Carlos Newton, da Tribuna, diz o seguinte:
Era como se os traficantes
subitamente tivessem desistido da criminalidade. E o governador se jactava,
dizendo: “Dei o prazo de 24 horas para que os traficantes abandonassem as
favelas do Cantagalo, Pavão e Pavaõzinho”. E eles, tremendo de medo,
obedeceram. Era o que os jornais noticiavam, sem perguntar como Sérgio Cabral
teria feito esse ultimado aos traficantes: se fora pessoalmente ou através de
quem?
Na época, comentei com Helio
Fernandes que essa situação era muito estranha, porque em todas as favelas o
fenômeno se repetia, monotonamente, com os traficantes se retirando sem dar um
só tiro. Helio Fernandes então saiu em campo, colheu informações e escreveu uma
série de artigos na Tribuna, denunciando que Cabral havia feito um acordo com
os traficantes, nos seguintes termos:
1) A PM ocuparia sem resistência as
favelas.
2) Os traficantes desmobilizariam
suas milícias, não haveria mais “soldados do tráfico” com suas máscaras ninjas
(eles são precursores dos black blocs, digamos assim), não exibiriam fuzis e metralhadoras, não haveria
disparos e balas perdidas, os moradores das comunidades não seriam aterrorizados,
a paz reinaria em cada favela.
3) Em troca, os traficantes poderiam
seguir suas atividades sem repressão, desde que o fizessem discretamente,
através do sistema de entrega a domicílio (droga delivery).
Lamentavelmente é a mais pura verdade. Tenho amigos e
conhecidos que moram na Rocinha, Vidigal, Cantagalo, Pavão, Pavaõzinho e
Manguinhos que confirmam isso. Os traficantes continuam traficando livres leves
e soltos nas favelas, só que, simplesmente, eles não andam mais armados, para
poder desempenhar seus papéis a contento na pantomima inventada por Cabral e
Beltrame, sabe-se lá com a conivência de quem mais.
Muito embora os crimes com armas de fogo tenham realmente
diminuído por causa desse “acordo de cavalheiros”, o custo da brincadeira é
muito alto, primeiro porque os marginais não foram desarmados e, a qualquer
hora, podem lançar mão dos seus arsenais contra tudo e todos, depois, porque essa
liberdade dos traficantes funciona como atrativo aos consumidores, já que
muitos dos que não arriscavam a uma visitinha às bocas por causa do aparato
bélico que os bandidos ostentavam, hoje vão lá, tranquilos. É lógico que com
essa palhaçada, o consumo só tende a subir.
Roberto Argento Filho-
ResponderExcluir12/09/2011 às 10:41 (coluna Ricardo Setti - Veja)
Antes de mais nada é preciso reconhecer que o Crime Organizado ELEGE.Esperar o “Messias-Salvador-da-Pátria”,vício comum da maior parte dos brasileiros,é fonte de equívocos.É preciso acabar com outro:o Vício de,mudando o Político,mudarem as políticas.Observar a política do Político e não deixar-se levar pelo Discurso é um passo decisivo para as mudanças.Destacamentos de Policiamento Ostensivo(DPO)deram certo enquanto,ao Poder Público,interessou.Beltrame é só um coadjuvante no cenário Político Eleitoreiro com vistas às Copa do Mundo de 2014 e Olimpíadas de 2016,será queimado com toda pompa quando não for mais necessário.Quem viver verá.Não há,nem houve planos de projetos sociais nas favelas ocupadas pelas Unidades de Proteção e Propina.Até lá,o objetivo das UPP é tolerar e manter o tráfico Protegido;restrito às favelas,Escondido do Asfalto.É a mais cruel e sofisticada Engenharia Eleitoreira jamais vista.Não há Mágica.
(argento) ... eu escrevi Engenharia Eleitoreira - é uma "parte menor", porém importante, do que se convencionou chamar de ENGENHARIA SOCIAL.
Excluir(argento) ... hoje, março 2015, a Violência diminuiu com o Desarmamento do Civil Ordeiro ou com as UPP?
ExcluirLifting facial e muito botox na cara da Copa. Adivinhe duas vexes quem esta pagando? Advinhe duas vezes quem é o cirurgião pratico?
ResponderExcluirÉ tudo uma grande vergonha.
Assim como o IBGE dizimou os miseráveis e os pobres, agora chegou a vez dos bandidos, a criminalidade vai ser dizimada no país, através de números mágicos comprados do Merlin.
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