Dora Kramer diz hoje que “a ideia de usar a Petrobrás para
fins políticos já podia ser identificada claramente no primeiro grande encontro
do PT logo após a eleição de Luiz Inácio da Silva, no Hotel Nacional, em São
Paulo. Nos bastidores travava-se uma batalha pela presidência da empresa e os
interessados comentavam o quanto o posto lhes seria útil para os planos futuros
de eleições a governos de Estados”.
Eu pergunto: que fins políticos são esses em que se justifica
o roubo de dinheiro público e dos acionistas? Que diabo de política é
essa, inventada pelo partido que foi criado se dizendo o guardião da moralidade
e decência? Chamar isso de política é chamar urubu de meu louro - é caso de polícia. Aliás, chamar
PT de partido também - aquilo é uma quadrilha.
O artigo abaixo dá mais nomes aos bois da Petrobras. Vejam como
é enrolada essa teia:
José Casado: Estranhas transações
A Petrobras amplia seu espaço no noticiário policial. Nas
próximas horas o Ministério Público decide se pede a prisão preventiva do
ex-diretor da empresa Paulo Roberto Costa. Ele foi detido em casa, quinta-feira
passada, sob acusações de lavagem de dinheiro. A prisão preventiva (mínimo de
30 dias) costuma ser usada para induzir à colaboração no inquérito.
Costa foi diretor de Abastecimento da estatal durante oito
anos. Chegou à diretoria em 2004 na esteira dos acordos de Lula e José Dirceu
com líderes de partidos aliados, que resultaram no mensalão. Foi apadrinhado
por José Janene, então líder do PP na Câmara, que recebeu US$ 2 milhões, via
corretoras como a Bônus-Banval, operada por Enivaldo Quadrado, condenado no
mensalão, em ligação com o doleiro paranaense Alberto Yussef.
Janene morreu em 2010, antes do julgamento, com o mandato de
deputado que a Câmara se recusou a cassar. Com o desgaste do padrinho, Costa
passou à órbita de um consórcio integrado por frações de PR, PT e PMDB.
Dilma Rousseff e Graça Foster, presidente da estatal,
gastaram dois anos em negociações - com o PT e o PMDB - para demitir Costa e os
diretores Renato Duque, de serviços de engenharia, e Jorge Zelada, da área
internacional.
Duque era o mais antigo do trio na diretoria. Assumiu em
2003 sob o patrocínio de José Dirceu, chefe da Casa Civil. Dirceu passou um mês
(de 1º de janeiro a 2 de fevereiro) no Conselho de Administração da Petrobras.
Saiu ao perceber riscos no acúmulo dessa posição com o mandato de deputado
federal. Duque permaneceu, com a credencial de militante do PT, via núcleo Novo
Brasil.
Jorge Zelada ascendeu à área internacional em 2008, no lugar
de Nestor Cerveró indicado por PT e PMDB. Lula e o então presidente da estatal,
José Gabrielli, negociaram a troca de guarda com núcleos do PMDB do Rio e de
Minas Gerais. Desde a demissão de Zelada em 2012, a função é acumulada por
Graça Foster, presidente da empresa. Cerveró foi levado ao caixa da BR
Distribuidora, e expurgado na semana passada.
Sob Cerveró e Zelada e Gabrielli, o conselho da Petrobras
presidido por Dilma sancionou a compra com prejuízos da refinaria de Pasadena
(Texas) e negociou ativos na Argentina com um dos financistas da família
Kirchner, Cristóbal López, concessionário de cassinos.
A transação teria sido intermediada no Brasil à taxa de 20%.
O “destravamento” do negócio custou US$ 10 milhões a López, como divulgou o
repórter Hugo Alconada Mon no “La Nación”, de Buenos Aires, em agosto do ano
passado. Na mesma época, um ex-funcionário da Petrobras, João Augusto Rezende
Henriques, contou ao repórter Diego Escosteguy, da revista “Época”, que não
havia negócio internacional sem pagamento de “pedágio”, com 60% a 70% do
dinheiro “repassado ao PMDB”.
Dilma enfrenta críticas do PT pela tentativa de “limpeza” na
Petrobras - “disciplina na utilização dos recursos financeiros da companhia”,
como definiu Graça Foster.
Ela tem a chance de iluminar obscuros negócios realizados na
estatal. O detergente institucional é sempre o melhor remédio. A omissão
significa assumir riscos, como o de assistir à “delação premiada” de escândalos
em plena luta pela reeleição.
Não explodiu porque o Bolso do Estado não tem fundo, sempre pode extorquir a Sociedade-que-Paga, sob diversas formas (aumento de Impostos, Tachas ou Cobrança por Serviços Não Previstos)
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