Sei não, mas acho que Ricardo Noblat pisou na bola ao querer tomar o
partido errado e de forma mais errada ainda, em mais uma das inúmeras discussões
entre Barbosa e Lewandowski ocorrida em agosto do ano passado durante o
julgamento do mensalão.
Quem o ministro Joaquim Barbosa pensa que é?
Que poderes acredita dispor só por estar sentado na cadeira
de presidente do Supremo Tribunal Federal?
Imagina que o país lhe será grato para sempre pelo modo como
procedeu no Caso do Mensalão?
Ora, se foi honesto e agiu orientado unicamente por sua
consciência, nada mais fez do que deveria. A maioria dos brasileiros o admira
por isso. Mas é só, ministro.
Em geral, admiração costuma ser um sentimento de vida curta.
Apaga-se com a passagem do tempo.
Mas enquanto sobrevive não autoriza ninguém a tratar mal
seus semelhantes, a debochar deles, a humilhá-los, a agir como se a efêmera
superioridade que o cargo lhe confere não fosse de fato efêmera. E não
decorresse tão somente do cargo que se ocupa por obra e graça do sistema de
revezamento.
Joaquim preside a mais alta corte de justiça do país porque
chegara sua hora de presidi-la. Porque antes dele outros dos atuais ministros a
presidiram. E porque depois dele outros tantos a presidirão.
O mandato é de dois anos. No momento em que uma estrela do
mundo jurídico é nomeada ministro de tribunal superior, passa a ter suas
virtudes e conhecimentos exaltados para muito além da conta. Ou do razoável.
Compreensível, pois não.
Quem podendo se aproximar de um juiz e conquistar-lhe a
simpatia, prefere se distanciar dele?
Por mais inocente que seja quem não receia ser alvo um dia
de uma falsa acusação? Ao fim e ao cabo, quem não teme o que emana da
autoridade da toga?
Joaquim faz questão de exercê-la na fronteira do
autoritarismo. E por causa disso, vez por outra derrapa e ultrapassa a
fronteira, provocando barulho.
Não é uma questão de maus modos. Ou da educação que o berço
lhe negou, pois não lhe negou. No caso dele, tem a ver com o entendimento
jurássico de que para fazer justiça não se pode fazer qualquer concessão à
afabilidade.
Para entender melhor
Joaquim acrescente-se a cor – sua cor. Há negros que padecem do complexo de
inferioridade. Outros assumem uma postura radicalmente oposta para enfrentar a
discriminação.
Joaquim é assim se lhe parece. Sua promoção a ministro do
STF em nada serviu para suavizar-lhe a soberba. Pelo contrário.
Joaquim foi
descoberto por um caça talentos de Lula, incumbido de caçar um jurista
talentoso e... negro.
“Jurista é pessoa versada nas ciências jurídicas, com grande
conhecimento de assuntos de direito”, segundo o Dicionário Priberam da Língua
Portuguesa.
Falta a Joaquim “grande conhecimento de assuntos de
direito”, atesta a opinião quase unânime de juristas de primeira linha que
preferem não se identificar. Mas ele é negro.
Havia poucos negros que
atendessem às exigências requeridas para vestir a toga de maior prestígio. E
entre eles, disparado, Joaquim era o que tinha o melhor currículo.
Não entrou no STF enganado. E não se incomodou por ter
entrado como entrou.
Quando Lula bateu o
martelo em torno do nome dele, falou meio de brincadeira, meio a sério: “Não vá
sair por aí dizendo que deve sua promoção aos seus vastos conhecimentos. Você
deve à sua cor”.
Joaquim não se sentiu ofendido. Orgulha-se de sua cor. E
sentia-se apto a cumprir a nova função. Não faz um tipo ao destacar-se por sua
independência. É um ministro independente. Ninguém ousa cabalar seu voto.
Que não perca a vida por excesso de elegância. (Esse perigo
ele não corre.) Mas que também não ponha a perder tudo o que conseguiu até aqui.
Julgue e deixe os outros julgarem.
Talvez tenha sido um ato falho, mas você (Ricardo) não mencionou a denúncia feita pelo próprio Joaquim Barbosa. Entendi que você está dizendo que as manifestações do Joaquim Barbosa denunciam o Noblat, pela manifestações que o Noblat teve, mas não há uma DENUNCIA no sentido formal da palavra. Estou fazendo este comentário para alertar para um "entendi do que se trata, mas vou te detonar nos detalhes".
ResponderExcluirEu já comentei em outra postagem sua, não lembro qual, que lia diariamente o Noblat, mas as inconsistências fizeram com que eu fosse diminuindo os acesso, até interrompê-los. Aconteceu o mesmo com Reinaldo Azevedo, ou seja, cansei de considerar jornalista um prosélito de si mesmo.
Joaquim Barbosa denunciou juridicamente ou é apenas uma linguagem figurada?
Juridicamente
Excluir"Quando Lula bateu o martelo em torno do nome dele, falou meio de brincadeira, meio a sério: “Não vá sair por aí dizendo que deve sua promoção aos seus vastos conhecimentos. Você deve à sua cor”.
ResponderExcluirÉ verdade que o lula disse que o Barbosa foi escolhido por pertencer a etnia negra e não pelos méritos?
Se assim foi o lula também poderia ser acusado e condenado por racismo, afinal escolheu o Barbosa pela cor talvez deixando de lado outros por serem brancos. Esta claro que queria ficar bem na foto e deu um tiro nas patas, nas quatro.
O texto, em vermelho, é claríssimo; é injurioso, difamante e preconceituoso!.
ResponderExcluirSendo assim, por que o Barbosa não acusa o lula de racismo? Tudo farinha do mesmo saco podre.
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