M'Boi Mirim – mboi, mboîa (cobra, serpente), mirim (pequena), logo cobra pequena
      Paquetá (ilha do Rio de Janeiro) – pak(a)-etá, logo muitas pacas...
      Paraguaçu, Paraguassu – mar, rio profundo
      Paraibuna – rio de águas escuras
      Paraitinga – rio de águas claras
      Paranapanema (nome de rio que separa os estados de São Paulo e Paraná) – de paranã (semelhante ao mar ou rio grande) e panem (imprestável), logo rio imprestável
      Paranapiacaba (Serra do Sudeste) – de paranã ou parana (mar), epîak ou epiaca (ver), -aba ou caba (lugar), logo lugar de ver o mar, donde se avista o mar, lugar de onde se vê o mar; nome pelo qual era conhecida parte sul da serra do mar.
      Parati – peixe branco, no entanto penso ser melhor de para (peixe) e tyba (reunião); paratinga, peixe branco
      Pari (bairro de São Paulo) – canal para apanhar peixes; para (rio) e i (pequeno)
      Peruíbe (município de São Paulo) – de iperu (tubarão), ‘y (rio) e -pe (em), logo no rio dos tubarões
      Pindamonhangaba – lugar de fazer anzol; lugar onde se faz ou fabrica anzóis; de pindá (anzol), monhang (fazer), aba (lugar)
      Piracicaba – lugar onde o peixe pára
      Piratininga (antigo nome de São Paulo) – Anhangabaú e Tamanduateí
      Pirajuçara –
      Pirassununga – lugar onde o peixe faz barulho; -sununga – barulhento; será talvez a etimologia assim: para (rio), pira (peixe), açu (grande), apenunga (onda)
      Perituba ou Pirituba – de lugar de banhado, brejo, com muito junco ou juncal
      Ponta Porã – ponta bonita
      Potengi (rio do Rio Grande do Norte) – de poti (camarão) e îy (rio), logo rio dos camarões
      Sorocaba – terra rasgada; de rasgar (rasgão), a rasgadura (da terra); sorok (rasgar-se) e -aba (lugar)
      Sumaré – espécie de orquídea; “ré” (diferente, distinto)
      Tabapuã – aldeia em local alto
      Taguatinga – barro branco (atual), ave branca (anterior discutido)
      Tatuapé – tatu e “pê” caminho; caminho do tatu / “tatu‘y-pe” – no rio dos tatus, para o rio dos tatus / Tatuí (tatu ‘y) – rio do tatu
      Taubaté – taba grande, cidade
      Tietê (rio de São Paulo) – de ty- (rio, água) e eté (muito bom, verdadeiro, genuíno), logo rio muito bom, rio verdadeiro
      Tijuca (nome de rio e bairro do Rio de Janeiro), tijuquinhas, tiyug, tiyukopawa, tyîuka – de ty (rio, água) e îuk (podre), rio podre, água podre; também pode ser brejo, pântano, lodo, a lama, lama preta, líquido podre, charco, pântano
      Tucuruvi (bairro de São Paulo) – de tukura (gafanhoto) e oby (verde)
      Turiaçu – de “turi” fogueira e “açu” grande, logo a fogueira grande
      Ubá – A palavra ubá, em tupi-guarani, significa canoa de uma só peça escavada em tronco de árvore. É também o nome popular da gramínea (Gynerun Sagittatum), da folha estreita, longilínea e flexível, em forma de cano, utilizada pelos índios na confecção de flechas de caça e combate, e encontradas em toda a extensão das margens do ribeirão que corta a cidade de Ubá, em Minas Gerais. O nome do rio Ubá se deu justamente pela existência dessas gramíneas. Fonte: (http://www.uba.mg.gov.br/). Veja “uiba” = flecha!
      Ubatuba – muitas canoas, porto
      Uberaba – água cristalina
      Umuarama – lugar de pessoas amigas
      Uruguai – de yuru gua o coracol, o buzio e Y rio; dos caramujos. Querem alguns escritores que seja rio dos pássaros...
      Votorantim – cascata branca
      Votuporanga – brisa suave, lugar de bons ventos; de votu (ar, vento) + porang (belo)

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    8. Chapecó, cidade onde morei a maior parte de minha vida, originalmente chamada de Xapecó (se teira ou não acento, isso é outra história, envolvendo a balbúrdia do idioma português). Existe uma controvérsia, inclusive com um pesquisador que diz que a palavra não existe. Mas o significado aceito por historiadores é o seguinte: xa (avistar) pe (caminho) có (roça). Mas a origem da palavra é Kaygangue, ou seja é um dialeto tupi guarani.

      Não entendo muito bem desse assunto, mas parece que idioma é apenas o tupi, depois tem tupi-guarani que é o dialeto guarani mais próximo do tupi, o guarani mais distante e os subdialetos, como o kaygangue, tupinamba, tapajós e sei lá mais o que.

      Só posso dizer com segurança que Xapeco é kaygangue e a maioria dos historiadores aceitam como significado avistar o caminho da roça.

      PS. O nome da cidade foi mudado de Xapecó (com Xis) para Chapecó (com CH) graças à dedicação dos vereadores em não saber nada sobre coisa nenhuma e absoluta falta do que fazer.

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