Deu no Estadão
O Estado brasileiro foi questionado por grupos indígenas e
organizações não governamentais durante audiência realizada quinta-feira (28)
na sede da Organização dos Estados Americanos (OEA), em Washington, nos Estados
Unidos. De acordo com esses grupos e organizações, o Estado tem recorrido
sistematicamente ao uso de um mecanismo legal chamado suspensão de segurança
para passar por cima de decisões judiciais contrárias aos seus interesses e
barrar direitos de grupos afetados por megaempreendimentos, como a construção
de hidrelétricas.
Esse mecanismo legal, segundo afirmações feitas na
audiência, foi criado durante a ditadura, em nome da doutrina de “segurança
nacional”. Faria parte do chamado entulho autoritário que sobrevive na
democracia brasileira.
A suspensão de segurança já foi utilizada, de acordo com
informações das ONGs, em casos como o da Hidroelétrica de Belo Monte e do
Complexo Petroquímico do Rio de Janeiro (Comperj). Ela permite anular uma
decisão judicial, liminar ou não, sem julgamento do mérito do pedido.
“Sofremos com as
consequências das barragens que estão sendo construídas em nossos rios”, disse
Josias Munduruku, líder indígena do Pará, durante a audiência. “O Ministério
Publico apresentou ações na Justiça para parar as obras no rio Teles Pires, no
Mato Grosso, mas o governo derrubou todas, usando a suspensão de
segurança”, completou.
Representantes do Ministério de Relações Externas (MRE) e da
Advocacia-Geral da União (AGU) apresentaram argumentos em defesa das ações do
governo. Disseram que a suspensão de segurança estaria sendo utilizada para
defender interesses públicos. Afirmaram ainda que o mecanismo legal também é
usado em defesa dos direitos dos índios.
Na avaliação do porta-voz da Asssociação Interamericana de
Defesa Ambiental (Aida), uma das organizações que pleitearam a audiência na
OEA, “a suspensão de segurança viola a Convenção Americana de Direitos Humanos
e acaba com qualquer possibilidade de efetividade das medidas judiciais
adequadas para a salvaguarda dos direitos humanos no sistema jurídico
brasileiro”.
Para Eduardo Baker, advogado da Justiça Global, outra ONG
que assinou o pedido de audiência, “a suspensão de segurança é uma grave
permanência da ditadura militar e impede que o Judiciário aja de forma
independente e imparcial”.
Foi uma audiência preliminar, sem qualquer manifestação dos
organismos da OEA.
“Sofremos com as consequências das barragens que estão sendo
construídas em nossos rios.”
Eu gostaria de esclarecer ao seu Mukuduru, ou coisa que o
valha que, segundo a Constituição determina em seu Artigo 26, “Incluem-se entre
os bens dos Estados: I – as águas superficiais ou subterrâneas, fluentes,
emergentes e em depósito, ressalvadas, neste caso, na forma da lei, as
decorrentes de obras da União”, e portanto, os rios não são dos índios e sim do
Estado.
Esclareço também que ele, acima de tudo, é brasileiro, não
um cidadão de uma inexistente “nação indígena”, e que, como todos os outros
brasileiros, tem seus direitos e deveres determinados por leis, e não por
costumes peculiares de sua tribo.
Ficam dando trela pra vagabundo e dá nisso...
A questão parece ser um pouco pior. Se existe um mecanismo legal para suspender decisões judiciais sem julgamento do mérito, então não há estado de direito democrático no Brasil. O governo alega que esse mecanismo também costuma ser utilizado em benefício dos índios... MENTIRA!!!
ResponderExcluirUm mecanismo dessa natureza só é utilizado em benefício do governo, se beneficiar os índios beneficia o governo, então usa-se dizendo que estão beneficiando os índios, senão beneficia os índios, usa-se dizendo que estão beneficiando outros, mas em qualquer caso o beneficiário é sempre o governo, são os interesses do governo que são protegidos por esse mecanismo.
O mais lamentável é que esse tema só está aparecendo por que os índios, que já foram beneficiados (junto com o governo) pelo mesmo mecanismo estão fazendo a denúncia na OEA. Pergunto eu: onde estiveram os meios de comunicação brasileiros, que nunca mencionaram tal aberração? Respondo eu: recebendo dinheiro dos governos.
Certissimo voce Ricardo.
ResponderExcluirO país virou uma zorra total, um bordel de quinta categoria.
O império dos direitos, todos querem direitos, ninguém que deveres.
Quem é que paga a festa?