domingo, 1 de dezembro de 2013

Oito ministros da Fazenda que inviabilizaram economicamente o Brasil

Como Elio Gaspari é muito chato, resolvi filtrar uns dados de um texto, publicado hoje no Globo, onde ele fala sobre os 13 ex-ministros da Fazenda que, junto a 11 ex-presidentes do Banco Central, assinaram um manifesto prevendo a ruína nacional caso STF aceite os pleitos dos poupadores reivindicando ressarcimento de supostas perdas. Aliás, eu tenho as minhas dúvidas sobre a competência dos ministros do supremo nesse caso específico.

Mas Elio lembra que dos 13 ministros signatários, apenas cinco têm a autoridade do desempenho para falar em defesa da moeda, pois restabeleceram seu valor e nunca mexeram no bolso do quem guardou sua poupança nas cadernetas. São Fernando Henrique Cardoso, Pedro Malan, Rubens Ricupero, Ciro Gomes e Antonio Palocci.

Os oito restantes, à exceção de Delfim Netto na primeira vez que foi ministro da Fazenda (1967-1974), “entraram no cargo prometendo conter a inflação e foram-se embora deixando para o sucessor uma taxa mais elevada ou ainda na faixa dos quatro dígitos”. Senão vejamos:

Ernane Galvêas chegou ao ministério em 1980 e saiu em 1985. Foi condômino da segunda encarnação de Delfim. Fechou seu primeiro ano com a inflação em 110%, medida pelo IGP-DI da Fundação Getulio Vargas. Em 1984 ela foi para 223%.

Luiz Carlos Bresser-Pereira foi para a Fazenda em abril de 1987 e saiu em dezembro. No ano, a inflação chegou a 415%. Nesse período ele concebeu o Plano Bresser, que foi o primeiro avanço sobre a remuneração da poupança.

Mailson da Nóbrega ficou no cargo de maio de 1987 a março de 1990. Em 1988 a inflação chegou a 1.037%. Ele concebeu o Plano Verão e, ao final de 1989 o IGP-DI fechou em 1.782%.

Zélia Cardoso de Mello conduziu os Planos Collor 1 e 2. Ficou no cargo de março de 1990 a maio de 1991. Em 1990 a inflação ficou em 1.476%.

Marcilio Marques Moreira assumiu em maio de 1991 e foi embora em outubro de 1992. Nesse ano o IGP-DI ficou em 1.157%.

Gustavo Krause e Paulo Haddad estiveram poucos meses no ministério, entre o final de 1992 e o início de 1993, ano em que a inflação chegou a 2.708%.”

“O manifesto poderia ter sido assinado pelos cinco ex-ministros capazes de dizer que, tendo reequilibrado as finanças nacionais, usam a própria autoridade para recomendar ao Supremo que dê razão à banca. Seria possível discordar deles, mas não se lhes poderia contestar os currículos. Quando aos cinco juntaram-se oito cavaleiros da ruína, formou-se um bloco. Certamente, não é o desempenho que os une. É a defesa dos bancos. Ganha uma viagem a Paris quem souber de outro tema capaz de gerar semelhante coesão.”

Eu não posso deixar de concordar com Elio quando ele descredencia esses oito a emitir qualquer opinião sobre o tema. O pior é que a gente ainda é submetido à desagradável surpresa de vê-los até hoje emitindo opiniões nos mais abalizados órgãos de imprensa, como se não carregassem em suas bagagens as ideias e informações que inviabilizaram economicamente o país por longos anos.

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