Li isso hoje na Tribuna. Como não sei exatamente até onde
isso pode ser factível, boto minhas barbas de molho, mais uma vez.
AS ENTIDADES CIVIS, OS PARTIDOS POLÍTICOS E AS FORÇAS
ARMADAS PRECISAM PRESSIONAR O GOVERNO PARA REVOGAR A CONVENÇÃO 169, QUE DÁ INDEPENDÊNCIA
ÀS NAÇÕES INDÍGENAS
Celso Serra
Já informamos aqui no blog da Tribuna da Internet, com
absoluta exclusividade, que o governo do Brasil só tem prazo até 24 de julho de
2014 para anular a ratificação da Convenção 169 da Organização Internacional do
Trabalho (OIT), que concede independência política, territorial e econômica às
nações indígenas.
Explicamos que, pelo disposto no artigo 39/1, o Brasil tem o
direito de denunciar a Convenção ao final de um período de dez anos, contados
da data de entrada em vigor, o que ocorreu aqui a 25 de julho de 2003. Ou seja,
o prazo terminaria dia 25 de julho de 2013, mas há um período adicional de mais
12 meses para o país dar a decisão final.
O atual governo não tem culpa por essa situação, que é uma
herança das gestões de FHC, que aprovou a Convenção, e de Lula, que a
promulgou, quando a deveria ter revogado. Agora, a decisão é do governo Dilma
Rousseff, mas quem se preocupa com assunto tão sem importância? Afinal, o que
teoricamente ameaça acontecer é o desmembramento do território nacional, com a
criação de mais de 200 países dentro dele – alguns, maiores do que a Itália,
outros, minúsculos como o Principado de Mônaco.
De toda forma, cabe à presidente Dilma Rousseff decidir se
vai continuar a governar o Brasil com sua soberania interna mutilada ou se vai
por fim a essa situação. Mas será que ela tem conhecimento da existência desse
importante tratado internacional, ratificado pelo Brasil?
SOBERANIA
O eminente jurista brasileiro Goffredo Telles Júnior definia
a soberania interna de um Estado como um “poder incontrastável de decidir, em
última instância, sobre a validade jurídica das normas e dos atos, dentro do
território nacional”.
Assim, soberania interna é o poder que o Estado possui de
impor, dentro de seu espaço territorial, suas decisões em todos os setores da
sociedade, de tomar decisões autônomas sobre seu desenvolvimento, de editar suas leis e executá-las por si
próprio. Enfim, dentro de seu território
não pode existir outro poder igual ou maior.
O Estado só é considerado soberano internamente quando
possui a autoridade suprema em seu espaço territorial e sobre todos os seus
habitantes, não podendo seus objetivos e decisões ficarem submissos às vontades
e interesses dos grupos intermediários que nele habitam, sejam quais forem
esses grupos.
Um Estado mutila sua soberania quando assume compromissos em
convenções e tratados internacionais que diminuem o poder discricionário que
possui sobre seu território. É o que
está ocorrendo com o Brasil, face à mudança de rumo na condução de sua política
externa nos últimos anos.
NO GOVERNO FHC
O gravíssimo problema surgiu no final do governo FHC, quando
o Brasil assinou a Convenção 169 da Organização Internacional do Trabalho, cujo
texto contém dispositivos que castram nossa soberania interna.
O tratado internacional nos obriga a aceitar passivamente o
direito ilimitado de propriedade e posse de terras pelas tribos indígenas
(“terras que tradicionalmente ocupam” e, de modo ampliativo e ilimitado,
“terras que não estejam exclusivamente ocupadas por eles, mas às quais,
tradicionalmente, tenham tido acesso para suas atividades tradicionais e de
subsistência”).
Dentre os países independentes que tinham muito a perder, o
Brasil foi o único a admitir a submissão do Estado a grupos de habitantes,
abdicando do poder de decisão soberano
(uno, inalienável, indivisível e imprescritível) sobre seu espaço territorial.
A OIT é formada por 185 países-membros, dos quais 168 se
recusaram a aceitar a Convenção 169, e apenas 17 países a aprovaram. O Brasil
foi um deles? Por que o fez? Ninguém jamais responderá a essa inquietante É por
isso que as entidades civis, os partidos políticos e as Forças Armadas precisam
pressionar o governo para revogar a Convenção 169. Mas quem se interessa?
Não sabia que voce já tinha tirado as barbas da água.
ResponderExcluirParece incrível, eu não acredito.