quarta-feira, 5 de março de 2014

A óbvia História do Brasil

De uma maneira singela, sem rebuscamentos, Helena Beatriz(?) escreve na Tribuna da Internet um breve, real e politicamente incorreto artigo sobre a História do Brasil. Os petralhas vão detestar!

A história que ninguém nos contou na escola…

Quando aqui chegaram, os portugueses constituíam a nação mais rica do mundo (ou seja, da Europa e parte da Ásia, que era o mundo conhecido na época), com grandes conhecimentos em navegação. Chegaram ao Brasil com muita coragem, pois o clima era bastante inóspito e os índios muito violentos, ainda na Idade da Pedra (nada do que escreveu o romântico Galleano no seu livro lacrimejante “As veias abertas da América Latina”, que li na juventude).

Muitos eram flechados antes de conseguirem chegar no litoral.

Vieram homens corajosos e aventureiros, almejando descobrir novas rotas para a Índia e alcançando nossas terras. Tudo isso depois da queda do Império Romano do Oriente, quando os turcos otomanos tomaram conta do velho caminho…

Atravessar o oceano Atlântico era obra de coragem máxima! E foram esses homens capazes de cálculos incríveis, mesmo com tecnologia rudimentar, os primeiros a aqui chegar.

Havia necessidade de colonizar esta terra. Portugal não tinha uma população capaz de povoar nem 1 milésimo de um país com dimensões continentais. Aliás, nenhum país teria.
E começaram as negociações com os habitantes locais. Quem imagina que os portugueses aqui chegaram matando índios, com armas de fogo, desconhece por completo a escassez da pólvora naquela época e as armas rudimentares de que dispunham. Ao carregar uma arma, contra quem quer que fosse, um índio minimamente habilidoso já teria enviado uma rajada de flechas com um veneninho na ponta (o curare).

Assim, obviamente, a lógica era a negociação. E isso os colocou ao lado dos índios, presenteando-os com espelhos, dentre outros bens. Aliás, só abrindo um parêntese: índio nunca foi idiota. Espelho era algo caríssimo e só os nobres possuíam na época, não é como hoje que compramos numa lojinha de 1, 99 um micro espelhinho.

Bem, esses índios guerreavam entre si e faziam escravos. E vendiam-nos aos europeus que cá estavam. Portugal criou o sistema das capitanias hereditárias, oferecendo muitas terras, para estimular a vinda de portugueses.

Logo as companhias dos jesuítas vieram e começaram a alfabetização de muitos índios, e outros já miscigenados, e condenaram a escravidão. Houve desconforto com a Igreja que julgava que “índio não tinha alma” e os tais jesuítas foram expulsos e blás.

Depois, séculos se passaram e surgiu a necessidade de braços mais fortes para a exploração de minas e agricultura, então os negros passaram a ser os representantes dos “sem alma”. Vinham da África. Eram vendidos por lá pelas tribos rivais que escravizavam os perdedores das muitas batalhas e os vendiam aos europeus, índios e negros donos de terra.

Pois é, isso ninguém nos contou na escola. Mas é fácil deduzir. A escravidão na época não tinha cunho moral. Um povo negro ou indígena escravizava aqueles que perdiam as batalhas.

Como colonizar esta terra? Vamos enviar aqueles que desejam uma aventura em alto mar! Mas como? Na época julgava-se existir monstros apavorantes nos oceanos… Quem toparia essa aventura? Creio que muito poucos. O jeito foi enviar também quem não tinha escolha.

E o tempo passou e a miscigenação se deu. No início do século XIX veio Dom João, fugindo de Napoleão, com toda a sua corte e muito dinheiro, já agora com uma Inglaterra forte, dona dos mares, o escoltando. Nem vou falar no grande terremoto de Lisboa…

Trouxeram suas riquezas, melhoraram nossa infraestrutura (precaríssima) para conseguirem aqui viver, e continuar a exploração, é claro: éramos colônia. Coisa que teria sido feita pelos franceses quando aqui estiveram e holandeses também, obviamente.

Os portugueses fizeram muita coisa bacana por nós, criaram o Banco do Brasil, urbanizaram nosso Rio, museus, praças, jardim botânico… eles vieram para ficar. Mas Portugal necessitava deles por lá e os chamaram à razão. Marquês de Pombal foi grande para o povo de Lisboa, massacrado pelo terremoto, mas odiado por nós por motivos óbvios.

Acho que devemos ter orgulho sim, de sermos essa população sem raça definida, miscigenada. Orgulho dos negros que nos ajudaram, mesmo que involuntariamente, dos índios, dos primeiros moradores de nossa terra - desterrados… E, posteriormente, orgulho dos japoneses, dos alemães, dos italianos, de todos que saíram de seus países em busca de um mundo melhor.

Todos contribuíram com sua cultura e trabalho, enfim, agradeçamos a todos aqueles que habitam e habitaram nossa amada terra, que fazem parte do nosso DNA!

Qualquer outro colonizador que viesse para cá, faria a mesma coisa. Vide o que a Inglaterra fez com a Índia; a Bélgica com o Congo; a França com a Indochina etc etc

O próprio Maurício de Nassau, o primeiro aristocrata europeu a pisar em nossas terras, era uma exceção à regra. Tanto assim que logo a Holanda o chamou de volta, pois estava investindo demais nestas terras. E os que o substituíram foram piores que os portugueses, daí serem expulsos pelo próprio povo daqui.

O problema não foi o povo que colonizou Pindorama, foram as más gestões e uma certa conivência com o erro! Mas isso tem conserto. Basta manter a Democracia, a liberdade de expressão, punir os corruptos e investir numa educação de qualidade para este povo.

O que não podemos é fechar nossos olhos para a implantação de um regime totalitarista que quer nos fazer retroceder 100 anos, nos transformando num Cubão.

3 comentários:

  1. Sou fascinado por estudar história e lamento que não seja dado o devido valor ao conhecimento sobre a história da humanidade. Mas até o terceiro ano do segundo grau eu detestava as aulas de história, no terceira ano veio um novo professora na escola, que me "batizou" e fui salvo da "ignorância original". Infelizmente até hoje são raros os historiadores que merecem respeito, mas a internet proporcionou acesso às informações de diferentes estudiosos e muitos mitos dos "historiadores de plantão" estão sendo desmascarados.

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  2. Li recentemente o romance "Memorial do Mundo Novo" de Luiz Berto, onde um personagem fictício desembarca de uma das caravelas de Pinzon e atravessa toda a história do Brasil até o séc. XXI. Lança um olhar crítico sobre a história chata do Brasil oficial, recontando a partir do ponto de vista de um personagem amoral e dado a falcatruas. Editora Bagaço. Também tem um blog excelente luizberto.com onde a petezada sofre.

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