Tenho a impressão que essa é antiga, mas foi postada este mês no YouTube
domingo, 30 de junho de 2013
Duas do Simão:
E a Dilma, pro próximo discurso, vai fazer um botoshop:
botox com photoshop! O Laquê Acordou!
E eu fui a três manifestações. E o melhor cartaz:
“SE A BOMBA É DE EFEITO MORAL, JOGA NO CONGRESSO!”
Saramago e Calcanhoto, os sem-parágrafo
Adriana Calcanhoto, nova colunista do Globo, escreveu um
texto hoje sem parágrafos. No jornal, a quatro colunas, foram 120 linhas sem
direito a tomar fôlego. No formato A4, foram 41 linhas. Resultado: não li.
Eu me recuso a ler coisas assim, tipo “originais”, onde o
autor visivelmente apela para uma estética não convencional para tentar chamar
atenção. E tem mais: talvez eu vá cometer uma heresia para muitos, mas também
me recusei a ler Saramago pelo mesmo motivo. No seu livro “O Evangelho Segundo
Jesus Cristo” há páginas e mais páginas seguidas sem um único parágrafo.
Cisma ou defeito meu, só sei que não consigo. Cansa demais.
Juliana Mynssen: “O dia em que a presidenta Dilma em dez minutos cuspiu no rosto de 370.000 médicos brasileiros”
Desabafo de cirurgiã carioca sobre contratação de médicos
estrangeiros repercute em todo o país.
Há alguns meses eu fiz um plantão que chorei. Não contei à
ninguém (é nada fácil compartilhar isso numa mídia social). Eu, cirurgiã-geral,
“do trauma”, médica “chatinha”, preceptora “bruxa”, que carrego no carro o
manual da equipe militar cirúrgica americana que atendia no Afeganistão,
chorei.
Na frente da sala da sutura tinha um paciente idoso
internado. Numa cadeira. Com o soro pendurado na parede num prego similiar aos
que prendemos plantas (diga-se: samambaias). Ao seu lado, seu filho. Bem
vestido. Com fala pausada, calmo e educado. Como eu. Como você. Como nós.
Perguntava pela possibilidade de internação do seu pai numa maca, que estava há
mais de um dia na cadeira. Ia desmaiar. Esperou, esperou, e toda vez que abria a
portinha da sutura ele estava lá.
Esperando. Como eu. Como você. Como nós. Teve um momento que
ele desmoronou. Se ajoelhou no chão, começou a chorar, olhou para mim e disse “não
é para mim, é para o meu pai, uma maca”. Como eu faria. Como você. Como nós. Pensei
“meudeusdocéu, com todos que passam aqui, justo eu... Nãoooo..... Porque se
chorar eu choro, se falar do seu pai eu choro, se me der um desafio vou brigar
com 5 até tirá-lo daqui”.
E saí, chorei, voltei, briguei e o coloquei numa maca
retirada da ala feminina.
Já levei meu pai para fazer exame no meu HU. O endoscopista
quando soube que era meu pai, disse “por que não me falou, levava no privado,
Juliana!” Não precisamos, acredito nas pessoas que trabalham comigo. Que me
ensinaram e ainda ensinam. Confio. Meu irmão precisou e o levei lá. Todos os
nossos médicos são de hospitais públicos que conhecemos, e, se não os usamos
mais, é porque as instituições públicas carecem. Carecem e padecem de leitos,
aparelhos, materiais e medicamentos.
Uma vez fiz um risco cirúrgico e colhi sangue no meu
hospital universitário. No consultório de um professor ele me pergunta: “e você
confia?”. “Se confio para os meus pacientes tenho que confiar para mim.” Eu
pratico a medicina. Ela pisa em mim alguns dias, me machuca, tira o sono, dá
rugas, lágrimas, mas eu ainda acredito na medicina. Me faz melhor. Aprendo,
cresço, me torna humana. Se tenho dívidas, pago-as assim. Faço porque acredito.
Nesses últimos dias de protestos nas ruas e nas mídias
brigamos por um país melhor. Menos corrupto. Transparente. Menos populista. Com
mais qualidade. Com mais macas. Com hospitais melhores, mais equipamentos e que
não faltem medicamentos. Um SUS melhor. Briguei pelo filho do paciente
ajoelhado. Por todos os meus pacientes. Por mim. Por você. Por nós. O SUS é
nosso.
Não tenho palavras para descrever o que penso da “Presidenta”
Dilma. (Uma figura que se proclama “a presidenta” já não merece minha atenção).
Mas hoje, por mim, por você, pelo meu paciente na cadeira,
eu a ouvi. A ouvi dizendo que escutou “o povo democrático brasileiro”. Que
escutou que queremos educação, saúde e segurança de qualidades. “Qualidade”...
Ela disse. E disse que importará médicos para melhorar a saúde do Brasil...
Para melhorar a qualidade?...
Sra “presidenta”, eu sou uma médica de qualidade. Meus pais
são médicos de qualidade. Meus professores são médicos de qualidade. Meus
amigos de faculdade. Meus colegas de plantão. O médico brasileiro é de
qualidade. Os seus hospitais é que não são. O seu SUS é que não tem qualidade.
O seu governo é que não tem qualidade.
O dia em que a Sra “presidenta” abrir uma ficha numa UPA,
for internada num Hospital Estadual, pegar um remédio na fila do SUS e falar
que isso é de qualidade, aí conversaremos. Não cuspa na minha cara, não pise no
meu diploma. Não me culpe da sua incompetência.
Somos quase 400mil, não nos ofenda. Estou amanhã de plantão,
abra uma ficha, eu te atendo. Não demora, não. Não faltam médicos, mas não
garanto que tenha onde sentar.
Afinal, a cadeira é prioridade dos internados. Hoje, eu
chorei de novo.
Por: Juliana Mynssen
- Médica
Um tapa no visual por R$ 3.125,00
Se você, minha amiga, quer dar um tapa completo no visual por
R$ 680,00, pode optar por comparecer à Rua da Consolação, 3679, Jardim Paulista
- São Paulo - SP nos seguintes horários: segunda das 12h às 20h; de terça a sexta
das 9h às 21h, e sábados das 9h às 18h. Para
sua maior tranquilidade você deve telefonar para 3061-5500 e marcar um horário
com Celso Kamura.
Agora, se você morar em Brasília e for “presidenta” da
República pode optar por chamar o renomado japa “tapa stylist”, desde que mande
as passagens de ida e volta (frete um jatinho? vai ajudante?) e pague a
simbólica quantia de R$ 3.125,00.
No caso, se você for um dragão igual à Dilma, vai ver que o
resultado dessa dinheirama gasta não melhora suas fuças em coisa nenhuma, mas
vai ter o prazer de gentinha petralha em dizer às amigas que ainda lhe restarem
que o Kamura deu um tapa no seu visual.
Se os gastos da Dilma com o japa não chegam a causar um
abalo nas contas do país, causam nojo. Em nove pronunciamentos em cadeia
nacional feitos até dezembro passado, cada tapa da madame custou R$ 400,00. Nos
três ocorridos entre dezembro de 2012 e março deste ano, cada serviço custou R$
3.125,00, uma alta de 681%.
Como disse Elio Gaspari, dinheiro público tem sempre um zero
a mais. E eu acrescento: o uso deles pelos políticos tem vergonha a menos.
E pensar que Clinton,
em 1993, quando pagou US$ 200 por um corte de cabelo feito por um cara que
cobrava mais que isso em seu salão, no Air Force One estacionado em Los
Angeles, deu um rolo danado que rendeu três dias de manchetes e críticas aos
montes no Congresso...
Lula e Taurus, monopolista do fabrico de armas no Brasil, uma ligação suspeita
“‘O Senhor das Armas’. Eis o novo título distintivo a que
faz jus o mascate transnacional Luiz Inácio Lula da Silva. O cabra
especializado em “vender o Brazil” ampliou sua atuação na África. Até semana
passada, o foco de negócio dele, por lá, era compra e venda de diamantes, além
de promover outros produtos de exportação brasileiros. Agora, enviado ao mundo
africano pela Taurus, Lula cuida da venda de armas. Senta o dedo, $talinácio!”
Li com muita desconfiança o artigo de Jorge Serrão que
começa com esse parágrafo, já que o cara é pródigo em exageros e sacações
estapafúrdias, o que já me fez vender gato por lebre aqui no Toma Mais Uma. Como
eu havia lido que essa viagem à Etiópia é coisa da ONU, fiquei de pé atrás. E
saí a pesquisar em outras fontes qual ligação poderia haver entre a Taurus e
Lula.
De imediato dei de cara com um artigo em inglês de um
jornalista chamado Ben Tavener, escrito em maio deste ano, cujo primeiro
parágrafo diz:
“As vendas de armas de fogo fabricadas no Brasil para os EUA
aumentaram 187,5 por cento no mandato do ex-presidente Luiz Inácio Lula da
Silva em comparação com o mesmo período de oito anos do seu antecessor. Os EUA
compraram quase 7,9 milhões, ou oitenta por cento, dos 9,9 milhões de armas de
fogo brasileiras exportadas nos últimos 40 anos, segundo informa a Folha de
S.Paulo.”
E depois:
“A fabricante brasileira de armas Taurus, com sede em Porto
Alegre, no sul do estado do Rio Grande do Sul, éo responsável por mais da
metade das exportações de armas brasileiras para os EUA desde 1971, e cerca de
metade dos produtos da empresa são vendidos a compradores americanos. A
empresa, fundada em 1941, chegou nos EUA em 1968 e é hoje uma das maiores
fabricantes do mundo de pequenas armas de fogo e a quarta maior dos Estados
Unidos. Taurus EUA foi criada em 1984 e, juntamente com a sua fábrica em Miami,
a empresa afirma fornecer armas a forças policiais em mais de setenta países.
No Brasil, de acordo com a Taurus, as receitas da empresa foram de R$ 701
milhões no ano passado, um aumento de 13,4 por cento.”
Já a IstoÉ em um artigo de 2004 intitulado “A emenda Taurus”
diz que o decreto que regulamentou estatuto do desarmamento, preparado nos
ministérios da Defesa e da Justiça e assinado por Lula, criou quase um
monopólio da empresa gaúcha onde diz: “As armas de fogo, munições e acessórios,
de uso restrito, poderão ter sua importação negada ou restringida, se houver
produto similar fabricado no país”.
Detalhe: a Taurus adquiriu a sua maior concorrente, a Amadeo
Rossi, construindo um monopólio no Brasil.
Depois disso, até dá para desconfiar que Serrão esteja
realmente certo. Nada de concreto, mas há indícios de sobra que Lula seja
realmente o “senhor das armas”.
Uma curiosidade: há no mercado americano um carregador de
pistolas cujo nome é Lula. Faz sentido, vejam:
Só para lembrar: a Colômbia já renunciou a ser sede de uma Copa do Mundo de Futebol
Belisário Betancour, eleito presidente colombiano em 1982,
dois meses e meio depois de empossado, tornou pública a decisão histórica: “Por
preservamos o bem público, por sabermos que o desperdício é imperdoável,
anuncio aos meus compatriotas que o Mundial de Futebol de 1986 não se realizará
na Colômbia (...). Temos outras coisas a fazer, e não há tempo para atender às
extravagâncias da Fifa e de seus sócios.”
Naquele momento o conturbado momento que vivia o país talvez
justificasse, por si só, essa decisão. Começavam as tentativas de negociação do
governo com os grupos extremistas e também uma guerra sangrenta contra o
narcotráfico.
Mas não foi só isso. A Fifa praticamente inviabilizou a
realização da Copa do Mundo de 1986 na Colômbia. Em 1974, quando o país fora
oficializado como sede, as exigências da Fifa eram umas. Oito anos depois,
outras. Com a eleição de João Havelange o mundo do futebol começava a mudar. O
processo de globalização que a entidade empreenderia, e que ajudaria a
enriquecê-la graças a negócios milionários, tinha tudo a ver com o novo
presidente. A consequência foi o aumento das exigências para 1986. De 16
participantes, a Copa passava a ter 24 para dar-se um jeito de enfiar países
africanos e asiáticos, os responsáveis diretos pela eleição de Havelange. Além
disso, novas condições eram impostas em relação à infraestrutura: necessidade
de 12 subsedes (ao contrário das cinco previstas até 1978), estádios com
capacidades mínimas, e, pela primeira vez, tratamento de luxo para dirigentes e
delegados visitantes, incluindo hotel cinco estrelas, limusines e outras
benesses. Em julho de 1982, a Fifa enviou um ultimato ao governo colombiano,
cobrando investimentos públicos no evento, como a absurda exigência da construção
de uma malha ferroviária.
Não havia coisa mais racional a fazer que não a renúncia da
Colômbia em sediar a Copa de 1986.
As opções passaram a ser o Canadá,que recusou por causa do
peso das dívidas contraídas com as Olimpíadas de 1976, os Estados Unidos, que chegaram
a se candidatar, mas Ronald Reagan cortou, Brasil e México.
No Brasil, Figueiredo não concordou que o país dispendesse quase
um bilhão de dólares para tentar satisfazer o caderno de encargos da Fifa,
principalmente diante do quadro de enorme dificuldade financeira que o Brasil
atravessava.
E a Copa foi para o México, o confessado interesse de
Havelange - naturalmente, com o apoio já garantido do governo local - por causa
das vantagens financeiras que foram oferecidas pela Televisa. Com um detalhe:
as exigências impostas pela Fifa à Colômbia foram reduzidas a zero no México
Falta um ano para a Copa no Brasil, mas nunca é tarde demais
para ser decente.
Sobre uma reportagem de O Globo.
O movimento das ruas na opinião de petralhas de alto coturno
Vicentinho, o ponderado:
“Recomendo ao meu partido: ouça o que diz a juventude do PT.
Esse movimento de agora é muito justo, respeitoso, novo, criativo, sem panfleto
e sem carro de som. Não tem nada a ver com direita, ou golpe. É o jeito deles.
Se quisermos participar, tem que ser sem provocação e disputa, sem bandeiras e
sem partidos. Nas reuniões em que estive a constatação foi: ‘Puxa vida, somos o
PT, nós que sonhamos isso tudo, nós que puxamos o movimento das ruas e agora
somos excluídos?’ Foi muito duro. Mas temos que respeitar e interpretar esse
recado como a vontade dos jovens.”
Marco Aurelio TopTop Garcia, o saudosista enganado:
“Vivi, como estudante, o Maio-68 na França, movimento de
gigantescas proporções, que surgiu aparentemente ‘do nada’. Entre o estopim (a
repressão a um grupo de estudantes da Faculdade de Nanterre) e o rumo que os
acontecimentos tomaram (a maior greve geral dos tempos contemporâneos) parecia
haver um abismo. São esses abismos que têm de ser entendidos. O Brasil mudou,
como as mobilizações atuais demonstram. O país só pode ir para frente, não para
atrás. Este é o movimento do ‘quero mais’. Engana-se quem o interpreta como um ‘quero
voltar atrás’. É um movimento que exige qualidade no gasto público. Nada mais
avesso à agenda privatista e antiestado das oposições.”
Lula, o apedeuta idiota:
“Já vi muita coisa assim. Isso é coisa da direita. Querem
desestabilizar. Acabar com nossas conquistas, com programas sociais, com ministérios
criados para as minorias… Eu acho que, possivelmente, seja a hora de vocês, a
juventude, os trabalhadores, irem para a rua, não deixar a direita tomar conta
e pedir para aprofundar as mudanças.”
Como vocês podem ver, Lula é, disparado, o mais imbecil dos
três, no entanto é, também disparado, a figura mais prestigiada no PT, um deus
que é imperador do Brasil há mais de dez anos.
Vá se entender esse partido. Vá se entender esse povo, que recuou em 21% na intenção de voto em Dilma e só 11% na intenção de voto em Lula, segundo pesquisa do Datafolha após as manifestações...
sábado, 29 de junho de 2013
Antes tarde
Tem uma coisa que eu deveria ter comentado há dias, mas é
meio impossível para um cara desorganizado como eu lembrar de tudo que quero
escrever, além de todo o “resto” que tenho que fazer para tentar ganhar a vida.
Não sei o que atrapalha o que, se o Toma Mais Uma ou o “resto”. Ou melhor, sei
sim: eu mesmo atrapalho os dois. Mas vamos lá, apesar de ser uma chuva no
molhado.
Ando lendo por aí que a “leitura” que Dilma fez dessas
manifestações Brasil adentro foi de uma reivindicação de reforma
política, tendo inclusive proposto um famigerado plebiscito que a maioria dos
analistas sérios classificou como um “golpe”.
Para começar, Dilma não fez “leitura” nenhuma porque não é
capaz de interpretar sequer um desenho animado do Pica-Pau. Já cansei de dizer
aqui que o Brasil não precisa de mais leis - nós já as temos de sobra - e nem
de mudanças nas que já vigoram, mas sim do cumprimento das mesmas, mesmo
porque, qualquer coisa que emane desse legislativo canalha vai ser,
forçosamente, bem pior do que já existe.
O recado que as ruas mandam nunca foi contra a política e
sim contra os políticos. A briga é puramente social, contra essa casta que,
segundo as mais recentes estimativas, rouba 200 bilhões de reais por ano e que,
sendo autocrítico, porque eu, a princípio não gostava da expressão, realmente não
nos representa, não no sentido da legitimidade e sim da moralidade. Deputados,
senadores, vereadores, governadores e presidentes são todos nossos legítimos
representantes, porque lhes demos, através dos votos, procurações para nos
representar, mas analisando de maneira prática e moral, estão muito longe disso.
Eu mesmo sou vítima de um voto que dei para deputado federal
após ponderar, considerar e reconsiderar muito. Votei em Alfredo Sirkis, por
conhecê-lo desde os 12 anos, por admirar sua postura, parecida com a do
Gabeira, ao reconhecer que o terrorismo que ele fazia à época dos militares era
uma furada, por ser sabidamente um sujeito honesto, capaz e extremamente
inteligente. Doce ilusão. Sua primeira providência após ser eleito foi se
bandear para o lado de Marina Silva, virar seu bibelô de estimação e dedicar sua
vida a batalhar para fundar o partido da panaca, esquecendo totalmente as suas
atividades parlamentares e o compromisso que tem comigo e com os demais
infelizes que o elegeram.
Isto prova que ninguém está livre de não ser “representado”
por quem votou, porque se até eu, um sujeito relativamente politizado e bem
informado, fui solenemente enganado, imaginem então os 90% da população que não
quer saber de política por falta de tempo, saco ou capacidade...
É lógico que ninguém é obrigado a se informar ou a se
interessar por política - cadê o voto facultativo? -, mas é mais lógico ainda
que um político que ocupa um cargo eletivo tem a obrigação de ter decoro, que é
um resumo de honestidade, trabalho, caráter, civilidade e - por que não -
patriotismo, e não se valer do desinteresse da população para cometer seus
crimes sem nenhum escrúpulo.
Portanto, dona Dilma, como sempre, escolheu o caminho
errado, não sei se por “golpe” ou por incompetência mesmo. Ela devia ler o que
o “ilustre” enganador-geral das pesquisas, Marcos Coimbra escreveu, e que
publiquei acima: “Quem deu o sentido das manifestações foi a classe média
antipetista”, e esta, além de ser mil vezes maior do que ela imagina, não se
deixa enganar.
As coisas estão
clareando...
AVISO AOS NAVEGANTES: SEGUNDA-FEIRA NÃO VAI TER GREVE!
Antes que os apressadinhos programem uma praia, desmarquem
suas consultas médicas e avisem aos patrões que na segunda-feira não vão
trabalhar, os (famigerados) sindicatos já declararam que não vai haver nada. Ônibus,
trens, barcas, aviões, taxis, metalúrgicos, estivadores e tudo mais vão
comparecer ao batente normalmente.
“Quem deu o sentido das manifestações foi a classe média antipetista”. Marcos Coimbra, reavaliando a contagem dessa “classe”...
Pela primeira vez eu concordo (em parte) com esse senhor,
que agora faz uma análise óbvia sobre a recente ocupação das ruas por
manifestantes. É claro que ele não perde a viagem, tentando ridicularizar e
diminuir a importância dessa tal “classe média antipetista”, que é muito, mas
muito maior que as pesquisas do seu Vox Populi chinfrim indicam. Mas ele acerta
em cheio ao dizer que Fernando Henrique, depois que saiu da presidência, falou
que queria uma oposição que “suscitasse o interesse” da classe média e lhe
“oferecesse alternativas”, mas não fez nada para que isso fosse viável.
De qualquer maneira, continuo considerando que Coimbra não
vale nada. Ele, petralha por conveniência, tal como outros petralhas, também
está se borrando de medo. Já pensou perder essa boquinha de órgão de pesquisa
oficial do PT?
O texto:
O sentido das manifestações
Enquanto perdem fôlego e amainam as manifestações de
protesto que afetaram o País nas últimas semanas, está na hora de procurar
entender seu significado.
Uma das maiores dificuldades para compreendê-las é que não
tiveram sentido único. Salvo, talvez, nos primórdios, quando usuários de
transportes públicos foram às ruas em São Paulo para reclamar do aumento no
preço das passagens. Lá, ainda tínhamos o cenário que explica as mobilizações
sociais mais características: causa concreta, pessoas afetadas concretamente,
reivindicações concretas.
Muito se diz que as manifestações seguintes foram novas.
Diferentes, por exemplo, das que a direita fez pela deposição de João Goulart
ou das que empurraram o governo Collor para a crise final.
Mas, será que a “horizontalidade” e a “difusão” das atuais
as tornam mesmo originais?
Não terá existido, nas manifestações deste mês de junho, um
segmento que desempenhou papel definidor análogo ao dos anticomunistas e dos
conservadores católicos nas marchas de 1964? Dentre os muitos tipos de gente
que foi às ruas, não houve um que forneceu personalidade ao “movimento”?
Para identificar o sentido das que aconteceram agora, temos
o perfil mais típico dos participantes, suas bandeiras mais características e
as reações mais comuns que suscitaram.
Nada ilustra melhor a mudança do perfil socioeconômico dos
manifestantes que a imagem veiculada pela TV Globo nos primeiros jogos do
Brasil na Copa das Confederações: madames vestidas a caráter e cheias de
balangandãs, brandindo cartazes sobre o “fim da corrupção” e fazendo propaganda
de um endereço no Twitter. Os jovens que, no YouTube, se tornaram astros dos
“insatisfeitos”, parecem seus filhos ou irmãos.
No conteúdo, o elemento central da “ideologia das ruas” foi
a crítica à representação política e às instituições, particularmente os
partidos políticos. Os manifestantes gritaram País afora que não se sentiam
representados por ninguém, que estavam na rua para denunciar os “políticos” e
“fazer política com as próprias mãos”. As vagas perorações em favor de “mais
verbas para a educação e a saúde” ou contra os “gastos exagerados na Copa do
Mundo” nada mais foram que pretextos para externar sua aversão ao sistema
político e ao governo.
Quem monitorou as redes sociais durante esses dias percebeu
que os defensores mais entusiastas das passeatas foram os antipetistas
radicais. Esses é que se sentiram em íntima comunhão com os participantes e
torceram para que as manifestações escalassem, enfraquecendo o governo e
prejudicando as chances de reeleição da presidenta.
Para dizer o óbvio, quem deu o sentido das manifestações foi
a classe média antipetista, predominantemente de direita. Nem sempre, nem todos
os participantes, mas em seu núcleo característico.
Ou seja: embora tenham participado do movimento desde punks
neonazistas a adolescentes apenas curiosos (e mesmo gente genuinamente
progressista), seu rosto é nítido.
A classe média antipetista tem motivos reais para estar
insatisfeita com a representação que tem. Ao contrário do cidadão que simpatiza
com o PT e outros partidos de esquerda, e que majoritariamente aprova o
governo, ela se sente mal representada.
Faz tempo que Fernando Henrique Cardoso lhe dá razão. Em
texto de 2011, em que tentava explicar a vitória de Dilma e definia novos
caminhos para a oposição, propunha ao PSDB que deixasse o “povão” para o PT e
fosse procurar a classe média: “É a essa que as oposições devem dirigir suas
mensagens prioritariamente”. Dizia que o
partido precisava “mergulhar na vida cotidiana” e encontrar “ligações orgânicas
com grupos que expressem as dificuldades e anseios do homem comum” (leia-se, de
classe média).
Lembrava que havia “toda uma gama de classes médias”, empresários
jovens, profissionais, “novas classes possuidoras”, que estariam “ausentes do
jogo político-partidário, mas não desconectadas das redes de internet,
Facebook, YouTube, Twitter, etc.”. Considerando seu “pragmatismo”, o discurso
para atraí-las não deveria ser “institucional”, mas centrado em temas como a
corrupção, o trânsito, os problemas urbanos, os serviços públicos.
FHC queria uma oposição que “suscitasse o interesse” da
classe média e lhe “oferecesse alternativas”. Se não conseguisse ser “uma
alternativa viável de poder, um caminho preparado por lideranças nas quais
confie”, sequer adiantaria “se a fagulha da insatisfação produzisse um
curto-circuito”.
Falou, mas não fez. Nessa, como em outras oportunidades, as
oposições brasileiras mostraram-se mais competentes na conversa que na ação.
Perceberam os desafios, mas não lhes deram resposta.
Foram de Serra, quando precisavam renovar-se. Apresentam
Aécio como prosseguidor da “herança de FHC”. Nada fizeram para “organizar-se
pelos meios eletrônicos, dando vida a debates verdadeiros sobre os temas de
interesse dessas camadas”, como sugeria o ex-presidente.
Presas de seus paradoxos, as oposições criaram a crise de
representação dos setores da sociedade a quem pretendiam (e deveriam)
expressar. Talvez principalmente, foi a impaciência das classes médias
antipetistas com a oposição que as levou às ruas.
Depois, é claro, de um ano de ataque da mídia conservadora
ao governo. Seus estrategistas acharam que conseguiriam, através de incursões
cirúrgicas, eliminar somente as lideranças do PT. O que fizeram foi ferir
valores fundamentais da democracia.
Petralhada apavorada: “O resultado da nova pesquisa do DATAFOLHA é preocupante...” (Blog da Dilma)
Como vocês podem perceber pelo texto abaixo, publicado no http://blogdadilma.com/, apesar do
analfabetismo funcional do seu Daniel Pearl Bezerra, editor da espelunca, nem
os “dilmistas” acreditam mais no poste.
Só que agora, além dos culpados de praxe - a “classe
conservadora”, a “imprensa venal e golpista” e a “elite” -, tem o ministro Paulo
Bernardo que “enterrou o Projeto do Marco Regulatório das Comunicações” e a
própria Dilma, que “deu uma guinada a direita” e não ouviu “o clamor dos
Movimentos Sociais”.
Então tá. Borrem-se petralhas!
A Classe conservadora não precisou dos tanques de 1964, em
novos tempos, ela usou as Redes Sociais para derrubar a presidenta Dilma
Rousseff, o nocaute virtual foi brutal. A imprensa venal e golpista aproveitou
a revolta dos jovens nas ruas, para criar todo clima de pânico e medo para
população, como aconteceu durante a Marcha para Deus, no final de março de
1964, levando a saída de Jango do Poder.
A Elite começou sua campanha eleitoral de 2014, um dia após
a vitória nas urnas da presidenta Dilma Rousseff, dia 1º de novembro de 2010.
Dilma Rousseff se distanciou dos Movimentos Sociais, isolou o Partido dos
Trabalhadores, deu carta branca a fraquismo ministro das Comunicações, Paulo
Bernardo que enterrou o Projeto do Marco Regulatório das Comunicações, conhecido
como a início da democratização da mídia no Brasil, como foi feito na
Argentina, Venezuela, Equador, Inglaterra, Estados Unidos.
A desastrosa entrevista do ministro Paulo Bernardo as
páginas da revista Veja é uma demonstração que o Governo Dilma Rousseff deu uma
guinada a “direita”, revoltando as forças progressistas. Outro fator, o
centralismo da presidenta Dilma Rousseff, não ouvindo o clamor dos Movimentos
Sociais, CUT, Força Sindical, MST, UNE, Movimentos Religiosos... O resultado da
nova pesquisa do DATAFOLHA é preocupante...
sexta-feira, 28 de junho de 2013
Mais uma piadinha de sexta
O velhinho, bem velhinho, chegou ao hospital todo estropiado.
Enquanto cuidava das feridas e hematomas o médico perguntou o que tinha
acontecido, já que ele estava lúcido. E ele respondeu:
- Eu tava passando em frente ao puteiro, e uma puta que
estava na janela me chamou: “Ei, vovô, não quer experimentar?” Aí eu respondi: “Não,
filha, não posso!” Aí a puta insistiu: “Ânimo! Vem, não custa nada tentar!”
- E o senhor? - perguntou o médico.
- Aí eu entrei, né, e dei 3 na quenga.
- E?...
- Bom, ela disse: “Puerra!, e você ainda dizia que já não
podia mais? Parece que tem 20 anos!
- E o senhor, o que respondeu pra moça?
- Eu respondi: Ah!, trepar eu posso, como você viu. O que
não posso é pagar...
Recomendação a Lula, que embarca hoje para a Etiópia
Adis não é nome de bebida e nem Abeba é “a beba”, uma insinuação
para que você dê uns goles nela.
Adis Abeba significa nova flor e é só a capital da Etiópia.
P.S.: Fugindo do pau, né malandro?
Apesar da pressão Câmara dos Deputados continua sendo imoral
Deu no Claudio Humberto
Apesar de manter uma “Polícia Legislativa” que custa muito
caro ao contribuinte, a Câmara dos Deputados confirmou ontem que não vai
prender Natan Donadon (PMDB-RR), deputado ladrão transitado em julgado,
foragido da Justiça, ainda que ele apareça por lá. A Câmara foi buscar em
tecnicalidades o pretexto para o corporativismo: o mandado de prisão do Supremo
Tribunal Federal foi dirigido à Polícia Federal.
A assessoria da Câmara garante que “ninguém mais” pode
prender o deputado, além da PF. Nem a “Polícia Legislativa” nem a Civil.
É antiga a atitude “legalista” da Câmara, em defesa de
meliantes com mandato, criando dificuldades ao cumprimento de sentenças
judiciais.
Donadon está condenado por roubo desde 2010, e só agora
Henrique Alves, presidente da Câmara, vai abrir processo de cassação.
É frequente a Mesa Diretora da Câmara se recusar até mesmo a
tomar conhecimento de ordens judiciais nos casos de cassação.
Quer dizer: são tão
sem vergonhas que têm a cara de pau de continuarem imorais mesmo com essa
pressão toda.
Piadas de sexta
“Marco Feliciano condena beijo que o Neymar mandou para o uruguaio”. |
Sofremos mais uma baixa internacional: “Por causa dos
protestos, Superman cancela vinda ao Brasil”. Bundão! Chama o Chapolin
Colorado! Ele vinha pro Brasil pra divulgar o filme “O Homem de Aço”! O Homem
de Aço tem medo de bala de borracha!
E a velhinha no meio das manifestações, sem ônibus, querendo
ir pra casa: “Moço, por favor, essa passeata passa na 23?”. Agora é assim: vai
com o fluxo!
“Marco Feliciano lança projeto de lei contra exame da próstata” |
No tempo em que Presidentes ainda se importavam com o povo...
Circula na internet uma mensagem de Paulo Figueiredo, filho
do general João Batista Figueiredo, o último militar a ocupar a Presidência da
República durante o regime militar. Ele relata por que seu pai não aceitou que
o Brasil sediasse a Copa na década de 80.
De repente eu comecei a receber uma enxurrada de mensagens
mencionando esta estória, que segue abaixo.
Sou, evidentemente, talvez o cara mais suspeito para tecer considerações
sobre qualquer matéria que faça juízo de valor a respeito de meu pai, especialmente
em atos do seu governo.
Mas sobre este episódio, especificamente, não posso me
furtar a dizer, e com certeza absoluta, que o que está relatado é totalmente
verdadeiro. …
Até porque, calhou de eu estar presente no mencionado
encontro. Tinha acabado de vir do Rio, e fui direto ao Torto ver os meus pais,
como eu sempre fazia assim que chegava a Brasília. Soube que o “Velho” estava
reunido com o Havelange, no gabinete da residência. Como sempre tivemos com ele
uma relação muito cordial, me permiti entrar para cumprimentá-lo e dar-lhe um
abraço.
- João e João? Esta reunião eu tenho que respeitar!,
brinquei irreverente, dele recebendo um carinhoso beijo. (Havelange sempre teve
o hábito de beijar os amigos). Ia, logicamente, me retirar, mas Papai me deixou
à vontade:
- Senta aí, estamos falando de futebol, que é coisa que você
adora.
Fui logo sacaneando:
- E ele já descobriu um jeito de salvar o Fluminense? (risos
– os dois, tricolores roxos).
- Ainda não, mas vamos chegar lá. Estamos conversando sobre
Copa do Mundo…
E deu-se então o diálogo, do qual o trecho que está contido
no texto fez parte, realmente. O Velho não concordava que o país dispendesse
quase um bilhão de dólares (valor abissal para os números daquela época) para
tentar satisfazer o caderno de encargos da Fifa, principalmente diante do
quadro de enorme dificuldade financeira que o Brasil atravessava. Uma situação
cambial dramática, resultante de um aperto histórico na liquidez internacional
– taxa de juros internacionais de 22% a.a, barril de petróleo a 50 dólares no
mercado spot – agravada pela necessidade de se dar continuidade a um
importantíssimo conjunto de obras de infraestrutura. Muitas delas iniciadas,
diga-se de passagem, em governos anteriores, mas que não poderiam ser paralisadas
por serem realmente de vital importância para a continuidade do nosso
desenvolvimento.
Para se ter uma ideia: produzíamos apenas, em 1979 (quando
houve o segundo “oil shock”) 164.000 barris de petróleo por dia, contra uma
demanda de 1,2 milhões. Um forte investimento nos programas de prospecção e
mudança no perfil do refino, associado à criação e implementação do Proálcool,
permitiu que em 1985 se atingisse uma produção de 640 mil barris/dia, fora a
triplicação das reservas cubadas de gás, e ainda tivéssemos grande parte da
bacia de Campos instalada (o que, sem medo de falar bobagem, até hoje garante o
abastecimento do nosso carro ou o óleo diesel do nosso busão.)
Realmente, era contrastante com o que se fez (ou melhor, o
que NÃO se fez) nos governos seguintes: várias hidrelétricas, começando por
Itaipu – até hoje é a segunda maior do mundo, além de Tucuruí, Balbina,
Sobradinho, etc, todas com as suas gigantescas linhas de transmissão; conclusão
da expansão de todas as grandes siderúrgicas (CSN, Usiminas, Cosipa e outras –
que fizeram o Brasil passar de crônico importador para exportador de aço);
conclusão das usinas de Angra 1 e 2; um programa agrícola que permitiu que
ainda hoje estejamos colhendo os frutos da disparada de produção de grãos –
graças à Embrapa, ao programa dos cerrados e ao programa “Plante que o João
garante”; um salto formidável nas telecomunicações, até então ridículas;
multiplicação da malha rodoviária – a mesma, praticamente, na qual hoje ainda
rodamos, só que agora sucateada e abandonada; inauguração de dois metrôs: Rio e
São Paulo; instalação de vários açudes no sertão nordestino; e, o que não vejo
ninguém da mídia mencionar (até porque não lhes interessa): a construção de 2,4
milhões de casas populares, mais do que toda a história do BNH até então, e
muito mais do que a soma de todos os outros governos (?!) que sucederam.
Isto é apenas o que eu me lembro agora, ao aqui escrever
rapidamente. Em resumo: naquela época, o dinheiro dos impostos dos brasileiros,
simplesmente, destinava-se ao desenvolvimento do país.
Daí não ter havido condições de se fazer a Copa de 1986. O
mais engraçado foi no dia seguinte: Delfim era muito ligado ao então presidente
da CBF (ou ainda era CBD?), Giulite Coutinho, que, lógico, tinha todo o
interesse em trazer aquela Copa para o Brasil. No despacho, Delfim foi logo
colocando:
–Presidente, trago aqui os números globais de custo para
fazermos a Copa, blá, blá, vai dar entre uns 300 a 500 milhões de dólares, blá,
blá…
O Velho, que já havia pedido ao SNI para preparar um estudo
acurado, cortou sumariamente:
- Não é isso não, Delfim, você está enganado, iria custar
isto, mais isto, mais aquilo… e pode esquecer porque nós não vamos entrar nesta
fria!
Mas, para concluir, já falando do presente: o que se está
fazendo com o povo brasileiro é simplesmente criminoso. Só que a roubalheira na
construção dos estádios é apenas a cabeça do iceberg...
quinta-feira, 27 de junho de 2013
E pobre lá sabe o que é cristal rachado, FHC? Sai desse pedestal e diz que a vaca foi pro brejo, porra!
Não adianta. Por mais que as evidências mostrem que o PSDB não
fala a língua do povo, nenhum tucano é capaz de se dignar a falar com ele.
Fernando Henrique hoje me veio com essa metáfora do cristal
rachado, dizendo que “existe um mal-estar que ninguém
percebia, mostrando que a vida do povo não é cor-de-rosa como parecia”, que não sei se é um artigo ou um pronunciamento, porque simplesmente
ando me recusando a prestar atenção - ler ou ouvir - no sujeito que já foi meu
ídolo, mas que hoje não passa de uma empáfia ambulante.
Quanto a se comunicar com a plebe ignara, os punhos rendados
não permitem, eu entendo...
Convite a Dilma e Lula
Dilma, aquela que prefere pipoca a caviar, e Lula, aquele
que agora resolveu virar líder de militontos, estão convidados para comparecer
ao Maracanã no Domingo, mais precisamente às 19 horas, para assistirem o jogo
da seleção brasileira contra os espanhois na final da Copa das Confederações.
Será um prazer para a torcida recebê-los...
Reinaldo Azevedo e seu “animus esperneandi”
O raciocínio de Reinaldo Azevedo tem cláusulas pétreas e não
adianta o mundo vir abaixo que elas continuam lá, firmes. E já veio várias vezes, mas ele não deu o braço a
torcer. Algumas, inclusive, são bastante antipáticas, como a raiva que tem do
Rio de Janeiro, que sempre aparece quando alguém fala mal do governo de São
Paulo. Mas essa, deixa pra lá. Deve ser inveja.
Agora ele anda às turras com o pessoal que é contra a lei da
“cura gay”, defendendo com unhas e dentes a legitimidade do texto, dizendo que
não fala sobre cura, enfim, passa horas do tempo que poderia ser gasto com
coisas mais proveitosas só para provar que a sua teimosia vale mais que mil
argumentos.
O mais gozado é que o problema não está na lei em si e sim na
sua competência, porque o Congresso não é, definitivamente, o lugar mais
adequado para se discutir e muito menos decidir sobre temas tão específicos e
delicados da psicologia.
Que Reinaldo me diga qual daquelas antas evangélicas tem
gabarito para abrir a boca sobre o assunto e eu lhe dou razão.
Quem tem fiofó tem medo, não é senhores Senadores?
Senado lotado ontem na hora do jogo do Brasil!
Estão se borrando todos. Canalhas! Só a base de chicote
mesmo!
Uma boa para os manifestantes: cobrem a redução do número de deputados federais. O Projeto foi engavetado!
Deu no Claudio Humberto:
A Câmara dos Deputados faz prosperar propostas de emenda
constitucional com rapidez estonteante, como a PEC 37, mas mantém na gaveta
outras cuja aprovação não interessa aos parlamentares. É o caso da PEC 170, que
tramita desde 1999, reduzindo de 513 para 380 o número de deputados. O projeto
só ganhou parecer da Comissão de Constituição e Justiça – contra, claro – esta
semana, 14 anos depois.
O corte de 133 deputados federais, além de agradar a opinião
pública, proporcionaria uma economia de R$ 250 milhões por ano. No mínimo.
Uma corja legislando
em causa própria dá nisso. Ninguém quer dar mole pra Kojak.
Suprema Corte dos Estados Unidos capitulou ante o “politicamente correto”
Peraí: eu só queria entender essa decisão da Suprema Corte
dos Estados Unidos ao considerar inconstitucional (por 5 a 4) a Lei Federal de
Defesa do Casamento, que definia o casamento como aquele celebrado entre homem
e mulher, porque agrediria o fundamento da igualdade garantido na Constituição.
Aí há um erro de interpretação do que seja igualdade, porque
embora praticamente todas as constituições afirmem que “todos são iguais
perante a lei”, homens e mulheres são bastante diferentes entre si, tanto que
há leis específicas para uns e para outras. Alguém contesta?
Eu já disse aqui e repito: não sou contra a união de pares
de homossexuais e nem que eles tenham os mesmos privilégios legais de casais
heterossexuais. O que não pode é se inventar absurdos com o pretexto de
legitimar essas uniões. Casamento é coisa entre homem e mulher e não é só uma
questão semântica.
O mesmo raciocínio pode ser aplicado no caso dos abortos,
onde o maior empecilho parece ser a discussão interminável sobre quando começa
a vida, se na fecundação, após o parto ou durante algum período específico desse
intervalo de nove meses entre uma e outro. Puro sexo dos anjos. Aborto é
assassinato em qualquer circunstância. Resta apenas decidir, sem firulas, em
que situações ele será legalizado. Afinal, assassinatos legais já são previstos
na Constituição vigente:
Art.5º - Todos são iguais perante a lei, sem distinção de
qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes
no País a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à
segurança e a propriedade, nos termos seguintes:
XLVII - não haverá penas:
a) de morte, salvo em caso de guerra declarada, nos termos
do art. 84, XIX;
Querem legalizar essas uniões? Então que criem leis
específicas para tal e batizem-nas como quiserem, mas não as chamem de
casamento e nem tampouco tentem destruir uma instituição milenar para, sobre os
escombros, inventarem uma nova ordem natural das coisas.
Fifa versus Povo
Os torcedores que cantam à capela todo o hino nacional nos
estádios desafiam a Fifa, que impôs menos de dois minutos.
Só que a lei 5.700/71 determina que em caso de execução
vocal a letra seja completa.
Esses velhinhos da Fifa
são muito abusados mesmo, mas com um governo banana, até eu seria.
Sergio Guerra com seu “voto confuso” sobre a PEC 37 vira piada na rede
Deu no Claudio Humberto
O perfil humorístico da presidenta Dilma Rousseff nas redes sociais, Dilma Bolada, respondeu nesta quarta-feira (26) o deputado Sérgio Guerra no twitter. Ele fez uma série de postagens desesperadas para explicar que se confundiu no momento da votação da PEC 37 e acabou votando a favor da proposta. “Houve uma pequena confusão e eu errei meu voto na PEC 37. Tanto sou contra a proposta que a bancada do meu partido fechou voto contrário”, justificou.
O perfil humorístico da presidenta Dilma Rousseff nas redes sociais, Dilma Bolada, respondeu nesta quarta-feira (26) o deputado Sérgio Guerra no twitter. Ele fez uma série de postagens desesperadas para explicar que se confundiu no momento da votação da PEC 37 e acabou votando a favor da proposta. “Houve uma pequena confusão e eu errei meu voto na PEC 37. Tanto sou contra a proposta que a bancada do meu partido fechou voto contrário”, justificou.
De pronto, Dilma Bolada rebateu: “Nossa, que coisa... tomara
que haja uma pequena confusão do povo quando for votar em você nas próximas
eleições. Cínico!”. Guerra não respondeu à provocação, mas garante ter
antecipado seu voto contrário ao texto há cinco dias.
Pois é, tomara mesmo!
Lula agora (des)orienta as massas
Com que então o apedeuta anda (des)orientando o Movimento
dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), a União da Juventude Socialista
(UJS), o Levante Popular da Juventude, o Conselho Nacional da Juventude
(Conjuve), jovens do movimento sindical, negro e de direitos dos homossexuais. Convidados
por Lula, quinze lideranças participaram de um encontro anteontem, na sede do
Instituto Lula, no bairro do Ipiranga, em São Paulo. O Movimento Passe Livre
(MPL) não foi convidado.
Só que em vez de pedir conciliação para acalmar a crise no
governo, Lula disse que o momento é de “ir para a rua”. Segundo um dos líderes,
ele chamou os movimentos de que tem mais proximidade para ouvi-los, mas acabou estimulando
mais a baderna ao dizer que é hora de trabalhador e juventude irem para a rua
para aprofundar as mudanças, enfrentar a direita e empurrar o governo para a
esquerda, agindo muito mais como um líder de massa do que como governo.
Será que o reizinho de Caetés agora pretende sair de
porta-bandeira nesse carnaval de protestos, mesmo indo contra o poste que ele
fincou na Presidência?
Mais uma da musa da tautologia
Etimologia: Plebiscito, lei romana aprovada pelos plebeus.
Plebe: Entre os antigos romanos, classe popular da sociedade
“Custa crer que a presidente Dilma Rousseff tenha falado
sério quando propôs um ‘plebiscito popular.’”
De um editorial do Estadão
Esse “custa crer” do
Estadão é só uma figura de retórica. Ninguém mais se surpreende com as
boçalidades do poste.
quarta-feira, 26 de junho de 2013
In vino veritas
Do blog do Giulio Sanmartini, com algumas modificações
De férias em Paris, resolvi jantar em um restaurante
conceituado, o Lucas Carton. Eu já estava acomodado numa mesa, quando um homem
bastante idoso entrou acompanhado de uma moça, que provavelmente seria sua
namorada - ou enfermeira, vá lá saber -, foi encaminhado à mesa bem ao lado da
minha e pediu uma garrafa de “Chateau Mouton Rothschild”, safra 1928. O
sommelier, em vez de trazer a garrafa para mostrar ao cliente, traz o décanteur
de cristal cheio de vinho e, depois de uma mesura, serve um pouco no cálice
para o cliente provar. O cliente, delicada e lentamente, movimenta o vinho,
leva o cálice ao nariz para sentir o aroma, fecha os olhos e cheira o vinho.
Inesperadamente, franze a testa e, com expressão muito irritada, pousa o copo
na mesa, comentando rispidamente:
- Isto aqui não é um Mouton de 1928!
O sommelier assegura-lhe que é. O cliente insiste que não é.
Estabelece-se uma pequena discussão e, rapidamente, muitas pessoas rodeiam a
mesa, incluindo o maître, o chef de couisine e o gerente do hotel, que tentam
convencer o intransigente consumidor de que o vinho é mesmo um Mouton de 1928.
De repente, o maître resolve perguntar-lhe como sabe, com tanta certeza, que
aquele vinho não é um Mouton de 1928.
- O meu nome é Phillippe de Rothschild - diz o cliente
modestamente - e fui eu quem fez esse vinho.
Consternação geral. O sommelier então, de cabeça baixa, dá
um passo à frente, tosse, pigarreia, bagas de suor escorrem-lhe da testa e, por
fim, admite que serviu no décanteur um Chateau Clerc Milon, de 1928. E explica
seus motivos:
- Perdão, cavalheiro, mas não consegui suportar a idéia de servir
a nossa última garrafa de Mouton 1928. De qualquer forma, a diferença é
irrelevante. Afinal, o senhor também é proprietário dos vinhedos de Clerc
Milon, que ficam na mesma aldeia do Mouton. O solo é o mesmo, a vindima é feita
na mesma época, a poda é a mesma e o esmagamento das uvas se faz na mesma
ocasião, o mosto resultante vai para barris absolutamente idênticos. Ambos os
vinhos são engarrafados ao mesmo tempo. Pode-se afirmar que os vinhos são
iguais, apenas com uma pequeníssima diferença geográfica.
Rothschild, então, com a discrição e elegância que sempre
foi a sua marca, puxa suavemente o sommelier pelo braço e fala-lhe ao ouvido,
mas numa altura suficiente para nosso amigo ao lado ouvir:
- Quando voltar para casa esta noite, peça à sua mulher ou
namorada para se despir completamente. Escolha dois orifícios do corpo dela
muito próximos um do outro e faça um teste de olfato. Você perceberá a sutil diferença
que pode haver em uma pequeníssima distância geográfica.
Apenas como informação, uma garrafa de Chateau Mouton
Rothschild safra 1928 custa, na Europa, a mixaria de 2.457,99 €, sem a inclusão
de impostos.
O PSDB se supera a cada dia: Sergio Guerra diz que voto a favor da PEC 37 foi “engano”. Desaforo!
O deputado tucano disse, após a computação dos votos, que se
confundiu na hora de votar e que queria escolher o “não”.
Logo o ex-presidente dos tucanos! E o pior: não pediu
correção. Cagou e andou!
Isso dá uma ideia da irresponsabilidade com que os políticos
tratam os cargos para os quais foram eleitos pelo povo.
É um desaforo!
Minha carta pra dona Dilma foi um desabafo, uma alegoria, nada mais que isso.
É claro que ao sugerir a renúncia do poste eu medi as
consequências que isso acarretaria, mas resolvi escrever assim mesmo. A
sequência de desastres que se sucederia se Dilma tomasse essa atitude seria
trágica. No mínimo ficaríamos na mesma ou talvez até pior que com a sua
permanência.
Diz a Constituição: Art. 80. Em caso de impedimento do
Presidente e do Vice-Presidente, ou vacância dos respectivos cargos, serão
sucessivamente chamados ao exercício da Presidência o Presidente da Câmara dos
Deputados, o do Senado Federal e o do Supremo Tribunal Federal.
Imaginem a sequência Temer, Henrique Alves e Renan
Calheiros. Depois seria só jogar terra em cima do Brasil e escrever na lápide:
“Aqui jaz um país assassinado por um povo que agora se
comporta como um leão nas ruas, mas sempre se comportou como um jumento nas
urnas”.
Uma grande verdade
“Discutir com petista é como jogar xadrez com pombo: ele vai
derrubar as peças, cagar no tabuleiro e sair de peito estufado cantando
vitória.” Lobão
terça-feira, 25 de junho de 2013
Boatos, uma praga consequente e previsível
Hoje a Zona Sul acordou apavorada com o boato - mais um - de
uma passeata - mais uma - que desta vez viria da Rocinha.
Sem sacanagem: passeata da Rocinha só pode ser arrastão.
Afinal, do que é que eles podem reclamar?
Moram de graça - quem paga aluguel em favela é otário - na
Zona Sul com direito à vista que quase ninguém tem; pagam tarifas reduzidas de
água, esgoto e luz; não pagam IPTU; têm polícia 24 horas por dia; roubam o
sinal da TV a cabo; têm creches e escolas de graça e bem pertinho; o transporte
é farto; o comércio idem e quem é chegado, continua comprando maconha e cocaína
do vizinho.
Ora, vão à merda!
Regina regnat, sed non gubernat (a rainha reina, mas não governa) - Carta para dona Dilma
Dona Dilma Rousseff:
Mais perdida que chinelo de bêbado, a senhora agora fala em
constituinte e plebiscito. Ora, minha senhora, se empurrar com a barriga
adiantasse seria melhor engravidar primeiro, pelo menos teria estofo, mas, com
essa idade, nem isso. Aliás, o melhor mesmo seria que a senhora ficasse prenhe
de ideias, mas essa é mais uma impossibilidade, dada à sua infertilidade mental
congênita.
De nada adiantam também os vexames aos quais a senhora se
submete indo frequentemente a São Paulo pedir conselhos ao ex-presidente em
exercício - em vez de recebê-lo em Brasília - porque o apedeuta, apesar de ser
bem mais esperto que a senhora, anda mais angustiado que barata de
ponta-cabeça, também sem saber o que fazer, além de estar também mais
constrangido que padre em puteiro, com medo de aparecer em virtude da penca de
acusações que pairam sobre aquela cabecinha chata.
Já que a senhora desonra o cargo que ocupa ao ser
subserviente a um ladravaz como Lula; já que a senhora não assume
responsabilidades; já que a senhora está cercada por ineptos do jaez de um Merdadante, que só lhe atrapalham - se é que é possível atrapalhar uma trapalhona; já que
a senhora é mentalmente incapaz, e já que a senhora não faz coisa nenhuma
que preste, pelo menos tenha autocrítica, peça o seu boné e saia de fininho,
renuncie. Alegue alguma coisa como a volta do seu câncer, como fez a sua amiga,
madame Kirschner, que inventou um na tireoide, diga que tem que cuidar do neto,
enfim, invente alguma desculpa. Ou não diga nada, só renuncie: ninguém vai sentir a sua
falta. Nem o Lula. A senhora vai descobrir que era feliz quando não era nada e não sabia - e
continua não sendo nada, só que com um cargo.
Não, dona Dilma, eu não sou a favor do impeachment porque
não é por aí que anda a minha noção de democracia e também porque se a senhora
não seguir meus conselhos e renunciar, vai ser um prazer inenarrável vê-la
definhar moralmente, cair dessa empáfia toda, tomar um tombo dessa irascibilidade,
despencar nas pesquisas e ver os canalhas todos que a cercam irem junto. Só
tome cuidado para quando tombar tantas vezes não cair de quatro: será
irreversível.
Certo do seu pronto atendimento às minhas reivindicações, subscrevo-me
Atenciosamente
Ricardo Froes
segunda-feira, 24 de junho de 2013
E o Brasil vai continuar sem solução, pelo menos por enquanto
Segundo os analistas, os dois únicos políticos que estão se
beneficiando com a zorra generalizada que tomou conta do país são Marina Silva
e Lula. Eu concordo até certo ponto.
Lula vai ser a solução para o PT, mas para isso vai ter que
sair da toca, porque tem muito o que explicar à justiça sobre a quantidade e
gravidade das tramoias em que está metido, além de ter que ser muito mais
político que jamais foi para tais acusações não “grudarem” na parte da
população mais esclarecida, mas não duvido nada que ele consiga convencer parte dessa
gente com as evasivas de costume e com a mesma retórica de caixoteiro de porta
de sindicato que o levou a ser eleito duas vezes. Lembrando que ele já tem a
seu favor os votos garantidos nas 15 milhões de famílias bolsistas, um belo
handicap.
Já quanto a Marina eu não sei se os analistas estão certos.
Não a vejo como capaz de capitalizar alguma coisa dessas manifestações com seu
discursinho fuleiro, confuso e enganador, que só encanta os bichos-grilos e
ecochatos. Seu cacife é limitado, apesar da sua importância política sempre ter
sido supervalorizada, já que em nada contribuiu para coisa nenhuma no país a
não ser com o enriquecimento do seu marido, o madeireiro Fábio Vaz de Lima,
contrabandista de mogno roubado.
Quanto à nossa “valorosa e combatente” oposição, o
ostracismo continua sendo o lugar ideal.
Padre ou detonador demográfico?
Do Blog do Giulio Sanmartini
Um pesquisador encontrou, no Arquivo Nacional da Torre do
Tombo, situado em Lisboa, junto à Cidade Universitária, onde estão guardados os
documentos antigos, no armário 5, maço nº 7, uma sentença de 1587, lavrada em
Trancoso, Portugal, com o seguinte teor:
“Padre Francisco da Costa, prior de Trancoso, de idade de
sessenta e dois anos, será degredado de suas ordens e arrastado pelas ruas
públicas nos rabos dos cavalos, esquartejado o seu corpo e postos os quartos,
cabeça e mãos em diferentes distritos, pelo crime que foi arguido e que ele
mesmo não contrariou, sendo acusado de ter dormido com vinte e nove afilhadas e
tendo delas noventa e sete filhas e trinta e sete filhos; de cinco irmãs teve
dezoito filhas; de nove comadres trinta e oito filhos e dezoito filhas; de sete
amas teve vinte e nove filhos e cinco filhas; de duas escravas teve vinte e um
filhos e sete filhas; dormiu com uma tia, chamada Ana da Cunha, de quem teve
três filhas. Total: duzentos e noventa e nove, sendo duzentos e catorze do sexo
feminino e oitenta e cinco do sexo masculino, tendo concebido em cinquenta e
três mulheres”.
Não satisfeito tal apetite, o malfadado prior, dormia ainda
com um escravo adolescente de nome Joaquim Bento, que o acusou de abusar em seu
vaso nefando noites seguidas quando não lá estavam as mulheres. Acusam-lhe
ainda dois ajudantes de missa, infantes menores que lhe foram obrigados a
servir de pecados orais, completos e nefandos, pelos quais se culpam em defeso
de seus vasos intocados, apesar da malícia exigente do malfadado prior. El-Rei
D. João II lhe perdoou a morte e o mandou pôr em liberdade aos dezessete dias
do mês de Março de 1587, com o fundamento de ajudar a povoar aquela região da
Beira Alta, tão despovoada ao tempo e, em proveito de sua real fazenda, o condena
ao degredo em terras de Santa Cruz, para onde segue a viver na vila da Baía de
Salvador como colaborador de povoamento português. El-Rei ordena ainda guardar
no Real Arquivo esta sentença, devassa e mais papéis que formaram o processo”.
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