Eu não entendo esses dicionários brasileiros e muito menos
os filólogos. No post anterior eu acuso o Houaiss de citar uma palavra como
antônima de outra sem que ela conste como verbete.
Pois bem, agora fui ver “deletar”, no mesmo Houaiss, e na definição consta: “palavra
a evitar, por apagar, suprimir, remover”, que suponho seja por acharem que se
trata de um anglicismo, como já ouvi e li muitos “intelequituais” argumentarem.
Acontece que “deletar” não é anglicismo porcaria nenhuma, porque deriva do
latim deleo (apagar), que deu em deletus (apagado) e deletilis (esponja para apagar). Portanto, o verbo “deletar” pode ser usado sim, porque vem da nossa língua-mãe, e não importa se os americanos o descobriram primeiro. Aliás, nós já temos “delével”, do mesmo radical latino, significando “que pode ser apagado, eliminado, destruído”.
No entanto, se você for procurar a definição para “leiautar”
- uma aberração linguística - vai encontrar a definição “realizar o leiaute de”,
sem nenhuma restrição quanto ao seu uso, embora já tenhamos delinear, esboçar,
projetar, etc., para usar, significando a mesma coisa que esse terrível
anglicismo.
P.S.: to delete (v.) - late 15c., “destroy,
eradicate,” from Latin deletus, past participle of delere “destroy, blot out,
efface,” from delevi, originally perfective tense of delinere “to daub, erase
by smudging” (as of the wax on a writing table), from de- “from, away” (see
de-) + linere “to smear, wipe” (see lime (n.1)). In English, specifically of
written matter, from c.1600. Related: Deleted; deleting.
Delével é a forma correta de deletável
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