Empresa podre ganha três licitações da prefeitura para obras no Rio de Janeiro

Como é que pode a justiça (STJ) dar uma liminar uma empresa que entrou no Cadastro Nacional de Empresas Inidôneas e Suspensas (Ceis) no final do ano passado por determinação da Controladoria-Geral da União (CGU), por ser uma das empresas de fachada envolvidas no esquema de corrupção e desvio de dinheiro público de uma outra que foi uma das protagonistas de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI)?

Estou falando da Técnica Construções, subsidiária da Delta Construções, que de acordo com a Polícia Federal (PF), mantinha ligações com o contraventor Carlos Augusto Ramos, o Carlinhos Cachoeira.

O pior é que a Técnica, aproveitando o nome limpo temporariamente, desde a expedição da liminar, conseguiu vencer pelo menos três licitações em obras, da prefeitura do Rio de Janeiro, que somam R$ 76 milhões. Pior ainda que mesmo que a Justiça reverta a decisão, e a Delta e a Técnica sejam novamente proibidas de fazer negócios com o poder público, dificilmente as duas empresas, com contratos assinados e canteiros de obra armados, perderão serviços conquistados nesse período.

A saída das duas construtoras do cadastro de inidôneas foi divulgada em 9 de janeiro, depois de liminar concedida pelo STJ no fim do ano passado. A medida, no entanto, é passível de revisão. Isso porque a decisão do STJ é provisória, e a definitiva pode ser contrária aos interesses das duas empresas. Além disso, a CGU entrou com recurso, ainda não julgado, contra a própria liminar.

Como pode um juiz dar uma liminar tão absurda e monocrática, depois do imbroglio passar pela PF, pela CGU e por uma CPI? Não será o caso de perguntar quanto custou? Como é que o Eduardo Paes, sem o menor escrúpulo, pode aceitar que uma empresa com o nome mais sujo que pau de galinheiro vença uma concorrência, sem se importar sequer com ter seu próprio nome sujo e ligado a bandidos?

É sujeira de tudo quanto é lado, pombas! Esse país, de onze anos para cá, me dá nojo!