quinta-feira, 6 de março de 2014

Racismo politicamente correto tem mão única

Ainda no flash back, recuperando meus antigos textos da “Folha da Burguesia”, dei de cara com este, de 2007, ressaltando que a tal revista “Raça Brasil” existe até hoje.

O que será que aconteceria comigo se eu resolvesse editar uma revista chamada Raça Brasil e publicasse a lista dos 80 brancos mais poderosos do país? Eu só sei que cumpriria a pena em liberdade porque sou réu primário, não é assim que funciona? Pois é, a tal revista existe, com esse nome mesmo e publicou uma lista dos 80 negros mais poderosos do Brasil. E o que aconteceu com a Editora Símbolo? Nada, é claro.

E tome de dia da Consciência Negra, dia de Zumbi, lei para ensinar cultura afro nas escolas e até uma Secretaria Especial de Políticas de Promoção da Igualdade Racial com status de ministério. Sobre essa última gracinha, ela tem sessenta funcionários, sendo que, pelo menos 90% são negros. Cadê a igualdade? E o pior é a argumentação da “diretora da área de políticas de ações afirmativas”(?) que nos brindou com a seguinte pérola: “A direção da secretaria é toda negra. As outras minorias não estão preparadas para essa política. O acúmulo de conhecimento, de informação em torno da causa da igualdade racial está conosco”. Tem gente que tá se achando...

Tem até um texto gozado, exatamente sobre a confusão que essas leis provocam na cabeça do cidadão, escrito por Luís César Ebraico, quando da Lei 1.390 Afonso Arinos, sancionada em 3 de julho de 1951:

“Wellington, à época do diálogo que vou relatar, tinha cerca de 9 anos de idade. Era filho daquela minha empregada, Regina, preta retinta, que me havia atordoado com a pergunta sobre o porquê de todos terem sistema NERVOSO e ninguém ter sistema CALMO.
Estava eu, assim, posto em sossego, quando me aparece o garoto, perguntando:
WELLINGTON: - ‘Seu’ Luís - era assim que me chamava - se alguém chamar o outro de preto, vai pra cadeia?
LC (algo hesitante, pois ainda não conhecia o texto exato daquele diploma legal): - Bem..., acho que sim, filho!
WELLINGTON: - E se chamar o outro de filho da puta, também vai!
LC (mais hesitante ainda): - Bem..., acho que não!
WELLINGTON: - Então preto é pior que filho da puta?!
LC: - Bem, meu filho, para mim, não!”

A verdade é que está todo mundo como o menino Wellington, sem saber aonde mora o perigo. Proíbem por lei a reprodução da suástica, mas foice e martelo pode, como se Hittler tivesse matado mais que Stalin ou Mao; Veríssimo, o patrono da imbecilidade intelectual coletiva, repete asneiras sobre a escravidão no Brasil, atiçando ainda mais os ânimos dos panacas que acreditam na esquerda dele; políticos populistas se aproveitam do clima propício e promovem convescotes solenes em comemoração aos dias nacionais disso e daquilo negro nas Assembléias e Câmaras de todo o país e todos nós continuamos sem saber se, para a lei, preto é pior que filho da puta.

Nunca esse país foi tão idiotizado, desaculturado e dissociado da realidade como hoje. Esse governo parece que quer deixar também patente, além da sua desonestidade-padrão, a burrice crônica que lhe é característica inegável. Falar e legislar sobre raças hoje em dia é o sinal mais latente do anacronismo cultural que se pode manifestar. Desde que ficou provado irrefutavelmente que o homo sapiens surgiu na África Oriental, era negro e as suas mudanças no aspecto físico se deram exclusivamente pelas migrações e conseqüentes necessidades de adaptação ambiental, além do fato de nosso país ter talvez o povo mais misturado do mundo, ressaltar as diferenças da cor de pele entre seres humanos passou a ser uma grande burrice.

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